terça-feira, 12 de junho de 2012

BICHEZAS DO QUINTAL E JARDIM


Repugnância? Nem por isso. Geralmente estes bichinhos não interferem directamente connosco. Por isso, podemos passar com recíproca  indiferença. Ou, aplicando-lhes as nossas tabelas valorativas na perspectiva de serem favoráveis para as culturas ou praga. Quando os tomamos enquanto valor prático, é difícil sentir repugnância. 


Presentemente o mais insidioso inimigo do hortelão é a carraça. Escondida entre as ervas e nas zonas sombrias espreita a ocasião da passagem da vítima para tomar boleia. A picada da carraça pode ter consequências graves. Creio que a inspecção do corpo sempre que se regressa do campo é a melhor medida de defesa. E, quanto a cães e gatos, aplicação de repelentes e vigilância permanente.


Ao lado desse tenebroso bicho, os demais hoje aqui  retratados são até bonzinhos.


E, repare-se bem, até bonitos. Não acha? Ainda assim, confesso, prefiro ter de procurá-los para, por exemplo, ilustrar este espaço do que ser "encontrado" por eles.

Fotos dos últimos dias no quintal e jardim.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

DA NECESSIDADE DE COLHER


Voltou a chover: chuva miudinha mas persistente. Na tarde de domingo o sol voltou. Ora, solo molhado e temperatura do ar na ordem dos 24 graus dá rápida podridão, pela certa. Embora contasse com trabalhos de limpeza hoje no morangal, apressámo-nos a colher ainda ontem, alguns dos morangos. Não são tão perfumados como os das colheitas de dias secos mas ainda assim não os deixamos apodrecer na terra o que seria inconveniente maior.
No final da passada semana também limpei os canteiros das courgetes. Não ficou por recolher nenhum fruto tenro em estado de maduro. De um dia para o outro, talvez com a ajuda da chuva, cresceram espectacularmente. Não apenas os três da foto acima mas muitos outros que também colhemos na tarde de ontem. Com mais de 20 centímetros de comprimento perdem o seu melhor sabor. De outro modo como estariam hoje? Como abóboras! E, assim, colhendo, também proporcionamos aos frutos em formação e á planta em geral uma melhor gestão de recursos. Deixemos que as energias acumuladas se encaminhem mais generosamente para os frutos sobrantes e para os que hão-de vir.
O feijão da foto foi colhido de feijoeiros rasteiros. Em princípio não é o escolhido como feijão verde. É um feijoeiro de grão, em verde ou em seco. Porém, a carga é tão grande que temos de ir antecipando a colheita, já que não estamos em tempo de deitar fora o que quer que seja. Para mais, feijão ecológico, como agora se diz. Cortamos o fio e que belos pratos!
No inverno passado plantei um pé de mirtilo, para experimentar. É, pois, um arbusto em formação. Não é que carregou plenamente de frutos? Claro que são pequenos. Não amadurecem ao mesmo tempo o que nos permite ir colhendo os saborosos e exóticos frutos. Entretanto, para acabar com a concorrência da passarada tive que o cobrir com rede. Para o próxima época plantarei mais alguns pés, agora mais convencido que se adaptam bem ao quintal.  
Fotos da tarde de ontem.

domingo, 10 de junho de 2012

HORTA, O JÁ CONSEGUIDO


Conseguido: alfaces em túnel baixo. Lindas, deliciosas, como em nenhum outro ano! Anteriormente expostas à luz directa do sol, logo grelavam. O túnel baixo, um segredo de polichinelo ... e no entanto, faz toda a diferença. Temos colheitas mais cedo e por mais tempo. Posteriormente a esta foto que é do passado dia 7, limpei de ervas o túnel e imediações e recompus a terra em volta.


Conseguido: tremoço branco. O tal "marisco" de que não tinha qualquer experiência de cultivo. Vi-o crescer para além de um metro de altura, florir (continuando a crescer) e frutificar. Durante muito tempo as vagens  não passavam de amostras até que, subitamente, deram em engrossar sobretudo na parte média do caule e estão agora do tamanho de vagens maduras de favas! Sabia da tentativa de uma amigo, com uma horta próxima, que apresentou a colheita em feiras e mercados e não conseguiu colocá-los por alegada falta de calibre mínimo. Aos mercados vou apenas para comprar e ver. Ainda assim, fico contente. As sementes parecem ter apreciado  mais o terreno arenoso do quintal do que o argiloso do quintal do meu amigo que é, de longe, melhor conhecedor de horticultura.


