quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

GREVILLEA ROSMARINIFOLIA (GREVÍLEA)

 
 
Á primeira vista é apenas um arbusto vivaz, até 2 metros de altura, muito eficaz como sebe graças á densidade protectora dos seus inúmeros ramos revestidos de folhas inteiras, persistentes, dispostas alternadamente em forma de agulhas verde-claro. Tocar-lhe, só de luvas!
 
 
Sob o fundo verde e á distância, são visíveis pequenas manchas em cor de rosa. Vale a pena ver de perto. Inflorescências muito discretas, compostas de cachos de flores sobremaneira exóticas de cor rosa  a vermelho vivo.  A planta, proveniente da Austrália, adapta-se bem aos climas temperados e é resistente ao frio.  
 

Este tipo de sebes é de crescimento rápido e oferece bons abrigos aos pássaros. As flores são muito ricas em néctar atraindo abelhas e borboletas. As podas após a floração aceleram a formação de novos ramos.
Foto de 6 de dezembro de 2012, em Coimbra, num ajardinamento fronteiro a prédios em altura.

domingo, 27 de janeiro de 2013

ERIOBOTRYA JAPONICA (NESPEREIRA), flores.


As nespereiras podem ter sido as árvores mais visitadas da minha infância. Nessa altura as flores não me prendiam a atenção. Mas os frutos, que beleza...!  Eram árvores feitas, algumas já entradas na idade mas ainda frondosas, bem altas, tanto, que ás vezes só na ponta dos pés e munidos de varas alcançávamos os frutos mais baixos. Restava trepar ou ... á pedrada!
 
Com o recurso aos viveiristas de super mercado, tento agora repor algumas fruteiras. Mas no caso da nespereira, as novas variedades são por demais vulneráveis ao pedrado. A floração é ainda abundante mas as folhas e os frutos, ainda em pequenos, começam cedo a ser atacados de tal modo que acabam mirrados e cobertos de manchas negras. Os tratamentos também não têm resultado. Ainda não desisti. Por hoje, fiquemos pelas belas flores.
 

Flores de pétalas livres de cor branca, com pedúnculo, dispostas ao longo do eixo principal da inflorescência (um prolongamento semelhante a um caule) em ramificações, dispondo-se em número de 10 a 50 por panícula. No entanto, mesmo quando tudo corre bem, só cerca de 10% se desenvolvem em fruto. A abertura (ântese) de todas as flores da panícula prolonga-se por cerca de 15 a 30 dias. Cada flor compreende 5 pétalas, 5 estigmas, 20 estames e 5 carpelos.

O seu aroma é suave, atraindo principalmente a abelha melífera que transfere o pólen do órgão masculino (antera) para o órgão feminino (estigma) com a consequente fertilização do óvulo.

Por alturas do Natal, os ramos floridos da nespereira com as suas folhas lustrosas compõem belos e muito vistosos arranjos que duram muito tempo e beneficiam da temperatura mais amena do interior da casa numa época em que a lareira não tem folgas.
 
Nas fotos são bem visíveis os estames de cada flor com as suas anteras acastanhadas a rematar os filetes. Na parte mais central, podem contar-se os cinco estigmas.
 

Nas fotos, flores em plena floração em 6 de dezembro de 2012.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

RUBUS IDAEUS (FRAMBOESEIRO) e a invernia.



O framboeseiro é uma planta vivaz, de caule lenhoso e ramos delgados, pendentes, provido de espinhos. Pertence á família das rosáceas que inclui também a macieira, o pessegueiro, o morangueiro ou o marmeleiro. É é uma planta das regiões temperadas e frias, o que logo á partida exclui a nossa região como aconselhável para a produção de frutos em abundância.
 

Ainda assim, e como gosto de saborear no quintal os pequenos frutos vermelhos, agridoces, venho observando o comportamento destas plantas e desde há anos que faço pequenas plantações em sítios diferentes em busca do melhor. Como é natural a floração é muito mais abundante que a colheita. E é espantosa a persistência das plantas em novas florações que a chuva e o frio vem condenando ao insucesso. Nenhuma surpresa!

É janeiro: aqui as pequenas pétalas voaram ... destaque para filetes e anteras. Na base, voltadas para baixo, as sépalas.


Tivemos alguns bons frutos em segunda colheita do ano até meados de outubro e, desde então, quase só flores, por regra inviáveis... Fiquemos então pelas flores.
 
