sábado, 29 de junho de 2013

ETLINGERA ELATIOR (BASTÃO-do-IMPERADOR)


A imagem desta belíssima flor transporta-nos necessariamente para os ambientes tropicais de onde é originária, mais especificamente da Malásia  e Vietnam. Hoje em dia é sobretudo uma planta cultivada, fácil de encontrar em jardins tropicais, por todo o mundo, desde que garantidas as adequadas temperatura, humidade, abundância de luz e de regas. Fora isso, só em estufas sofisticadas se pode garantir a manutenção da planta e a produção de flores para venda todo o ano.


Repare-se no branco nacarado das flores a iluminar a cor dominante que com a perfeição das formas lhes dão uma áurea de artifício que remete mais para o sonhado do que para o real. Nas línguas inglesa e francesa é justamente denominada de  ginger torch e de rose de porcelaine.


A planta é vivaz e pertence á família das zingiberáceas parente próxima da família que inclui as bananeiras. Folhas e flores partem de raízes subterrâneas semelhantes a rizomas. As folhas em verde-escuro são persistentes e podem atingir os 5 m de altura em ambiente tropical e 2 a 3 m em estufa.  As flores agrupadas em inflorescências cónicas, saem de brácteas cerosas. São em vermelho ou cor-de-rosa vivos e medem cerca de 2 cm de comprimento.
 
As fotos são cortesia de JM que conhece o meu gosto por plantas exóticas. Retribuo a ternura com bjs.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

IXORA (IXORA)



Planta das áreas tropicais e subtropicais, com origem no sudeste asiático, a ixora dificilmente sobrevive fora desses ambientes quentes e húmidos. É um magnífico arbusto perene, da família Rubiaceae, de folhas verde-escuro, brilhantes, de textura dura, em posição oposta e floração na ponta dos ramos em vermelho, rosa, laranja, amarelo ou creme.  Muito ramificado e de caules lenhosos ou semi-lenhosos, pode alcançar os 2,50 m de altura mas começa a florir desde muito cedo. As flores são tubulares.


Á direita na foto, podem ver-se botões alongados que progressivamente abrirão em flores estreladas de quatro pontas. Floresce quase todo o ano.

Fotos gentileza de JM, primavera de 2013. Muito obrigado, bjs. 

terça-feira, 25 de junho de 2013

MÃE GATA

 
Mãe
De patins, de bicicleta
de carro, moto, avião
nas asas da borboleta
e nos olhos do gavião
de barco, de velocípedes
a cavalo num trovão
nas cores do arco-íris
no rugido de um leão
na graça de um golfinho
e no germinar do grão
teu nome eu trago, mãe,
na palma da minha mão.
 
 
—((                                                             Sérgio Capparelli 
 
 
 
Sérgio Capparelli, nascido em 1947, no Brasil,  escritor, jornalista e professor universitário, tem dedicado a sua obra literária a crianças e adolescentes.
 
Foto gentilmente cedida por JM. Obrigado, beijinhos.

domingo, 23 de junho de 2013

PELARGONIUM GRAVEOLEUS (PELARGÓNIO, GERÂNEO ROSA)

 
Sardinheiras ou gerâneos, talvez a mais comum das plantas de varandas e sacadas. As de hoje têm a particularidade do perfume das folhas.


As flores são irregulares. Cinco pétalas com tamanhos, padrões decorativos e formas diferentes. Comparem-se as duas superiores com as três de baixo. Na foto vêm-se claramente os estames.
 
 
É facílima de cultivar. Numa varanda fazem melhor efeito se em vez de em um as tiver em vários vasos bem juntos. Plantem-se em abril em boa terra, rica e porosa, cuidando para que os vasos drenem bem a água. Ficam bem mais vigorosas se de quinze em quinze dias lhe juntar um pouco de adubo líquido. Gostam de adubos ricos em azoto mas encontram-se adubos específicos no mercado. Retirar as folhas e flores velhas. No verão basta serem regadas duas vezes por semana, sem encharcar. No inverno pode-se deixar ficar a terra seca, sem prejuízo para a planta. Proteger das geadas. Multiplicação por sementes e por estacaria.
 
Fotos de 28 de maio de 2013, em Abrantes.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

MISOPATES ORONTIUM (FOCINHO-DE-RATO, SAMACALO)


Desde sempre achei graça ás flores do género boca-de-lobo ou boca-de-leão (antirrhinum majus), de cores variadas, cultivadas em jardim. Em crianças brincávamos apertando-as ligeiramente e desse modo provocando a abertura/fecho da "boca", mostrando as "goelas" e os "dentes".

