sexta-feira, 30 de novembro de 2012

NOTÍCIAS DO QUINTAL nos FINAIS DE OUTONO


Nesta fase já muito adiantada do outono, dividido entre horta e jardim, parece pela predominância que assume neste portal que o jardim sobreleva o primeiro em atenção e cuidados. Não tem sido assim.


A maior parte do tempo e das energias têm sido aplicadas na horta. Finalmente, realizadas as sementeiras e plantações de outono, os tempos são agora de expectativa. Antes e até onde pude, deixei feito o trabalho de limpeza das mais agressivas herbáceas selvagens. Não foi trabalho de somenos. Arranquei e juntei-as em montes e periodicamente queimo-os. Evidentemente, muitas mais ficam para os anos próximos!


Às demais ervas já muito densas e altas, dei uma única passagem com a fresa e não mais por necessidade de controlar despesas. Claro que o solo não fica como se gostaria.  
 
Em anos transactos fiz sucessivas passagens que deixam as ervas totalmente desfeitas e enterradas e os solos planos. Não sendo uma preocupação decisiva, também resulta um aspecto final mais agradável á vista. Mas não se pode ter tudo.
 
 
Na área do quintal que reservei para repouso semeei a lanço a tremocilha (lupinus luteus) e em parte tremocilha e aveia conjuntamente. Fi-lo apenas há cerca de 15 dias porque este ano o verão de São Martinho foi prolongado e quis aguardar pela aproximação das chuvas que sempre chegaram. As temperaturas também têm estado relativamente amenas para a época e só nestes últimos dias apareceu uma ou outra manhã fria e com geada e vento muito fresco durante todo o dia. Uma boa parte das sementes está já pegada e pelo andamento das condições metereológicas, a sementeira promete.
 
 
Fotos desta semana, no quintal. A primeira e última das fotos mostram sementes respectivamente de tremocilha e tremoço em processo de germinação, vendo-se a raiz primária em alongamento. Na segunda, aspecto da geada e na terceira uma plantinha nova de faveira.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

terça-feira, 27 de novembro de 2012

CALOTROPIS PROCERA (ÁRVORE-DA-SEDA, MAÇÃ-DE-SODOMA)


Arbusto ou pequena árvore tropical, da família das asclepiadaceae, muito comum nos solos arenosos ao norte e ao sul do Saará. Suporta bem a secura e a salinidade. Prefere em todo o caso a proximidade de solos húmidos ou a aragem marítima. Aliás, é tido como índice de água próxima da superfície do solo.
 
Toda a planta é tóxica. Não deixa de ser protegida tendo em conta as potencialidades farmacológicas.
 


Flores de 5 pétalas em branco e violeta, reunidas em cachos.
 


Fruto do tamanho de uma manga, de cor verde, em forma de ovo, macio e oco. 
 
 
As folhas são largas, opostas e lanosas na página inferior. São utilizadas á porta dos quartos para afugentar os maus espíritos e proteger dos raios.
 
Os troncos são espessos e encortiçados e quando cortados ou quebrados libertam um látex branco particularmente tóxico.
 
 
São usados em cobertura de habitações por ser muito leve e ainda em estacas.
 
Fotos de 2011, África ao sul do Saará, cedidas pela nossa querida J.M.

domingo, 25 de novembro de 2012

SIRFÍDEOS (MOSCA-das-FLORES)

 
 
Ainda que não pareça, o minúsculo insecto das fotos (6 a 11 mm de comprimento) é totalmente inofensivo. Tem o aspecto de uma vespa (outros da mesma família das syrphidae assemelham-se a abelhas) mas é apenas uma mosca que evoluiu para parecer um insecto perigoso, dissuasor dos seus predadores. 
 

Dispõe de apenas um par de asas funcionais, enquanto as vespas e abelhas dispõem de dois pares.
 
Consegue pairar no ar, (no Reino Unido chamam-lhe hoverfly) habilidade de que vespas e abelhas não são capazes) para subitamente disparar em voo incrivelmente rápido sem necessidade de girar o corpo, volteando com enorme facilidade. Não é fácil de fotografar!
 
 
Estes insectos, em adultos, alimentam-se principalmente de néctar e menos de pólen. São, portanto, polinizadoras de grande importância e enquanto larvas também têm um papel no controle natural de pragas de pulgões. No entanto, há quem os tenha surpreendido a comer mais frutos do que afídeos! 
 
Fotos tiradas este outono, no jardim, onde são comuns: chrysotoxum festivum, eupeodes luniger ou eupeodes corollae?