As flores surgem nos finais da primavera e depois no final do verão e não raro por outubro adentro. Crescem em pequenos cachos ao longo da haste e são desprovidas de perfume.

Produzem néctar e pólen. São hermafroditas e amadurecem anel por anel começando pela base.

Na última foto, vem-se os carpelos das duas flores vistas de cima. Eles encontram-se sobre os receptáculos. A envolvê-los, os estames curvados para o exterior cuja evidência é destinada a atrair mais abelhões e abelhas. Nesta fase as anteras chegaram a abrir (deiscência) e os estigmas  (onde o pólen inicia a germinação) tornavam-se receptivos.

Em vão! Chuva persistente e frio interrompem o processo. Valeu pela tentativa!


Fotos de 3 de janeiro de 2013, no quintal.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

PAPHIOPEDILUM (SAPATINHO, ORQUÍDEA-SAPATINHO), a flor.

 

A orquídea-sapatinho é uma gentileza de uma senhora amiga e colega da minha mulher que a trouxe da sua terra natal, a Madeira. A planta é originária da Ásia tropical. Aqui tem vindo a ser cuidada ao ar livre e sem resguardo, beneficiando em todo o caso da protecção que lhe confere uma ampla copa de laranjeira.
 

Aparentemente está adaptada resistindo bem ao frio. Poupamo-la á exposição directa do sol. Mas, como se vê, nem a protecção da árvore a livra dos apetites vorazes de lesmas e roscas.


A flor é um prodígio de organização e de sofisticação. Surge na extremidade de um pedúnculo que parte do núcleo central de folhas. A coloração pode ser muito variada e sempre atraente para um tipo de insectos capaz dos trabalhos da polinização.

No plano superior da foto pode ver-se a multicolor e vistosa sépala superior ou dorsal. Descendo, seguem-se duas pétalas abertas de forma normal, inclinadas para baixo. Em plano inferior, desenvolve-se o muito atraente labelo em forma de bolsa. Ainda que não pareça, o labelo é também uma pétala, embora bastante diferenciada. Por detrás, quase totalmente ocultas situam-se as duas sépalas laterais. Temos assim três sépalas e três pétalas.
 
Os órgãos reprodutores estão organizados formando uma estrutura única  numa larga coluna ao centro. No topo da coluna, a antera com o pólen. Por baixo da antera, o estigma onde o pólen fica depositado em vista da fertilização, fundido com o pistilo, particularidade muito própria das orquídeas.
 
De cima para baixo, fotos foram tiradas no jardim, em 15, 17 e 21 de janeiro de 2013.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A APOSTA DAS ROSEIRAS


Nesta altura do campeonato, era suposto verificar-se o repouso vegetativo generalizado das roseiras. Mas, continuando os tempos mais molhados que frios  verifica-se, ao contrário, uma aceleração dos processos de divisão celular.    


A temperatura ambiente não é o único factor de crescimento da planta que também recebe, entre outras, informações sobre a quantidade e intensidade da luz que chega até aos seus receptores. E, nunca abrindo mão de uma possibilidade de desenvolvimento, investe por agora no sistema foliar. Aposta num final feliz em que terá alcançado a fase da produção de sementes viáveis antes que a atinja qualquer fenómeno adverso, nomeadamente as geadas. Não conseguindo, tentará de novo!
 
Que me perdoe, mas não sei se é caso de lhe desejar boa sorte. Afinal o frio é necessário.
Para já, o efeito é digno de registo.
 
Fotos dos últimos dias, no jardim.
 
 

sábado, 19 de janeiro de 2013

LEPTOSPERMUM SCOPARIUM "RED DAMASK" (URZE-DE-JARDIM)


No jardim, a pequena flor dobrada da urze-de-jardim brotou ainda em dezembro. Primeiro timidamente e agora numa profusão de cor! A flor aqui muito ampliada mede na realidade cerca de 1,8 cm de diâmetro e as folhas cerca de 0,8 cm de comprimento. São flores simples, sésseis (i.e.sem pedúnculo) de cinco pétalas dobradas e cinco sépalas.  


O maior dos nossos exemplares de leptospermum passa os três metros de altura.


As folhas, caducas, são pequenas (até 1 cm de comprimento), estreitas e de cor verde-bronze.
 