  
 
A flor do samacalo é uma versão selvagem das bocas-de-lobo. Têm presença discreta no quintal e no jardim. São plantas anuais de porte erecto, com cerca de 60 cm de altura na maturidade. Flores em espiga, corola bilabiada sendo o lábio superior com dois lóbulos e o inferior com três, de cor de rosa, estriadas em tom mais avermelhado, levemente perfumadas e com cerca de 10 a 15 mm.   Caules, folhas e frutos da parte superior apresentam-se revestidos de pelos.
 
 
Na foto um fruto, cápsula de 5 mm. 
 
 
As folhas sem pecíolo e de tamanho desigual (as maiores de 6 cm e as menores com 2 cm) são estreitas, opostas na base e alternas na parte superior e inserem-se num mesmo nível do eixo.  
 
Fotos de ontem no jardim.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

DRIMIOPSIS MACULATA


Não é comum encontrar a drimiopsis nos nossos jardins ou sequer no interior das casas onde também é possível ser cultivada. A flor é discreta e só mesmo as folhas com manchas negras ou acastanhadas lhe dão um carácter singular.


Tem-se mantido desde há anos no jardim em local de permanente sombra, embora bastante iluminado pela luz reflectida pela parede branca a cerca de metro e meio. No final do verão desaparecem as folhas e os caules florais, para despontar na primavera seguinte a partir do pequeno bolbo subterrâneo.    

 
Não foi nada fácil identificar a planta que, afinal, pertence á família das jacintáceas. Não lhe conheço sequer o nome em português (nos EUA chamam-lhe "Little white soldiers"). Foi adquirida na florista que quando não sabe, aposta displicentemente num qualquer nome. Tem dado provas de robustez mas muita atenção ao frio e ás geadas. É susceptível de se alargar como planta de cobertura. 
 
 
A inflorescência em espiga mede actualmente seis centímetros e meio em altura e o caule floral vinte e dois centímetros. As flores são ínfimas - cerca de 2,50 mm - situando-se as masculinas ao nível superior e as femininas inferiormente. Começam por ser brancas e com o tempo tornam-se esverdeadas.


Aqui o aspecto da inserção das folhas basais e do caule floral (mais escuro e ao centro). È muito conveniente cobrir a zona dos bolbos com palhagem, antes dos frios.
 
As folhas são de dimensões desiguais. Presentemente as maiores medem cerca de dez centímetros e o pecíolo oito. Em média medem 9 centímetros e o pecíolo cinco. Relativamente ás fotos, anote-se que apenas as das manchas escuras, como nas duas primeiras, são  folhas da drimiopsis.

Fotos: as duas primeiras de 12 de maio de 2012 e as restantes de junho de 2013, no jardim.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

CEREJAS, uma colheita inesperada.


Num ano nada favorável ás fruteiras, surpreende a produção das cerejeiras mais novas. Este solo e a baixa altitude não lhes são nada favoráveis, sobretudo em anos particularmente húmidos como o que decorre. Ainda assim, por agradarem tanto á minha mulher por evocarem a paisagem natural da sua região de origem, as quisemos plantar. Também gosto de as ver sobretudo na época da floração mas, de facto, o esforço que envolve a manutenção não é de nenhum modo compensado pela produção de frutos. 
 
Tal como em anos anteriores, mal pintam, são bandos de descarados estorninhos e melros num vai-vem contínuo, saindo de bico recheado para logo regressarem sôfregos de todo. Impensável cobrir de redes as duas cerejeiras mais velhas. É fartar vilanagem! Mas nas novas, com risco de queda, lá andei escadote acima, escadote abaixo, tentando lançar e segurar as redes  sobre as copas já demasiado altas. Claro que fica sempre uma ou outra abertura por onde se introduzem os mais espertos e audazes da passarada e lá tive de libertar alguns que não encontravam a saída...
 
Tendo em conta a expectativa posso dizer que a safra está a correr bem. E até vai dando para todos (que os pássaros não ouçam isto...) No sábado foi muito agradável ver a satisfação dos amigos que connosco partilharam a mesa ao saborearem não as mais doces, nem as maiores, mas as mais isentas de pesticidas, únicas e impossíveis de encontrar no mercado.
 
Com pouco se contenta o pobre!

Foto de junho de 2013.

sábado, 15 de junho de 2013

CASSIA FISTULA (CHUVA-de-OURO, CÁSSIA-IMPERIAL)


Árvore ornamental muito exótica, de crescimento rápido. Pertence á família das leguminosas e é originária das regiões tropicais e subtropicais do sudeste asiático (é árvore nacional da Tailândia) podendo atingir cinco a dez metros de altura. É muito susceptível ás geadas resistindo melhor á seca do que ao frio. Estas árvores podem passar anos antes da primeira floração. Na foto uma árvore muito promissora, ainda jovem, mas já florida. Assenta-lhe muito bem o expressivo nome em português de chuva-de-ouro. Significativamente, em inglês é a "golden shower tree".