Conseguido: feijão rasteiro, em linhas bem separadas que permitam um cultivo sem atropelos. Todos os anos venho afastando as linhas. Para mim, o espaçamento ideal é aquele que me permita sentar no meu banquinho enquanto procedo ao arrancamento das infestantes. Sim, sentar, porque as "dobradiças" já não toleram demasiado tempo em flexão. Quanto à produção deste tipo de feijoeiro nunca tive razão de queixa. E também este ano, prometem.


Conseguido: chalotas rosadas, embora plantadas muito tarde (completam hoje dois meses) e por mera curiosidade, adaptaram-se bem a este solo.  Prometem. Veremos melhor na colheita que ainda virá longe.

sábado, 9 de junho de 2012

PARA CIMA TODOS OS SANTOS AJUDAM


Em baixo jardina-se. Que obstinação! E para quê? Ainda não o vi caçar coisa alguma!


E se subisse até o mais alto ramo? É canja...!


Que vistas! A passarada não voa tão alto ... O que é que aquele palerma quer agora?


Invertendo o sentido de marcha. Abrir trens de aterragem. Accionar amortecedores. Baixar e estender "flaps". Que adrenalina!


Baixar centro de gravidade ... hum ... turbulência..., a quanto obrigas!

Que é que quer dizer "autorizada a aterragem, pista 01"?

Fotos de 6 de Maio de 2012 - gata Mimi no quintal.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

MISOPATES ORONTIUM (FOCINHO-DE-RATO)


Dos trabalhos da horta mais recorrentes e verdadeiro trabalho de Sísifo não é menor o da limpeza das ervas não semeadas dos canteiros. Esta semana limpei os vários canteiros de feijão, mas também chalotas, abóboras e couves. Ficam a aguardar, entre outros, cebolos, tomates e ervilhas. Com os últimos aguaceiros podemos contar com o retorno aos canteiros agora limpos...


Por vezes não é fácil distinguir as plantas a arrancar e as que queremos ver crescer bem. Por isso, não raro, temos que deixar crescer umas e outras até que a escolha seja clara. De uma e outra forma, acabamos por nos confrontar ao longo do ano com uma vastíssima variedade de plantas. Podemos ficar por aí: são ervas ruins e pronto. Ou sentirmos a curiosidade de as identificar e tirar consequências.


Então a minha curiosidade decorre do contacto prático, esforçado  e suado com o mundo vegetal, tendo em vista o bom resultado das culturas. Sendo determinante mas não exclusivo, sobra tempo para estas agradáveis tentativas de aproximação aos resultados do conhecimento publicado de outros.  Creio que não há possibilidades de confusão entre estas duas perspectivas, isto é, entre a da cultura de domesticação imediata da natureza e a  da descrição, análise, sistematização e interpretação  duma realidade como outras. Espero, pois, que me absolvam se parecer pretensioso quando por exemplo, entrando em seara alheia, chamo de misopates (!) a estas inocentes ervinhas que tiveram o azar de se cruzar comigo ao nascerem (erradamente, apenas na minha perspectiva) adentro dos limites do canteiro que arbitrariamente tracei.


Já agora, especifico: limite do canteiro "velho" dos morangos, em 2 de Maio de 2012, no quintal.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

RUBUS (SILVA BRAVA)


Estas silvas têm os pés no terreno vizinho, inculto há muitos anos. Crescem todos os anos junto ao muro divisório e passam displicentemente para o quintal através da rede. Antes de eu ter edificado o muro ainda as controlava. Agora é bem mais difícil de controlar os lançamentos que atingem os três metros de comprimento.


Quando os rebentos basais começam a espreitar a rede são tenros e cortam-se à unha. Mas rapidamente se tornam lenhosos. Só com grossas luvas e tesouras os consigo aparar a partir da rede.


Estes caules do ano não dão fruto. As actuais flores são dos caules do segundo ano, como na framboesa. Os caules do segundo ano nascem dos caules do ano, a partir de nós mais afastados do solo e geralmente são mais curtos e menos encurvados que os do ano. As flores são de cinco pétalas e cinco sépalas e muitíssimos estames.


Para quem cultive esta silva para obter amoras - o que não é certamente o caso - os caules do segundo ano que já frutificaram devem ser eliminados durante a fase de repouso vegetativo, também como nas framboesas.

Fotos de ontem no quintal.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

COROA DE REI, COROA IMPERIAL


A primeira coroa de rei do ano abriu a meio da tarde de ontem. Há semanas que vinha acompanhando o desenvolvimento dos botões.

