terça-feira, 31 de janeiro de 2012

MAIS VALE UM SOLINHO DE INVERNO QUE ARRATÉL DE SABÃO


Depois de mais uma difícil noite e madrugada de Janeiro (oh crise que nunca mais passas!), lambidas as feridas, o tigre recolhe os primeiros raios de sol e trabalha o "relax".
Emagreceu, já se vê. Curioso é que a crise não lhe roubou o apetite dos pratos caseiros. Não chegam: a caça (alimento completo) anda muito esquecida. Não há tempo para tudo, que querem? E quando há conflito de interesses temos de optar pelo valor maior.
O pior são as ofensas morais: coligações espontâneas de toda a gataria de um quilómetro em redor, contra mim. Pudera! Isso não se faz a um animal (o burrana...) que deixa partilhar os seus restos, pratos sofisticados saídos das latas do tio Belmiro, o tal que está seriamente empenhado na construção do novo "tarecus consumista".

Sinto as (três) orelhas a arder. Alguém está falando de mim...ou são sequelas da tocaia nocturna de ontem? Já não bastava ter claudicado da pata dianteira esquerda toda a semana (e não estando ainda sarada,  nunca me inibiu de sair - o dever acima de tudo!). O meus dorso e barriguinha estão pontuados com arranhadelas por tudo quanto é sítio. Agora nem tolero as varridelas suaves do meu dono que antes tanto apreciava. Até a minha orelha direita foi fendida por um tremendo arranhão. Por vezes chamam-me "o três orelhas".
Vá, não faças pouco! Olha: ninguém sabe ao que há-de chegar!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

CALENDULA OFFICINALIS (MARGARIDA, CALÊNDULA) NO INVERNO


Se há planta fácil (facílima) de cultivar é a genericamente chamada margarida.

Nós recolhemos as abundantes sementes para na altura própria as lançarmos à terra nos locais e nos modos que entendermos, para as combinar com as demais plantas disponíveis. E para florirem na sua época própria i.e. entre junho e setembro.
No entanto, podemos sempre contar com a auto-sementeira das margaridas. Como é o caso das que mostramos hoje. 
E nascem por todo o lado: no jardim e na horta (perto dos locais do composto) e até nos caminhos.
Desta madrugada sofrem com os efeitos da geada que nos últimos dias tem sido a sério. Mas lá estão, bem aprumadas, mostrando que a dormência de inverno não é universal.
Fotos de ontem, no jardim.

domingo, 29 de janeiro de 2012

CALLISTEPHUS CHINENSIS (SÉCIAS), no inverno


Não me canso de admirar as plantas que ao ar livre normalmente produzem belíssimas flores em pleno inverno. Estão adaptadas, não é?Mas há aquelas que tendo como período normal de floração a primavera e o verão, como é o caso das sécias, mostram capacidade para tentarem a reprodução, em qualquer outra época. 
Aqui, trata-se apenas de um pé que entrou em botão há cerca de oito dias.
Acompanhei diariamente o desenvolvimento da flor.
Esta foto é de ontem, no jardim. Entre esta e a primeira medeia uma semana. Que tal? Será por ser nada exigente e de fácil cultivo que a sécia é tida entre nós, injustamente, por pouco mais que vulgar? Deixemo-nos disso: cultivemos sécias!

sábado, 28 de janeiro de 2012

JACINTOS UM CHEIRINHO A PRIMAVERA


Dentro de casa, mimados, ou ao tempo, no jardim, os jacintos continuam a desenvolver-se bem notando-se o crescimento progressivo da parte vegetativa. A floral tal como a primavera ainda vêm longe.



Dentro de casa, bem abrigados, boa temperatura, sem pressas. Visto de cima.


No jardim com desigual desenvolvimento mas, naturalmente, ainda estão com menos pressa do que no interior da casa.


Mas há sempre aquela planta mais precoce.


E surpreende que o resguardo do interior da casa não seja determinante para a maior  precocidade das plantas. Por comparação - sempre e de todo imprópria - no reino animal preferir-se-ia menos alimento e, pelo menos nesta época, o maior conforto calorífero possível. Mas está provado que estas plantas que resistem ao frio e florescem no fim do inverno, inícios da primavera, carecem para a sua maior performance, de muitas horas de frio entre limiares determináveis.