As flores, de cinco pétalas agradavelmente perfumadas, surgem na primavera, perduram no verão e enchem a copa imediatamente antes do aparecimento das novas folhas. Formam inflorescências em cachos pendentes de efeito espectacular, muito pretendidas pelos insectos polinizadores.


Aqui destacam-se os estames muito longos e recurvados. Entre dedos, sensivelmente a meio e em verde, o estigma. Acima e em linhas perpendiculares ao eixo vertical vêm-se dois finos pedicelos. Nas fotos anterior e posterior vêm-se longos pedicelos em linhas cruzadas, quebrando o efeito massivo da mancha amarelo-dourada das pétalas. È a primeira vez que vejo estas peças florais jogando um efeito estético muito significativo no conjunto da flor.

 
Folhas compostas, alternas, de quatro a oito pares de folíolos em verde-escuro. A folhagem é caduca.
 
O fruto é um legume. As sementes são tóxicas.
 
Fotos de maio de 2013, gentilmente cedidas a este portal. Muito obrigado, p. rus.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

REGISTO DE IMAGENS ... e de VOZ.



... o palrador está atento e exerce uma fiscalização de proximidade.
De qual será o maior efeito dissuasor? Do aviso escrito ou da indiscreta presença do tagarela?

Foto de fins de maio de 2013.

terça-feira, 11 de junho de 2013

VIENS, MON BEAU CHAT, ...

O Gato

Vem cá, meu gato, aqui no meu regaço;    Viens, mon beau chat, sur mon coeur amoureux;
Guarda essas garras devagar,                                    Retiens les griffes de ta patte,
E nos teus belos olhos de ágata e aço,         Et laisse-moi plonger dans tes beaux yeux
Deixa-me aos poucos mergulhar.                                Mêlés de métal et d,agate.


Quando meus dedos cobrem de carícias      Lorsque mes doigts caressent á loisir,
Tua cabeça e dócil torso,                                               Ta tête et ton dos élastique
E minha mão se embriaga nas delícias         Et que ma main s,enivre du plaisir   
De afagar-te o eléctrico dorso.                                      De palper ton corps électrique,


Em sonho a vejo. Seu olhar profundo,     Je vois ma femme en esprit; son regard
Como o teu, amável felino,                                         Comme le tien, aimable bête,
Qual dardo dilacera e fere fundo,             Profond et froid, coupe et fend comme un dard


E, dos pés á cabeça, um fino                                          Et des pieds jusques à la tête,
Ar subtil, um perfume que envenena                        Un air subtil, un dangereux parfum
Envolve-lhe a carne morena.                                         Nagent autour de son corps brun. 


Poesia de Charles Baudelaire, Les Fleurs du Mal, 1857; Não consegui identificar o tradutor para português. Fotos de maio de 2013.

domingo, 9 de junho de 2013

RHYNCOSPERMUM JASMINOIDES (JASMIM-ESTRELA, JASMIM-de-LEITE)


Da família das apocináceas, é uma trepadeira de excepcional efeito quer pela cor e perfume das flores quer ainda pelo verde das folhas.   


Há quem lhe aplique o corta sebes no modo da régua e esquadro, para lhe dar forma... Por mim prefiro vê-lo solto como aqui numa rua pedonal do centro histórico de Abrantes.


As folhas são persistentes, menos brilhantes no inverno com variações de tonalidade. Flores em forma de hélice. A corola aqui muito ampliada mede realmente cerca de sete milímetros.

A planta é de crescimento lento nos primeiros anos. Muito rústica. Surpreendentemente, tem boa resistência ao frio.

Este falso jasmim (o verdadeiro pertence a outra família, a das oleaceae) liberta um látex quando cortado.

Multiplicação por sementes e por alporquia. Basicamente, a alporquia consiste em envolver de terra uma haste que é segura envolvendo-a com pano húmido até surgirem as raízes, altura em que se corta para se separar da planta mãe.
 
Fotos de fins de maio de 2013.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

PLANTAS em VELHOS MUROS, CONYZA BONARIENSIS (AVOADINHA)


Não fora o posicionamento desta colónia de avoadinhas e passariam despercebidas. Trata-se de uma planta ruderal, anual, da família das asteraceae ou compositae bem adaptada aos meios urbanos, indesejável nos campos cultivados e que prolifera por todo o país. É sobremaneira rústica e resiste mesmo aos herbicidas mais potentes.


Esta colónia encontrou refúgio em alto e velho muro voltado a sul. Não se deixa alcançar á mão. Na base do muro é o passeio e depois a rua. Do lado oposto delimita o espaço de um pequeno quintal elevado. Achei excepcional este meio ambiente que, afinal, realça a planta e permite vê-la em perspectivas inesperadas.  


