quinta-feira, 29 de novembro de 2018

CAÇANDO IMAGENS


Outono. Um casal de faisões cruza a estrada, o macho na dianteira já a meio do talude, meio confundido com a vegetação, e a fêmea atrás, sensivelmente a meio da via. No corpo e cauda, os machos têm pintas castanhas, verdes e pretas, cabeça em verde escuro e face avermelhada.  As fêmeas são mais pequenas  e a cor é mais uniforme. Apresentam um corpo mosqueado a castanho pálido. A cauda é comprida. Procuram sementes e insectos,  especialmente no restolho dos cereais. Estas belíssimas aves dificilmente serão colhidas pelo trânsito rodoviário. Porém, o risco  de serem mortas pelos caçadores é constante entre 1 de  Outubro a 1 de Fevereiro. Por estas paragens são criadas em cativeiro aos milhões (mais de 30 milhões) e soltas a partir de Julho de modo que possam ser abatidas a voar com pelo menos 7 semanas. A caça destas aves está estritamente regulamentada e, para os nossos padrões, é caríssima. Os caçadores são devidamente enquadrados pelos promotores que oferecem pacotes de serviços, incluindo alojamento, refeições e transporte na reserva. E, assim, por cada ave abatida, o caçador pagará em média o correspondente a cerca de 30 a 40 euros... 

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

VIVER, DEIXAR VIVER


Ecologia comportamental: em vez de permanecerem sempre fechados, pelo menos numa parte do dia o bando de patos é solto para percorrer livremente os campos em volta, exercitando os músculos, comendo em complemento das rações ensacadas, pequenos bocados de ervas tenras, insectos, minhocas, pedrinhas. Claro que não temem as sempre presentes chuvas de outono. Resultado: menor incidência de obesidade, melhor saúde animal, vida feliz, algum controle dos insectos. Incidentes com raposas são raros pois os cães estão normalmente atentos e não permitem que o bando se aproxime das áreas florestadas. Aparentemente parecem mais preocupados com as possíveis investidas dos predadores do que os donos. Mas os cuidados com o bem-estar e o carinho prestados pelos criadores a estes animais não andam muito longe dos que dedicam aos seus animais de estimação. Não obstante, que delícia de ovos e de carnes! 

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

SPATHODEA CAMPANULATA (ESPATÓDEA, TULIPEIRA, BISNAGUEIRA, AFRICAN TULIP-TREE)


Árvore de crescimento rápido, originária de África, de grande efeito ornamental, especialmente adaptada aos climas equatoriais e tropicais de todo o mundo, podendo tornar-se invasiva. 


Os botões florais formam cachos, abrindo primeiro os de fora. Lembram as bisnagas e são usados na brincadeira pelas crianças que cortam uma ponta, pressionam e lançam entre si esguichos de água ou pisam os amontoados de flores caídas no chão. Brincadeira não isenta de consequências pois a seiva, além do cheiro característico, forma nódoas na pele e nas roupas. Daí serem também chamadas de chichi-de-macaco ou chichi-de-mico.  Flores em tons de vermelho- alaranjado, sendo menos frequentes as amarelas.  As corolas são campanuladas, com cinco lóbulos de bordos amarelados, mais ou menos enrugados.



É também árvore de grande porte, entre os 15 e os 20 metros de altura. A madeira, de casca fina, é clara e mole.  As flores contêm alcalóides tóxicos potencialmente letais para as abelhas e os beija-flores na procura do néctar. É razão invocada para a proibição do seu plantio em muitos estados da América Central e do Sul bem como na Austrália.