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

HEBE


Já nos últimos dias de agosto, entre a Ria de Aveiro e o mar, deparei-me com esta curiosa planta no jardim do casal Maia. Tinha justamente passado a época da floração o que lhe diminui a graça mas achei o padrão de folhas opostas seguido de outro par que lhe são quase perpendiculares, demasiado singular para lhe ficar indiferente.

Trata-se de uma herbácea vivaz, oriunda da Nova Zelândia, bem adaptada ao solo leve e arenoso e húmido e ao ambiente marítimo daquele jardim, com a luz do sol abundante e filtrada pela ramagem dos pinheiros e bem protegida pela envolvente doutras árvores e sebes de arbustos.

Floresce no início do verão ou do outono, consoante a variedade, nos tons branco, vermelho ou violeta. Aqui a ausência de flores não me permitiu ir mais longe na identificação desta hebe.  


A folhagem é densa no tom verde acinzentada. Vive ali ao ar livre, em vaso. O sítio é abrigado dos frios do inverno que, sendo de geada, podem ser fatais para a planta. 


A hebe é geralmente usada em combinações com outras plantas de folhagem em diversos tons, em pequenas sebes que a protejam e em bordaduras.

Multiplica-se  por semente e por estacaria. No verão, após a floração podem cortar-se estacas a partir dos 10 cm a que se removem os dois primeiros pares de folhas a partir de baixo.  Podem mergulhar-se em hormonas de enraizamento mas tal não é essencial. E guardar em estufa ou dentro de casa até enraizarem. No primeiro ano devem permanecer abrigadas. Atenção: a hebe, mesmo adulta, pode não sobreviver a frios constantes e a geadas!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

POLYGONUM PERSICARIA (ERVA-PESSEGUEIRA)


Da família das polygonaceae, esta é mais uma das plantas da berma da rua de que venho falando, em solo húmido e pouco estável e no final da sua época favorável, o verão. Com o inverno entrará em repouso absoluto ou desaparecerá para apenas subsistirem as sementes. Estas mantêm a sua capacidade germinativa por algumas dezenas de anos.
 
 
As inflorescências dispõem-se em espiga, com as flores de cor avermelhada e ás vezes branca que rematam os caules arqueados.


As folhas são lanceoladas de cor verde-azeitona, com uma mancha escura a meio. Na base das folhas que alternam ao longo dos caules, pode ver-se uma espécie de bainhas que os envolvem. Estas zonas do caule tornam-se avermelhadas ou castanho esverdeado.
 

Pode ser cultivada em jardim. Por mim não o faria pois rapidamente se torna invasiva se não for controlada.

Fotos da passada semana perto do canal principal da ria, em Aveiro.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

COGUMELOS NO RELVADO


Alguns aguaceiros, temperaturas amenas e eis os cogumelos de volta ao relvado.


Embora não sejam propriamente sintomas de saúde da relva, os mais coloridos e exóticos chamam a nossa atenção e simpatia.


Memória de historinhas de sonho?


Habitação de fadas e duendes?
 
Fotos da passada semana no jardim.

sábado, 17 de novembro de 2012

TRIFOLIUM REPENS (TREVO BRANCO)


Ainda na mesma pequena área húmida  a que me venho referindo e que revisitei estes dias, encontrei esta semana as conhecidas cabeças da foto com dúzias de flores brancas ou com um toque rosa esbatido, organizadas em capítulos. A corola apresenta-se com cinco pétalas: a pétala maior, estandarte livre, por cima, duas carenas (que são as mais internas) e duas quilhas. Estas vêm-se mais nitidamente na terceira foto na base da pétala em rosa mais carregado.
 
É uma herbácea rasteira, vivaz (vive por dois ou mais anos se tiver boas condições de humidade permanente) da família fabaceae (leguminosas), que habita regiões temperadas, sendo muito comum também aqui na aldeia.


As folhas são alternas,  trifoliadas (três folíolos e ás vezes quatro ou mais que tanto intrigam  coleccionadores de ilusões) com aquele semicírculo em branco esbatido que lhe dá graça. 


Por baixo da flor vê-se, um tanto desfocado, o longo pecíolo parecido com um caule. Na base da inflorescência vêm-se flores gradualmente mais acastanhadas que aí permanecem por muito tempo, mesmo depois de secas. 
 
 
Na foto, o caule aéreo e estolonífero do trevo branco. Cresce rente ao solo e estende-se através de vigorosos estolões que formam raízes nos nós encontrando água ou solo suficientemente húmido. A permanência do trevo depende da produção de sementes e ainda da quantidade e qualidade de estolões que cada planta for capaz de produzir continuamente e que mesmo secando o caule principal podem originar plantas autónomas..
 