Os frutos em grande número estão maduros. A exposição facilita a acção do vento para a dispersão das sementes a longas distâncias. Uma adaptação feliz!
 
Fotos de fins de maio de 2013, em Abrantes.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

LICHNIS CORONARIA


È a primeira vez que dá flor. Generosidade de uma querida amiga, foi plantada no ano passado em local abrigado pois teme as geadas. Não conseguimos descobrir-lhe a designação portuguesa. Da família das cariofiláceas a que também pertencem o cravo e a cravina, as lichnis são originárias do sul da Europa e muito variadas. Em maio passado publiquei as fotos de outra lichnis, a l. flos-cuculi, ainda mais exótica e primária.
 
 
Aqui toda a parte aérea da planta em cor cinzento-azulado e prateada. 
 
 
Folhas de toque aveludado.
 
 
A lychnis coronária combina muito bem com uma das roseiras trepadeiras do jardim que com outros arbustos a protegem e lhe são úteis no inverno pois teme o frio intenso. A folha permanece durante o inverno salvo acidentes como a queima pelas geadas.
 
Flor de cinco pétalas em cor muito viva de vermelho-magenta, mais clara na direcção do centro. Planta muito rústica, adaptável a todos os tipos de solo bem drenados, preferindo os calcários.
 
Espera-se que ainda dê flores no próximo ano.
 
Multiplica-se á volta sem necessidade da nossa colaboração. Convém ir retirando os caules florais já secos para suscitar novas flores mas, claro, com o cuidado de não remover todos pois de outro modo não haverá sementes!

Fotos de finais de maio de 2013, no jardim.
 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

SMILAX ASPERA (SALSAPARRILHA-DO-REINO), a cor dos frutos.


Os sítios evocados nos temas anteriores relacionados com orquídeas selvagens, remetem para vivências marcantes desde a mais tenra idade.

 
Instruído com mil conselhos sabia que frutos silvestres eram comestíveis e quando os podia colher. Uns estavam tão imperativamente proibidos que nem sequer lhes tocava. Mas a experiência é a grande mestra da vida: pruridos cutâneos ou até indigestões, eram lições não menos eficazes do que as mais veementes recomendações.
 
 
Também abrangidas pela proibição de ingerir, as bagas da smilex podiam tornar-se elemento decorativo nos cenários construídos á sombra amena dos pinheiros mansos da Cardosa e Cabeços. O efeito das caprichosas circulações das lianas da salsaparrilha, ancoradas por gavinhas a outros arbustos, as folhas em forma de coração bordadas de espinhos e os cachos de frutos carnudos e pendentes, transportavam-me para os ambientes da selva tal como a imaginava a partir das absorventes leituras do "Mundo de Aventuras" e do "Cavaleiro Andante". 
 
 
As bagas começavam na cor verde, passando pelo vermelho, o rubi e depois iam escurecendo até se tornarem negras. Mas na fase retratada nas três primeiras fotografias são da mesma cor do vinho obtido a partir das castas cultivadas nos vinhedos circundantes, com dominância da baga, um deslumbrante tom super-sofisticado.
 
Fotos: a última de 27 de março e as demais de 26 de maio de 2013, na Cardosa nos limites da aldeia.

sábado, 1 de junho de 2013

ACTINIDIA DELICIOSA, (KIWI)


Do exótico espontâneo passemos ao exótico cultivado, o kiwi, que ganhou em poucas décadas, uma inesperada dimensão económica nesta região do litoral-centro sob a liderança a todos os títulos notável da cooperativa Kiwicoop.  


E assim, a área de plantação de kiwis de sócios da cooperativa abrange mais de duzentos hectares e uma produção anual de largos milhares de toneladas dos quais uma parte significativa é exportada para os mais exigentes países europeus. 
 
 
As imagens de hoje não são de culturas em grande escala como as que naturalmente são apoiadas pela cooperativa. Trata-se de pomares de fundo do quintal, de pouco mais de uma dúzia de árvores variadas que ainda assim garantem abundante fruta para consumo próprio.
 
 
Pomares-horta-jardim, ao pé da porta, contribuem para o auto-sustento, embelezam moradas, elevam os níveis de saúde física e mental. E já repararam na fresca ramagem, no vigor das folhas e beleza das flores?  Pomar? Sim, mas também prolongamento equilibrado do jardim ou ele próprio jardim.
Cultura nada complicada e compensadora, porque não deixarmo-nos tentar pelos deliciosos e exóticos kiwis, tão ricos em vitamina C, plantando para já (e na época própria) alguns pés?

 
Fotos de 19 de maio de 2013, do quintal da família S. na Mata.