No exterior, sujeitas às irregularidades e inclemências do tempo, é certo, mas também mais arejadas e iluminadas por luz natural e sobretudo implantadas no solo rico em nutrientes. Ora, a partir do lançamento dos rudimentos de folhas para fora da terra, as reservas energéticas dos bolbos tornam-se insuficientes. Não há fotossíntese (e, pois, crescimento) grátis! (isto é, sem dispêndio de energia). Há que recorrer a outras fontes, as do solo, dos adubos, etc, que também para isso lhes crescem abundantes raízes.
Surgem assim as primeiras flores do ano e flores perfumadas. Delicado perfume a primavera. Renovação que nos dá alegria e surpreende sempre.
Fotos de ontem, no jardim.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

SEMENTEIRAS DO ANO GERMINAÇÃO CRESCIMENTO


Esta é uma das fases bonitas das plantas que se reproduzem por sementes. No dia 4 deste mês semeei favas, ervilhas e tremoço. O solo está leve. As temperaturas do solo, tal como as do ar têm andado relativamente amenas. Tendo em conta a falta de chuvas, reguei o terreno uma vez antes da germinação e com regador e crivo. Em cima, ervilhas após a germinação. Mas ainda não nasceram todas.


Os primeiros a germinar foram os tremoceiros brancos. Nasceram todos. Bom sinal relativamente à sanidade do solo. Em cima, numa foto de ontem, um tremoceiro muito jovem já em fase de crescimento, mostrando os cotilédones e dentro a gémula donde resultarão as futuras folhas.

Refrescando os conhecimentos de botânica da juventude: até ao emergir da planta ela vive das reservas contidas na semente. A primeira estrutura a desenvolver-se é a radícula de cor amarelo-esverdeada e forma cilíndrica que começa por romper o tegumento e com a qual a planta vai prender-se ao solo. Seguem-se as raízes secundárias de cor mais esbranquiçada, curtas e filiformes. Do tecido embrionário saem os rudimentos do caule (caulículo) cujo crescimento determina a emergência dos cotilédones, da gémula ou plúmula  donde haverão de sair as folhas e do meristema apical responsável pelo crescimento. Seguidamente formar-se-á um segundo par de folhas. Ao brotar do solo, inicia-se o processo de fotossíntese e a planta torna-se autónoma das reservas nutritivas da semente.
Em cima, outra planta de tremoceiro após os chuviscos de ontem.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

CAÇADOR DISTRAÍDO


Com a fresagem da terra, são agora poucas as áreas de quintal com muitas ervas daninhas, refúgio certo de bichezas várias.

A gata Mimi segue-me de cada vez que vou ao quintal. Passa largo tempo na caça. E tudo o que mexa a prende. Também tem preferência por estas densas selvas...vá lá saber-se, porquê? Um ruído... Alto vareta, comigo ninguém se meta! 
 Mas desta vez o que parecia ser um rato escondido, era afinal...um monstro!  Que focinho! E que patas! E morreu de susto, o palerma! E eu, juro, apenas lhe toquei levemente com a pata, nuns passou-bens...olha eu sou a gata Mimi e tu és...
És...um monstro fingidor, é o que tu és. Ainda há pouco mal mexias, parecias morto! Afinal estás de sangrar em saúde e queres mas é raspar-te. É assim que correspondes aos meus cumprimentos? Malcriado! Monstro, malcriado! E estúpido... e... bronco. Feio!


Olha! ...sumiu-se...!!! Bem...estúpido...bronco...Mas feio, era!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

TRABALHOS NA HORTA EM JANEIRO, outros


No passado dia 16 fiz a plantação de cerca de cinquenta novos pés de morangueiro. Dezanove foram comprados e os restantes são prata da casa. Habitualmente faço estas plantações em Novembro e com sucesso. Porém, em Novembro e Dezembro os morangais mostravam-se mais em tom verde (e continuam a florir) que com as cores de outono e inverno. Por isso fui adiando. Porém, tive de avançar agora pois pretendo que no início da primavera estejam já bem presos ao solo.


Não foi ainda desta que os plantei em camalhões. Até agora o maior inconveniente que tive foi o dos maiores trabalhos com a erradicação das ervas, porque aquele método não me desonera da limpeza de cada um dos morangueiros. Por isso tentei compensar afastando sobre maneira as linhas de plantação de modo a poder circular à vontade entre linhas.