Sendo uma planta originária da Nova Zelândia e Austrália, tem-se adaptado muito bem ao jardim, alinhada com a forsythia (flor amarela), o ceanothus (flor azul) e com a fotínia (folha verde-vermelha) chegando a estar floridas simultâneamente lá mais para a primavera o que resulta num magnífico espectáculo. Prometo dar notícias.
 
 Suporta igualmente bem o frio e o calor e é de muito fácil cultivo. Venho poupando-a aos cortes das podas. Acabo por a limpar apenas dos caules secos. Eventualmente terei de encurtar alguns ramos já encostados á parede da casa. È multiplicável por estaca.
 
As fotos são de 12 de janeiro de 2013, no jardim.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

BATATA, contagem decrescente para a plantação




Com o tempo chuvoso, não se pode andar pela horta. Aproveitei, então, para adquirir semente certificada para a próxima plantação. Escolhi para este ano a variedade Mona Lisa, branca, para cozer ou assar, já muito experimentada aqui na região. O tempo de cultura está entre os 100 e 120 dias, a produtividade é excelente e a capacidade de conservação muito boa. A resistência ao míldio também se anuncia como boa.

Espalhei-as em local limpo, com pouca luz natural e com algum arejamento. Cobri com pano de serapilheira. No ano passado cheguei a humedecer a serapilheira para acelerar a brotação.


As batatas que comprei, amareladas, "pele" lisa e brilhante, estão naturalmente em período de dormência. Espero que brotem a tempo de as poder plantar na primeira quinzena de março. Isso dependerá da evolução das temperaturas. 

Já escolhi uma parcela fresca, não cultivada há vários anos. Continuarei a aumentar o espaçamento entre filas e com atenção ao enterramento suficiente dos tubérculos quer na plantação quer depois na amontoa, para não facilitar o contacto da traça com os tubérculos e evitar o esverdeamento e o escaldão.


Na primeira foto, uma das batatas da colheita do ano passado (o exemplar não é dos mais perfeitos mas era o que aqui tinha mais á mão...). Vêm-se as brotações (aqui chamamos-lhe grelos) nascidas a partir dos "olhos" ou "nós" da batata.
 
No extremo direito vê-se um pequeno tubo, já seco, que é o que resta da ligação da batata á planta mãe (espécie de cordão umbilical). Por baixo, dois filamentos brancos que são vestígios do sistema radicular. No extremo esquerdo vêm-se os brotos terminais que hão-de desenvolver-se em condições favoráveis, sustentados pelas reservas contidas no tubérculo.

A segunda foto foi tirada em 5 de janeiro do ano passado e ilustra as condições do tempo à época algo diferentes das de hoje. 
 

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

LANTANA, a flor em janeiro.



Enquanto não tivermos temperaturas mínimas em torno dos -2º C, poderemos contar com as flores (e folhagem) da lantana. Consolação menor. Normalmente, em meados de janeiro esses valores já teriam acontecido mais do que uma vez e a planta, despida de folhas e flores teria entrado em dormência que, afinal, lhe é necessária ... até para manter um bom estatuto de convivência com jardineiros e agricultores.
 
Sucede que em muitos países de clima tropical ou subtropical, a lantana é um problema muito complicado com que os agricultores se defrontam por se ter tornado aí numa planta de difícil controlo, invasiva e, para mais, muito perigosa para os animais que a ingiram por causa da sua alta toxicidade.
 

Na nossa latitude não tem sido tanto assim e não se espera que venha a abusar da nossa paciência. Em todo o caso, embora a menor velocidade do que o habitual, o processo de degenerescência da flor e da folha está em inexorável curso. Ele alcança primeiro o pedúnculo da flor ou o pecíolo das folhas. Consequentemente, passarão quantidades menores de alimento que progressivamente comprometerão o desempenho das suas funções e sobrevirá a morte desses órgãos. Sintomáticos, para já, são a visível e progressiva descoloração  e perda de vigor das folhas.
 
Na primeira foto tirada de cima para baixo, a inflorescência da lantana oculta a alta haste que suporta o seu todo e os curtos pedicelos de cada flor de comprimento igual que parecem elevar-se a partir de um mesmo plano do eixo principal (umbelas).
 