Tal como nas outras leguminosas é extremamente importante a simbiose que a nível da raiz alia a planta com bactérias do género Rhizobium (rizóbios) e similares que habitam essas raízes e fixam biologicamente o abundante nitrogénio da atmosfera (porém, inexistente em qualquer rocha), proporcionando o fornecimento de compostos nitrogenados (v.g. amoníaco), vitais para a planta e obtêm desta produtos por si elaborados. Se a simbiose for completa e perfeita, a planta poderá até prescindir do nitrogénio (N) do solo.  
 
O trevo branco pode ser semeado conjuntamente com a aveia. É muito útil como cobertura vegetal do solo e tem a capacidade de ressemear naturalmente. A incorporação dessas plantas no solo na fase da floração (altura de maior concentração do azoto) permitirá o enriquecimento natural dos solos reduzindo os custos da adubação com N.
 
Esta semana, para os  mesmos fins, semeei tremocilha e alguma aveia. No dia seguinte já terão beneficiado com algumas chuvas. Darei notícias da sementeira.
 
Fotos desta semana, em estreita zona húmida perto do canal principal da ria, em Aveiro.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

MYRTUS COMMUNIS (MURTA)



Da família myrtaceae (a que também pertence o eucalipto), a murta é um arbusto espontâneo muito comum na região mediterrânica. Aqui abunda na orla das matas onde é procurado nesta altura do ano para curar as azeitonas e tanto que há aqui na aldeia um lugar denominado Murtal e em concelho confinante outro chamado Murta.


Entretanto já foi adoptado com sucesso por alguns jardineiros, quer pela beleza das flores, geralmente brancas  em que sobressaem os numerosos e brilhantes estames (órgãos produtores do pólen), pelo perfume que exalam e pela perenidade da folhagem que contém óleo essencial muito apreciado.  Nesta altura continuam em flor e simultâneamente exibem os frutos que são bagas.
 
 
As bagas contendo as sementes são procuradas pelas aves que assim fazem a multiplicação natural do arbusto. Em todo o caso é mais segura a multiplicação a partir de estacas.
 
A melhor altura para obter uma boa estaca semidura é entre o início e o fim do verão ou ainda num início de outono ameno como este. Há que as escolher  de um arbusto vigoroso e  saudável. Selecciona-se um rebento em crescimento, ainda fracamente lenhoso,  flexível mas firme e dele corta-se a estaca com uns 10 a 15 cm, logo abaixo de um nó. Eliminam-se os gomos laterais e as folhas da parte inferior. Faz-se um corte superficial na base da haste e retira-se um bocado da casca com 1 a 2 cm de comprimento. O pó de enraizamento é sempre de aplicar pois favorece melhores resultados.
 
Enterra-se parcialmente num vaso com buraco de escoamento, aperta-se bem com a terra á volta. Regar e proteger a terra molhada com um plástico para a manter fresca. Guardar no interior abrigado da casa onde uma temperatura de cerca de 20º é, nesta altura, mais fácil de garantir. Vai-se observando a terra para verificar da necessidade de novas regas.
 
È natural que ao fim de um mês a estaca(s) já tenha adquirido as primeiras raízes. No entanto não se deve transplantar antes que as raízes tenham alcançado uns 5 cm de comprimento. Se não é ainda o caso, repõe-se cuidadosamente a estaca no vaso aconchegando a terra.
 
 
Fotos de 2 de novembro, do vizinho jardim A. Maia. 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

FUCHSIA (BRINCO-DE-PRINCESA)


Em geral o cálice e suas sépalas não relevam em si mesmos no aspecto estético da flor. São comummente de cor verde. Não é o caso das sépalas da fuchsia (família das onagráceas). A função do cálice é mais a de protecção das partes internas da flor quando ainda em botão. Mas aqui o cálice apresenta-se fortemente colorido e brilhante e empresta ao conjunto da flor uma contribuição decisiva para o seu "visual", tão importante para a atracção dos polinizadores.
 
Tenho de confessar a minha preferência pelas cores e simetria da planta da primeira foto.

 
As nossas fuchsias são de dominância vermelha (pétalas e sépalas vermelhas) e á primeira vista até podemos confundir sépalas com pétalas. Por outro lado as sépalas também não têm o estilizado "panache" das da foto de cima. Também as há em tom branco de sépalas e pétalas na mesma flor.
 
