terça-feira, 31 de janeiro de 2012

MAIS VALE UM SOLINHO DE INVERNO QUE ARRATÉL DE SABÃO


Depois de mais uma difícil noite e madrugada de Janeiro (oh crise que nunca mais passas!), lambidas as feridas, o tigre recolhe os primeiros raios de sol e trabalha o "relax".
Emagreceu, já se vê. Curioso é que a crise não lhe roubou o apetite dos pratos caseiros. Não chegam: a caça (alimento completo) anda muito esquecida. Não há tempo para tudo, que querem? E quando há conflito de interesses temos de optar pelo valor maior.
O pior são as ofensas morais: coligações espontâneas de toda a gataria de um quilómetro em redor, contra mim. Pudera! Isso não se faz a um animal (o burrana...) que deixa partilhar os seus restos, pratos sofisticados saídos das latas do tio Belmiro, o tal que está seriamente empenhado na construção do novo "tarecus consumista".

Sinto as (três) orelhas a arder. Alguém está falando de mim...ou são sequelas da tocaia nocturna de ontem? Já não bastava ter claudicado da pata dianteira esquerda toda a semana (e não estando ainda sarada,  nunca me inibiu de sair - o dever acima de tudo!). O meus dorso e barriguinha estão pontuados com arranhadelas por tudo quanto é sítio. Agora nem tolero as varridelas suaves do meu dono que antes tanto apreciava. Até a minha orelha direita foi fendida por um tremendo arranhão. Por vezes chamam-me "o três orelhas".
Vá, não faças pouco! Olha: ninguém sabe ao que há-de chegar!

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