Passaram as cores vivas do verão (vermelho ou amarelo) e subsistem cores desmaiadas em rosa, amarelo e branco). Ainda assim é uma bela flor (melhor, inflorescência, contendo entre 20 a 40 flores singulares por cabeça) de forma tubular, com os bordos arredondados dos quatro lóbulos reclinados para fora.
 
Na foto de baixo uma infrutescência de lantana que passou a fase do verde vivo a caminho do preto que sinalizará a maturação plena.
 
As fotos são de 12 de janeiro de 2013, no jardim.
 

sábado, 12 de janeiro de 2013

NARCISSUS (NARCISO), primeira flor do ano.



Ainda que por demais prevenidos, é com surpresa que nos confrontamos com as primeiras flores das bulbosas. Afinal, estamos na primeira quinzena de janeiro, com chuviscos persistentes. 
 
Há dias que as venho seguindo e fotografando. E foi ontem que me deparei, numa única planta, com aquela mancha de branco e amarelo que associo á primavera... embora saiba que o narciso se antecipa sempre.


A chuva da madrugada e a que se avizinha, hão-de provocar rapidamente os seus estragos. Mas até lá, vivam as flores dos narcisos!
 
Ao centro, estames longos rematam com anteras carregadas de pólen amarelo-escuro. E, por entre eles, surge o pequeno tubo esbranquiçado do estilete que une o estigma ao ovário.
 
Á volta, em tons de amarelo, as pétalas fundidas formam a coroa, uma taça larga ou trombeta, consoante o desenvolvimento em altura.  O perianto, formado por três pétalas e três sépalas separadas, rodeia por sua vez a taça. O ovário situa-se num plano inferior. Segue-se, descendo para o solo, o pescoço, dobra de uma pequena parte do caule que inclina a flor para baixo e o caule propriamente dito.
 
Na mesma planta há botões por abrir. E muitos outros em diferentes plantas bulbosas pelo que voltaremos proximamente a este tema.

Fotos de ontem, 11 de janeiro de 2013.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

ROSMARINUS OFFICINALIS (ALECRINZEIRO), o orvalho que veio do mar.


No tempo da minha meninice e no pequeno jardim dos meus avós e, depois, dos pais, era já uma planta de cultura obrigatória usada em dias festivos do calendário católico, na decoração das ruas, do adro da igreja, da cruz em Domingo de Ramos e que se guardava em local destacado para queimar no tempo das provações e para tornar a casa perfumada. 
 
Hoje em dia é mais prosaicamente utilizado em culinária. A um nível muito mais sofisticado é usado em aromaterapia, fitoterapia, balneoterapia e, claro, na cosmética.

Originária da região mediterrânica e da família das lamiáceas (labiadas) a planta, mais pequena que o comum dos arbustos, dispõe os ramos com tendência para prostrados até perto do solo. Dá-se bem em solos de origem calcária, secos. No "monte" as flores do alecrinzeiro espontâneo são bem mais pequenas do que as cultivadas mas mais perfumadas. Já foi comum nos matos aqui em volta mas, hoje em dia, é mais fácil encontrá-lo cultivado em jardins e hortas.
 

As flores são de pedicelos muito curtos, pequenas,  em cor azul-pálido, ás vezes também em violeta. São muito aromáticas. Dispõem-se ao longo dos caules nas axilas das folhas, formando espiguilhas não ramificadas e indeterminadas ou seja,  exibem simultâneamente flores totalmente abertas, outras em botão e frutos (aquénios). Parecem florirem continuamente, mas o auge situa-se entre janeiro e maio. As abelhas visitam regularmente estas flores.
 
 
 Corola bi-labiada. O lábio superior é inteiro com dois lóbulos erectos ou curvados para fora e o inferior tri-lobado: dois lóbulos laterais erectos e um central, maior, côncavo, recurvado.
 
Na foto, de baixo para cima: 1. do lábio inferior - lóbulo médio, enorme em relação aos laterais que se lhe seguem; 2. do lábio superior - na vertical,  dois lóbulos erectos por detrás dos dois estames encurvados em forma de bengala.


No canto superior direito podem distinguir-se bem os dois estames (órgão masculino) salientes e encurvados, encostados aos dois lóbulos erectos do lábio superior. 


As folhas são lineares, coriáceas, de 1 a 2 mm de espessura e cerca de 2 cm de comprimento, persistentes, bordos enrolados, sem pecíolo (inserção directa no caule). Cor verde-escura na página superior e com penugem esbranquiçada na inferior circundada por uma finíssima linha verde.
 
