domingo, 30 de março de 2014

IRIS (LÍRIOS, BLUE YELLOW IRIS), em tons de azul e amarelo.


Pequenas vagas em tons pálidos de azul mediterrâneo com remotas sugestões douradas, cobrem um fundo amarelo de vários matizes. 


O conjunto das pétalas sugere movimentos ondulatórios com diferentes amplitudes e direcções. As três grandes tépalas externas (sépalas), voltadas para baixo, são delicadas conchas em tons de amarelo mais vivo na zona posterior esbatendo para a periferia. No interior do perianto as 3 pétalas um tanto pregueadas projectam-se para cima em tons discretos. 


As subtis riscas parecem divergir de um mesmo recôndito abismo, abrindo para o espaço aberto. 


Extraordinária complexidade da flor feita de elementos frágeis, delicados mas bem coesos. 

Fotos de ontem, no jardim.

sexta-feira, 28 de março de 2014

TRIFOLIUM SUBTERRANEUM (TREVO-SUBTERRÂNEO, SUBTERRANEAN CLOVER, TRÈFLE SOUTERRAIN)


Pelo seu pendor invasivo esta pequena herbácea tombada, ramificada, anual, da família das Fabaceae tem-me dado água pela barba.  


Há alguns anos, na tentativa de melhorar um espaço que resultou da demolição de uma edificação antiga, um jardineiro recém-diplomado em quem confiei, ali depositou umas carradas de terra dos pinhais, que paguei como de boa terra vegetal se tratasse,  onde plantámos guias de grama por ser mais resistente à seca e ser em geral de conservação menos trabalhosa. Além da falta de qualidade da terra, mal sabia que estava a importar uma notável infestante que rapidamente se impôs até abafar qualquer espécie de concorrentes a começar pela própria grama.


Cansado de ingloriamente arrancar ervas, já usei uma vez um herbicida  que só aparentemente as eliminou por duas épocas. Afinal reincidiu ainda com mais força. Como não sou favorável ao uso dos herbicidas e disponho de algum tempo, voltei à tarefa verdadeiramente ciclópica do arranque, uma a uma. Já experimentei a enxada mas como aqui e ali também há relva, prefiro o exercício para o que é necessária uma boa dose suplementar de paciência e persistência. Não lembraria a mais ninguém ...


As pequenas flores brancas e férteis são mais do que discretas e erguem-se em grupos de 3. Têm uma forma semelhante à das flores das ervilhas: 1 estandarte (pétala maior), 2 asas (pétalas laterais) menores que o estandarte e 2 carenas (pétalas ventrais, soldadas). Há depois inúmeras flores estéreis apenas com cálice. Na altura da frutificação o pedúnculo dobra e ancora no solo usando uma espécie de grampos para aí frutificar. O fruto é uma pequena vagem. Na foto são visíveis o cálice avermelhado e em verde os finos lóbulos do tubo da corola e as pétalas da corola que rodeiam os 10 estames, 1 estilete e 1 estigma no interior.  Folhas compostas, trifoliadas, folíolos em forma de coração, alternas, longos pecíolos, com muitos pêlos tal como os caules. 

Fotos de ontem, no jardim.



quarta-feira, 26 de março de 2014

AZALEA (AZÁLEA, RED AZALEAS)


Corolas de 5 pétalas vermelhas unidas no interior da base. No exterior da base, 5 sépalas de forma triangular, em verde claro, algumas visíveis na foto. A pétala cimeira é a pétala dorsal. De cada um dos lados desta, uma pétala-asa superior. Para baixo, duas pétalas-asa inferiores. 


Dois estames por pétala com filetes em cor-de-rosa e anteras em tons de púrpura, com brilho de pérolas. Talvez mais nítido na flor superior da primeira foto,  um tubo longo e inclinado para fora (i.e. para a esquerda), é o estigma que remata um longo estilete. 


As folhas terminam em ponta e são finas e macias, com pêlos fracos e densos, caducas.


Há anos que estas azáleas não ofereciam aos olhos flores tão perfeitas. São pequenas plantas de vaso que mudámos para o solo num espaço do jardim com menos acesso e por isso não tão bem cuidado, sem luz directa do sol, mais húmido e exposto aos ventos frescos do inverno e primavera. Noutros anos as folhas apareciam com coloração amarelada, enfraqueciam e acabavam por cair mais cedo.  Este ano,  de abundância de água das chuvas e com mais cuidados, as azáleas estão aparentemente vigorosas e recomendam-se. Creio que os factores decisivos que desconheço, estiveram muito para além do melhor cuidado do jardineiro. Conclusão: persistir nos cuidados e esperar, esperar sempre...