Mas nas da foto, o vermelho das pétalas é mais complexo  pela inclusão do azul na mistura de cores, o que dá resultados próximos do violeta e da cor púrpura, bem diferenciados das cores das sépalas em rosa, vermelho simples, branco ou branco raiado. 
 
 
A hibridização natural e a provocada criam uma interessante variedade de fuchsias, como de tantas outras plantas. Mas também me parece que o clima em que se situa o jardim não lhes é favorável. Reporto-me não a esta ou aquela variedade mas á saúde de todas neste ambiente demasiado quente e seco no verão e muito fresco no inverno.   
 
Não por acaso, as fotos foram tiradas em setembro, no ambiente húmido das Rias Baixas, na Galiza, com forte influência atlântica. Voltaremos à fuchsia.
 

domingo, 11 de novembro de 2012

EPILOBIUM HIRSUTUM (EPILÓBIO)


No mesmo local referido no anterior tema da budleia e na berma da rua onde mesmo no verão, corre sempre alguma água, provavelmente de nascente, também encontrei esta magnífica planta que aliás já fotografei no quintal onde é muito rara. 


O epilobium (família das onagráceas) é fortemente decorativo e por isso deve figurar nos nossos jardins, embora circunscrito a uma determinada área pois tem tendência a colonizar.
 
Prefere solos húmidos, exposto ao sol, entre pedras. É uma planta perene, rizomada, caules de 30 a 150 cm, com pequenos pelos nos caules e nas folhas longas, estreitas, e serradas.


O estigma em forma de cruz branca, de quatro lóbulos, sobressai na flor de cor lilás. A secção que antecede a corola em forma de tubo estreito (nítido nas 2 primeiras fotos) parece mas não é um pedúnculo. Trata-se de vagens de 5 a 8 cm de comprimento, onde guarda as sementes. Uma vez secas abrem-se e soltam as sementes que o vento transporta.
 
Multiplicação por divisão dos tufos.

Fotos de 7 de outubro passado, em Aveiro.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

BUDDLEIA DAVIDII (BUDLEIA, FLOR-DE-MEL)


Num passeio de fim de tarde de domingo perto do canal central da ria de Aveiro, berma encharcada, somos atraídos por esta magnífica inflorescência, num cacho longo e pendente. O arbusto que o sustenta tem cerca de 2,50 m de altura e estende-se por uns 3 m.


Paramos. Caules arqueados. Folha lanceolada, de cor verde e verde acinzentado na página inferior. Trata-se da budleia (família das loganiaceae) cujas flores são especialmente procuradas por borboletas e abelhas.
 
Cresce rapidamente e tem tendência a invadir os espaços em volta pelo que convém confiná-la nomeadamente através de podas a fazer por fevereiro-março, no mínimo, de três em três anos, que até induzem a floração já que as flores nascem em lançamentos do ano.
 
Afinal, até somos conhecidos e tanto que também temos espaço para ele no jardim, embora sem a imponência deste exemplar.


Flores muito perfumadas de cor violeta, com uma garganta de cor laranja, surgem no final do verão a meados do outono. Este arbusto resulta muito bem por detrás dos maciços de roseiras e lilaseiros (syringa), formando cortinas.
 
Multiplicação por sementes e por estaca. Podem experimentar-se estacas curtas, com muitos nós, novas em maio,  semi-duras em julho ou de madeira dura em outubro. Enraizar em viveiro. Se tiver acesso a hormonas de enraizamento (procurar no comércio de mudas), maiores  a possibilidades de êxito.
 
Fotos de 7 de outubro de 2012.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

CHRYSANTHEMUM (CRISÂNTEMO)


Nos cultivos ao ar livre o crisântemo tornou-se uma flor de outono, estação do ano dos dias de luz curtos e nebulosos. O fotoperiodismo é natural.
 
Mas o crisântemo é flor de todo o ano porque, em estufa, é possível dar-lhe artificialmente aquelas luz e obscuridade que induzem quer o crescimento vegetativo quer o floral. 
 
Use-se o crisântemo todo o ano e não apenas no Dia de Todos os Santos. Na Holanda frequentemente, compõem-se os ramos de noiva com crisântemos. Porque não?

 
No contexto dos dias curtos, a completa exposição solar é preferível à sombra de todo o dia. No entanto, as fotos de hoje são de crisântemos cultivados à sombra.
 
O seu êxito relativo, creio eu, relaciona-se com a circunstância destes terem tirado melhor partido das regas por a terra se manter fresca por muito mais tempo. O crisântemo sofre demasiado com as secas, mas também com o encharcamento! A parede contra a qual plantei alguns deles reduz,  em grande parte, os efeitos das chuvas tocadas a vento, normais para a época, e que os desfiguram e derrubam.
 