Em botão na tarde da véspera, dia 4 de Junho. Aquele que corresponde á flor de hoje, é o botão rosado e mais largo  situado no plano inferior da imagem.
Bem visíveis os estames com filete e antera do órgão reprodutivo masculino e o estilete e estigma do gineceu.
A mesma flor vista a partir de cima. Nítidas, as seis pétalas e seis estames.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

CANNA INDICA (CANA, CONTEIRA)


Os marinheiros portugueses terão tido, por certo, um papel relevante na divulgação na Europa desta e doutras plantas tropicais da América e Ásia.


A Indica ou Edulis está no jardim há muitos anos. Algumas variedades desapareceram, entretanto, quer de folhagem verde quer púrpura.


A folha tem semelhanças com a da bananeira. Nós, os portugueses, gostamos muito da proximidade das plantas exóticas. Elas estão para o jardim como as especiarias para a cozinha.


Elegantíssima. Perfeita. Voltaremos a este tema.

Fotos de 3  e 4 de Junho de 2012, no jardim.

domingo, 3 de junho de 2012

PORTO PORTUGAL 2012, o problema da habitação


Esta é uma amostra do Porto velho edificado. Com umas boas toneladas de tinta a refrescar fachadas e interiores, como já se fez na zona ribeirinha, esta cidade ficará uma das mais belas do mundo.


Uma senhora da ordem dos oitenta anos de idade, desce a calçada. Apoia-se na bengala que assenta com dificuldade no granito polido.  Vem carregada com os sacos que lhe perturbam o equilíbrio. Vê-nos subir com as câmaras fotográficas e sabe que estamos visitando o seu bairro. Com voz quente e acolhedora, gestos amigáveis, interpela-nos para nos sugerir a visita à Nossa Senhora da Silva. E que acertada sugestão! Não há povo como o do Porto.


Que dizer das magníficas formas em ferro forjado (e batido?) das varandas e sacadas depois de limpo e retocado? Em volutas graciosas, formando corações, liras, motivos florais ou em grossas barras de ferro a defender portões e janelas dos andares baixos, vão resistindo talvez por séculos à corrosão das brumas do rio Douro e até das oceânicas que sobem o vale respectivo.


Números de porta 81 e 79 em magnífica renda. Em ouro ou prata, seria  filigrana preciosa. Um requinte de civilização que, por certo, só lembraria a uma senhora. Abençoadas mãos e que saudável desígnio!

sábado, 2 de junho de 2012

UMA MESMA FLOR DE ORQUÍDEA EM QUATRO VISADAS


Quase transparentes. Três peças externas, as sépalas. Na imagem, em simetria, duas laterais no plano inferior apontando uma para a esquerda e outra para a direita e a terceira dorsal, ao fundo entre as duas peças mais elevadas. As restantes, situadas no plano superior da foto são pétalas: duas em movimento ascendente, espiralado e, ao centro, mais larga mas mais curta também, o labelo, pétala modificada e especializada que conduz os polinizadores ao nectário.


Aqui, a novidade que as demais fotos encobriam: na parte inferior, algo excêntrico, a parte exterior do nectário.


Neste plano sobressaem as pétalas que são separadas. O labelo e o seu afundamento em tom mais carregado de amarelo e as duas pétalas em sentido próprio. O todo do perianto está em simetria bilateral. As peças estão fundidas na base.


O labelo tem forma de canudo ou cone. Forcei, espalmando-o, para tornar visíveis os órgãos reprodutores: coluna, antera e estigma. 

Fotos de ontem, no interior da habitação.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

CUCURBITA PEPO (CURGETE)


Prestes a completar as oito semanas de plantação, as curgetes mostram já os abundantes frutos e novas flores despontam.


Estes frutos são verdes e mais raramente, amarelos. Habitualmente comemos  as curgetes cozidas (melhor se cozidas a vapor). Mas também são usadas cruas em saladas. De uma ou outra forma são preferidas pelo baixo teor em calorias sendo ao mesmo tempo muito ricas em valor nutricional. 


As curgetes são mais saborosas quando pequenas (uns vinte centímetros de comprimento são bastantes. Deixando-se crescer desmesuradamente ficam com mais sementes e pouco se distinguem do sabor da abóbora, de quem são parentes próximas.


Tenho vindo a aumentar o intervalo entre linhas e dentro das linhas de plantação. Ainda não chega. Cada curgete precisa de um mínimo de um metro quadrado. Na próxima plantação farei intervalos ainda maiores. Grande lição a do ano passado em que o insucesso consequente ao contágio com o oídio muito deve á humidade nas folhas e à excessiva proximidade entre plantas.

Fotos de hoje, no quintal.