Por outro lado, após a dupla passagem da fresa, achei a terra livre de ervas, solta e ainda suficientemente húmida. Ainda assim abiquei a regador cada uma das plantas e espero continuar uma vez em cada uma das semanas próximas (ou será que vem aí a chuva?) até concluir que estão bem pegados. Quanto às mudas que usei cá do quintal, limpei-as bem das folhas e raízes mortas ou partidas, das flores, e de parte das raízes mais compridas. Mas não eliminei completamente as folhas como nas adquiridas no comércio. Sempre assim procedi e não me tenho dado mal com isso! Continuarei a dar notícias dos morangais.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

TRABALHOS NA HORTA EM JANEIRO


Tendo em conta as temperaturas relativamente amenas com que têm decorrido as últimas semanas, resolvi iniciar algumas sementeiras em abrigo baixo que em princípio só teriam lugar daqui por uma a duas semanas. Estou a usar as camas em recipientes de plástico, com furos na base. Cubro o fundo com pequenos seixos e encho com terra vegetal. Depois de cobrir a semente, rego a crivo.  Estes abrigos recomendam-se por serem de fácil montagem. São compostos por aros metálicos (no meu caso é verguinha de ferro das obras) e filme de plástico. Posso sempre aumentar o comprimento pois disponho de vários aros.


E cubro com plástico próprio para estufas. Este plástico é sobre maneira caro, i.e. cerca de cinco euros o quilo. Mas espero fazer vários anos de sementeiras com o mesmo plástico. O comum, branco ou preto é muito menos caro mas dificilmente dura mais de um ano. Diariamente, em princípio, destapo cerca de metade para a renovação do ar.


 Ontem semeei em abrigo algum tomate coração de boi. Semeei não só o raiado a amarelo e verde, óptimo para saladas, como também o tomate totalmente vermelho. Mas tudo em pequenas quantidades.


Para o abrigo também transplantei ontem alguns pés de rúcula. Ali passarão os meses mais frios. Esta planta também não gosta de uma exposição directa ao sol.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

VICIA FABA (FAVA)


Em nossa casa sou eu o principal, quase único, provador de favas. Daí que ainda guardemos favas congeladas do ano anterior. Mas eu gosto desta cultura e insisto nela, como se verá. Semeei em novo local pois a área do quintal permite-me fazer a desejável rotação das culturas.

Este ano semeei mais cedo: 4 de Janeiro. Menos de vinte dias depois estão a brotar. Na passada sexta-feira dado que ultimamente não tem chovido e o solo é arenoso, reguei as novas sementeiras a regador, com crivo. As favas tinham surgido no início da semana e gostaram. Também surgiram os primeiros sinais de renovo noutras sementeiras.


Antes também recolhi as plantinhas de fava que espontâneamente nasceram na área do faval do ano passado. Quase uma brincadeira. Não se mostravam muito vigorosas. Ainda assim, replantei-as noutro local. A fotografia de cima é de uma delas, já a entrar em floração. Normalmente só entrariam em flor quando mais crescidas. E vejo ainda que nelas se passeiam já algumas formigas e pulgões. Vou acompanhar, como experiência. Darei notícias do desenvolvimento dos favais.

Todas as fotos são da passada semana, no quintal.
Depois de muita insistência tropecei, digamos, em novas soluções dentro deste modelo de Horta à Porta, incluindo o ressurgimento do cantinho dos seguidores,  o que naturalmente me deixa contente.

domingo, 22 de janeiro de 2012

TRABALHOS NA HORTA


Em anos anteriores tenho comprado o cebolo que planto. Essa escolha tem normalmente a consequência da aquisição tardia, já  sem grande possibilidade de grande escolha das melhores plantinhas e depois a sua plantação também mais tardia.


Este ano, graças à gentileza de D. Aida que também nestas coisas não brinca em serviço, tive semente de boa qualidade e os conselhos de que fizesse a sementeira resguardada em cama própria e no minguante.


Que me desculpe mas a sementeira foi em 12 de dezembro, creio que uns três dias antes do recomendado. Mas enchi uma caixa de esferovite com terra vegetal, limpei cuidadosamente, coloquei-a num local abrigado mas exposto ao sol, lancei a semente procurando, sem conseguir totalmente, que não ficasse muito cerrada, cobri ligeiramente, armei uma estrutura meio tosca de canas e tapei sobre elas com plástico branco.

As plantinhas nascidas há muito pouco tempo, têm ainda este aspecto super-frágil. No entanto, ainda não nasceu a maior parte. Esperemos que venham a nascer.