 
Como se vê, estão agora em plena floração.
 
Uma vez terminada, irei proceder aos cortes dos caules a uns 15 - 20 cm do solo. Aproveito para recolher algumas estacas retiradas das ponteiras que irei plantar em viveiro em local protegido dos ventos e das geadas. Se as geadas apertarem, uso cobri-los com palhagem. Com o tempo e ainda durante o inverno, a palha irá dispersar-se e permitir que surjam os novos rebentos. Quando estes atingirem uns 10 cm poderão também ser usados na multiplicação. Após o enraizamento serão transplantadas para local definitivo.
 
 
Uma regra fundamental é a de dar espaço aos crisântemos. Em princípio os ramos não devem tocar-se nos demais das plantas vizinhas. Como não tenho problemas de espaço, deixo intervalos entre plantas de cerca de 80 cm.
 
Têm tendência a formar grandes touceiras que cedo, na primavera, têm de ser divididas e eliminadas, se desnecessárias. 
 
Para aumentar o tamanho das flores, ainda que em prejuízo do número, convém eliminar alguns dos botões. Também costumo eliminar os rebentos do eixo das folhas, o que permite que a planta se desenvolva mais direita e, portanto, mais equilibrada na sua estrutura.
 
Fotos de ontem, no quintal.  

terça-feira, 6 de novembro de 2012

BAUHINIA VARIEGATA, ÁRVORE-ORQUÍDEA, PATA-DE-VACA), a FOLHA


Os curiosos da botânica,  partem do exame da morfologia externa da planta para a sua identificação. É, sobretudo, a análise da flor que permite as mais decisivas aproximações.

Sucede que esta jovem planta ainda não deu flor. Em todo o caso, duvido que só por si o exame da flor me desse a solução, tantas são as semelhanças com as flores doutras árvores da mesma origem geográfica, sejam ou não da mesma família. 

 

Felizmente, as folhas são manifestamente incomuns quer na forma, quer na nervação. São alternas, simples, bilobadas (dois recortes mais ou menos profundos das margens), orbiculares (= forma bem arredondada) , de 5 a 12 cm de comprimento e 10 a 13 de largura, de cor verde brilhante (cor mais clara na página inferior), textura coreácea. 

Cada lóbo mostra, em regra, seis nervuras primárias, palmadas, que saem radialmente dum mesmo ponto-base junto à inserção do pecíolo. As nervuras secundárias são curvas e ligam-se ás primárias 

A foliação é semipersistente. 

Estas são, afinal, folhas de uma planta ornamental de paragens tão remotas como a China ou a Índia. Será a Bauhinia variegata, muito semelhante á árvore que dá a flor emblema de Hong-Kong, a Hong Kong Bauhinia ou Bauhinia Blakeana, da família leguminosae. 


Esta é uma árvore ainda jovem, no  jardim de meus vizinhos e particulares amigos. Poderá alcançar 6 a 12 metros de altura. Ainda não deu flor mas o lançamento dos ramos e as inconfundíveis folhas são para já, uma notável recompensa ao seu insuperável jardineiro. Esperamos todos que cedo comece a dar flor. E que flores!

Fotos da passada semana no jardim A. Maia.



 

domingo, 4 de novembro de 2012

SETARIA VERTICILLATA (ERVA-DE-RABOS)


A continuação das chuvas e tempo morno nesta quadra outonal, significam mais herbáceas selvagens no quintal. A erva-de-rabos, da família poaceae, não é felizmente, tão invasiva como o chenopodium, a digitária ou o amaranthus mas, ainda assim, marca presença inquietante com os seus caules erectos até uns 30 cm de altura e panículas verdes ou roxas, semelhantes a espigões, e toda ela parece dirigir a maior parte da energia para a produção de sementes. É bastante resistente à seca e adapta-se facilmente a todo o tipo de solos e culturas.


É uma gramínea anual que aqui surge entre junho e o início do outono nos solos cultivados e ruderais. Os herbicidas podem eventualmente matar a planta (a resistência vem aumentando, como é de regra) mas não afectam as sementes alojadas nas espiguetas que, assim, podem germinar na época seguinte.


Folhas com longas bainhas ao redor do caule.
 
O montão de gramíneas, agora bem ensopado pela água das chuvas, aguardará por mais uns dias para enxugar e secar melhor até se tornar de mais fácil combustão. Com o prometido escaldão do fogo,  algumas das espiguetas da setaria que juntei não  vão certamente germinar. É a vingança do chinês!
 
Fotos dos últimos dias, no quintal.