sábado, 31 de janeiro de 2015

FRAXINUS (FREIXO, COMMON ASH, FRÊNE, FRESNO COMÚN, FRASSINO)




Nesta zona do litoral centro, altitude relativa inferior aos 50 metros, solos frescos arenosos ou argilosos recortados por uma complexa rede de drenagem que conflui para o rio após percursos da mais variada angulação, domina o bosque caducifólio. Em pleno inverno, ainda antes da primeira das habituais cheias mas com as águas toldadas das valas próximas de transbordar as margens, esta é uma imagem típica do arvoredo próximo das linhas de água. Sobre o lado direito da foto tirada em Dezembro, são visíveis freixos e, mais ao centro, choupos, estes de tronco branco-acinzentado e aqueles bastante mais escuros.


Aqui, os freixos também podem ser encontrados em pleno coração da aldeia. Desde quase um século, no adro da igreja, à entrada, um magnífico exemplar oferece no verão a mais agradável sombra que se possa desejar. Outros ainda, decoram um arruamento  recente que parte do mais vetusto dos cruzeiros de pedra.


 Fins de Janeiro: que há de novo com os freixos, desde o outono despidos de folhagem?  


Se olharmos com atenção podemos ver como, muito discretamente, estes últimos freixos se apressam a apresentar as suas minúsculas flores, dispostas em cacho, primeiramente as do género masculino  em tons de púrpura-escuro ou em castanho-avermelhado e depois na polinização em amarelo-esverdeado. A determinação do género nestas plantas é matéria muito complexa não acessível a um simples curioso, como sou. No entanto, poderá dizer-se que árvores há que dão apenas flores masculinas ou flores masculinas a par com flores hermafroditas sendo aquelas dominantes ou flores femininas.


Sendo a polinização feita pelo vento, as suas flores não carecem da protecção habitualmente oferecida por sépalas e pétalas de que são desprovidas, nem de investir na atracção dos insectos. As flores masculinas compõem-se de apenas 2 estames. As femininas  têm 1 ovário longo, 1 estilete e um estigma. 

Prenúncios de primavera?

Fotos de 24 de Janeiro de 2015, na aldeia, excepto a 1ª que é de 30 de Dezembro de 2013, no Freixial, limite da aldeia.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

CYCLAMEN (CÍCLAME, CYCLAMEN, CICLAMINO)


As geadas estão de volta. 


As plantas são mais ou menos susceptíveis às geadas. Os limites da resistência ao frio estão diversamente inscritos nos genes, bem como a capacidade de adaptação às variações próprias das estações do ano.


Dentro de certos limites, podemos contar com a resistência ao frio dos cíclames. As fotos foram tiradas  no último dia do ano, no jardim. Estas plantas estão em vaso no exterior onde passam todo o ano. O único resguardo de que podem beneficiar é o encosto à parede orientada no sentido noroeste. Não obstante serem já visíveis alguns pequenos estragos ao nível das pétalas por serem de textura mais delicada,  mantêm-se muito vistosos.


 Felizmente, as temperaturas extremadas podem exercer também um papel depurador. Sem quebra da muita estima pelas gloriosas flores de inverno dos nossos jardins, esperamos que, de outro modo, os efeitos das geadas atinjam significativamente o mundo dos insectos que incrivelmente ainda enxameiam os campos, obrigando - coisa nunca vista nem falada - ao uso de repelentes no inverno!