 
                                 

É mais uma  simples experiência. Também, por cautela, não apliquei toda a semente. E tenho sempre o recurso à compra do cebolo...

sábado, 21 de janeiro de 2012

URTICA DIOICA (URTIGA-MAIOR)


Junto a um dos muros divisórios do quintal orientado no sentido nascente-poente onde nunca chegam directamente os raios solares, as urtigas crescem todo o ano, mas muito especialmente nas épocas de maior humidade. Nesta altura têm algumas mais de um metro de altura. È uma daquelas plantas que se reconhece...de olhos fechados e pelo toque de mãos!


Estão viçosíssimas e o que é curioso é que por todo o lado apresentam folhas roídas. De facto as borboletas nocturnas e as suas larvas têm nelas preferência e sabem da arte de bem pastar.


Esta variedade de urtiga diz-se dióica porque os sexos se encontram separados por diferentes indivíduos. As flores fêmeas são mais esverdeadas e tombadas e as masculinas mais amareladas e têm um porte mais horizontal e estendido ou em espiga.


Entre iniciados românticos de vária extracção há os que esperam que a aplicação de um preparado feito com uns raminhos de urtigas em infusão de água durante dias, livre as plantas do ataque de ácaros, piolhos, pulgões e de outras bichezas. Outros enterram-nas esperando melhorar os solos com (no máximo) duas dúzias de pés de urtiga (mais já seria cultura e sem dúvida uma estranha cultura). Também se arriscam a não pequenas picadas os que usam essas dúzias no composto para acelerar a decomposição. Lamento ser aqui um céptico. Mas tenho de admitir podermos estar perante mais um nicho de mercado para a exportação.  


Parece que também haverá quem as prefira ao espinafre. É surpreendente, pois o espinafre cresce aqui  facilmente e por todo o lado(se o deixarmos). E é uma cultura sobremaneira simples e não temos que arriscar sermos fortemente picados. Com o espinafre fazemos maravilhosos esparregados, purés e sopas. Também admito que "cultivar" urtigas não dê absolutamente nenhum trabalho. Em locais sombrios e férteis, basta abandonar, deixar correr e elas surgirão e crescerão como espuma. Por mim sempre associei urtigas a desleixo.


Toda a planta está recoberta por pêlos ocos terminados em ponta que contêm uma mistura química. O contacto com uma ínfima porção dessa mistura provoca um prurido forte, nas criaturas desprevenidas. Os pêlos secos não são picantes. Ainda assim, não fiando... Da Vikipédia colhi também a informação de que esfregando na zona com folhas da plantago media (tanchagem-média) se obtém um certo alívio. Desconhecia. Se resultar teria piada pois que a tanchagem abunda no quintal e até perto das urtigas! Com a mesma esperança de alívio há quem aplique saliva. Melhor será prevenir!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

"SEGUIDORES"


Já dei aqui nota de que a mudança de modelo da Horta à Porta foi acidental. A partir de um imprevisto apagão do trabalho que adiantara de véspera para publicar neste espaço e das manobras que, tateando, empreendi para o recuperar, deparei-me inesperadamente com a Horta sob uma nova roupagem. E nunca mais consegui o regresso. Curiosamente, é-me fácil mudar, mas mudar apenas adentro dos novos modelos.

Há contudo quem (amigos) prefira o actual. Acontece que não consegui até hoje repor algumas das funcionalidades do anterior. Por exemplo, a pré-visualização integral, o que não é coisa de somenos! Mas isso é, digamos, comigo e com a máquina.


Já o cantinho dos impropriamente chamados "seguidores" teima em não aparecer. Curioso é que, internamente, estão lá todos, na rúbrica "painel". Quando se pretende repor essa rubrica o sistema remete-nos para a prévia actualização do modelo em uso. Parece simples. Afinal é um autêntico labirinto de Creta.


O problema é com aquelas pessoas que me deram alento para continuar este modestíssimo cantinho dando uma fotografia e um nome abreviado  ou só este e um clique no local apropriado. O seu número é relativamente diminuto? Também a qualidade da Horta! E poderia ser apenas um. Tanto faria. E se frequentam muito, ou pouco ou nada e, naqueles casos, se ainda gostam do que vêm, não sei. Tanto faz. 
Impõe-se, por isso, que do coração, lhes apresente o meu reconhecimento e as minhas desculpas.

E se alguém souber resolver este ovo de Colombo e quiser generosamente dar-me a solução no modo pedagógico adequado a principiantes ficar-lhe-ei muito grato.