As hastes são lenhosas.
 
Os frutos são aquénios de consistência mole. 

Prende muito bem por estaca semilenhificada, de cerca de 20 cm de comprimento com um nó e em qualquer altura do ano (preferívelmente em junho/julho) e é de crescimento rápido (até 1,80 m). Ainda não tem?
 
Fotos deste janeiro, no jardim.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

PREOCUPADO COM AS CHEIAS QUE AINDA NÃO CHEGARAM


As fotos foram tiradas na tarde do mesmo dia de sábado, dia 5 de janeiro de 2013, na aldeia.   Em cima, foto do rio Cértoma, sub-afluente do rio Vouga, para onde escoam as águas das chuvas e das nascentes naturais da região. O rio corre no seu leito natural.


No entanto, bem perto, no limite norte da várzea, mantêm-se lagoas como a da foto de cima. E os terrenos mais a sul permanecem completamente encharcados. Não deveriam estar!
É certo que já quase ninguém cultiva. Ainda assim, estes charcos  e o tempo morno (e, cedo, o quente e muito quente), em nada contribuem para  a saúde pública. 
Ainda não veio este ano uma "cheia a sério". Também têm decorrido anos a fio sem que o rio transborde para o leito de cheia. Esta situação só pode contribuir para o sentimento de negação do risco.
Mas há as cheias repentinas. E aqueles da minha geração, recordam-se bem das grandes cheias da nossa meninice. E não se fala, entre conhecedores, de ciclos de cheias com periodicidades de 50 e 100 anos de intervalo?
Então, porquê aqueles charcos todos nesta altura? Não serão as bem visíveis modificações, de iniciativa pública e privada, na bacia de escoamento? Não será altura de pensar a drenagem e actuar preventivamente?

domingo, 6 de janeiro de 2013

VIOLA ODORATA (VIOLETA-DE-CHEIRO)

 
As flores da violeta "odorata" são solitárias e aromáticas. O seu interesse vem daí e desde que os jardineiros se interessam por flores perfumadas pois do ponto de vista decorativo a flor é singularmente discreta e não muito abundante.
 
Compõem-se de cinco pétalas desiguais em violeta escuro, rosa-claro ou lilás e ocasionalmente em branco, duas superiores erectas, duas laterais e uma inferior. Por vezes diferentes cores coexistem na mesma mancha de violetas. A pétala inferior termina na base em espigão. As laterais são riscadas ao centro. Também apresenta sépalas e estames em número de cinco. 
 
 
Parecendo sair directamente do pecíolo vêm-se o espigão na base da pétala inferior(medimos 2 cm desde a base do espigão até ao limite da pétala), as laterais, as superiores e duas das sépalas envolventes. Na foto mostra-se o verso da flor.
 
O pedúnculo que antecede a flor é mais escuro e de secção mais estreita do que a do pecíolo da folha. No jardim têm cerca de 11 cm de comprimento. Distinguem-se bem na foto seguinte.
 
 
As raízes formam um tufo, donde parte um caule quase sem folhas e a meio ou acima brácteas em escama.
 
Junto à bainha, as folhas apresentam uma estrutura com o aspecto de escamas e formam uma roseta na base. Com cerca de 6 cm de comprimento são em forma de coração, levemente onduladas.


O fruto é esférico, de cor púrpura e desenvolve-se numa cápsula com três valvas e cerca de 7 mm. À medida que amadurecem verifica-se uma curvatura da coluna em direcção ao solo.
 
As formigas encarregam-se de dispersar as sementes. Esta planta tem tendência a espalhar-se rapidamente pelo jardim em tufos cerrados. Todos os anos tenho de arrancar uma boa parte para não as ver ocupando mais do que lhes tenho destinado. 
 
As nossas violetas encontram-se em lugares sombrios, geralmente debaixo das árvores em solo fresco ou na parte mais musgosa dos gramados. 
 
Na primavera as flores são de perfume mais acentuado do que as do final de outono ou inverno. Aliás são flores diferentes: na primavera são integralmente formadas mas são por regra estéreis, não produzindo sementes; no outono são mais pequenas, mas produzem abundância de sementes e são auto-fecundáveis. 
 
Fotos de janeiro de 2013, no jardim.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

PLANTAR BATATAS EM JANEIRO TÚNEIS BAIXOS



Plantar batatas, mesmo em economia de subsistência, é hoje uma ninharia que só lembra ao mais tosco, ao mais canhestro labrego dos casais de fora, ocupação indigna de qualquer intelecto médio, uma ofensa á moral e aos costumes quando muito explicável por atavismo. Não estão aí á beira da estrada, concorrendo com honestos comerciantes de carros usados, um número quase infinito de "barracas do gordo" oferecendo todo o ano sacos de batata, bem tostada do sol, a 3 euros?

Mas plantá-las nos primeiros dias de janeiro não lembra ao mafarrico: é ver o mundo ao contrário!

 
Pois foi a minha ocupação do dia de ontem. Escolhi uma superfície que há anos não era cultivada. A preparação do solo foi a mesma das normais plantações de batata. Usei batatas colhidas o ano passado, primeira produção com semente certificada. Mais uma vez plantei-as inteiras. No final a plantação foi protegida por um túnel baixo. Para mim tenho ser esta é a condição mínima das plantações de janeiro susceptíveis ás geadas, aos frios ventos e chuvas.


Para chegar a este ponto, ensaiei primeiramente a plantação em janeiro debaixo de árvores de folhagem persistente e copa baixa, no caso os citrinos. Não fui especialmente bem sucedido. Ainda insisti outro ano. Não: a persistir ainda acabaria sem batatas e sem citrinos! Mesmo que as árvores tenham benefiado do estrume e adubo, as raízes  muito á superfície (aqui chamadas pastadeiras), não gostaram das cavadelas ...

 
No ano passado experimentei a plantação em túneis baixos. Fiquei plenamente satisfeito. E quando a maior parte dos vizinhos se preparava para as plantações da primavera já as minhas batatas estavam quase prontas para colher!
 
Claro que também tenho vindo a fazer a plantação da primavera. Aí uso semente certificada e nova. Não preciso então de plantar maiores quantidades uma vez que, correndo tudo bem, terei disponível uma primeira colheita.
 
A quem se dedica á horticultura é absolutamente imprescindível o cultivo em estufa para poder apresentar com vantagem os seus produtos no mercado fora das épocas normais. Pena é que a pobreza de recursos inviabilize a aquisição de estufas bem estruturadas que resistam ás intempéries. Mas isso são contas doutro rosário.
 
Fotos do ano passado, no quintal.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

FATSIA JAPONICA (ARÁLIA ou FÁTSIA JAPONESA)


Inflorescência outonal, em panículos globulosos, pequenas flores terminais com 5 pétalas brancas donde sobressaem 5 estames com anteras brancas. Ao centro o ovário que se mostra branco do pólen. Sem este é castanho. É comum ouvir dizer-se que o interesse da arália está no valor decorativo da folhagem. Mas, por mim confesso, que mais do que a discreta presença da flor se tomada uma a uma, o que nos aparece e atrai é o magnífico conjunto dos globos branco-imaculado das inflorescências a rematar caules pernaltudos. Simultaneamente, com as flores abertas contrastam os botões verdes e brancos. Tudo isto, em dezembro, é um espanto! 
 

É um arbusto perene de rápido crescimento, da família das araliáceas. Pode ser cultivado em jardim ou em vasos no interior.  Exibe folhas muito grandes (cerca de 40 cm),verde-brilhantes, profundamente lobadas com 7 a 9 lóbulos e espalmadas.


É cultivável á sombra ou meia-sombra, em terrenos férteis. Quando bem situada requer poucos cuidados. Porém, no verão é conveniente manter o solo húmido. Poupemos a arália do sol pleno que fere a magnífica e exótica folhagem. Em caso de invernos rigorosos deverá ser bem protegida ou mesmo retirada para um interior abrigado e bem iluminado. Em vaso, no interior, pode atingir 1 metro de altura. No exterior é normal que alcance os 3 metros se não for controlada com as podas adequadas.
 
Á floração seguem-se os pequenos frutos carnudos, primeiramente castanhos e depois pretos.
 
 
Fotos de 6 de dezembro de 2012. Local: ajardinamento público em Coimbra.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

NO DIA DE ANO BOM

 

BOM ANO! SAÚDE!


Foto Malema, últimos dias de dezembro de 2012, no jardim: flor de dália.