Fotos de 16 de Março de 2014, no jardim.

segunda-feira, 24 de março de 2014

FREESIA. (FRÉSIAS, em botão, FREESIA BUDS, BOURGEONS de FREESIAS)


Freesia hybrida em botão. Ele cresce envolto num par de brácteas (espata) que o rodeiam. A parte cimeira do botão revela a tonalidade da flor. 


Em flor aberta.


Na foto, inflorescências de freesia alba com diferentes fases de desenvolvimento da flor. Bem visíveis as espatas, em verde.


Botão de flor roxa.


Flor aberta.

Fotos da passada semana, no jardim.


sábado, 22 de março de 2014

MAHONIA, flor (OREGON GRAPE)


Esta variedade de mahonia (aquifolium?) tem dois tempos de glória: o da floração e o da frutificação. E, em permanência, apresenta uma folhagem que dá nas vistas (mas, cautela por ser espinhosa) que, por poder confundir-se com a do azevinho, também é designada na língua francesa por "mahonia faux houx", isto é, "mahonia falso azevinho".


No entanto a sua glória maior está na floração que ocorre em finais do inverno, início da primavera, entre as primeiras a surgir para deleite dos jardineiros e dos insectos polinizadores. 


Na foto, do lado direito, vêem-se entreabertas corolas de 6 pétalas, cor amarela-ouro brilhante, delicadamente perfumadas, envolvendo de muito perto 6 estames aqui não distinguíveis que no centro da flor lhes são opostos. Do centro para a periferia, às pétalas seguem-se as 6 sépalas abertas para fora e claramente mais largas do que aquelas, agrupadas 3 a 3, sensivelmente em 2 tamanhos diferentes.  Na base da flor estão 3 brácteas verde-amareladas. À esquerda flores em botão.


As flores com nítidos pedúnculos são hermafroditas e agrupam-se em inflorescências racemosas compostas.  Plantas muito fáceis de cultivar, são uma mais valia no jardim

Fotos de hoje, no jardim.

quinta-feira, 20 de março de 2014

COTYLEDON ORBICULATA VAR "OOPHYLLA"


Uma suculenta, notável pela requintada beleza das flores e pelas folhas espessas e arredondadas quase cilíndricas, de cor entre o verde e o acinzentado. As flores são pendentes. Cálice curto de cinco sépalas. Corolas mais longas que os cálices, de pétalas fundidas, cinco lóbulos recurvados para fora em vermelho vivo na parte interna. Já o exterior do tubo  se apresenta de um vermelho-laranja, coberto como está por uma espessa camada de encerado. O tubo alarga-se na base e depois mantém-se de diâmetro constante. Destacam-se os dez estames, em amarelo, inseridos no fundo da garganta, saindo do tubo. 


Flores novas coexistem com botões e restos de flores velhas nada chamativas que ao caírem suscitam nova floração.


Inflorescências terminais coroam os caules erectos. 


Folhas vigorosas, carnudas, perenes, achatadas no topo, pequenas e arredondadas, surgem opostas em grupos cruzados em torno e na base de ramos curtos.

Cotyledon orbiculata var "Oophylla"?

Fotos de 13 de Março de 2014, colecção D. Lurdes.

terça-feira, 18 de março de 2014

ORQUÍDEAS em FLOR


Em tempo de sementeiras é o sufoco. Chamei a mim a limpeza do terreno, passei uma e outra vez com a fresa,  abri regos, apliquei estrumes, plantei. A plantação maior é a da batata. Nestes dias também plantei couve, alface, tomateiros, pimentos e não sei que mais. Quase não sobra tempo. 


Ainda vou plantando árvores e arbustos decorativos de jardim. Num caso, o solo pobre foi aberto à picareta, cheio com terra vegetal depois de cobrir o fundo da cova com estrume bem curtido. Hoje também foi a vez do acer palmatum.


A pouco e pouco o jardim vai ganhando forma.


Para distender, vem a propósito um pouco de cor e de exotismo. As orquídeas das fotos estão ao cuidado de D. Lurdes, senhora de grande sensibilidade para trabalhos manuais e artes decorativas. Não poderiam estar melhor entregues! 

Fotos de 13 de Março de 2014.

domingo, 16 de março de 2014

MAMMILLARIA VETULA ssp GRACILIS


Confesso que numa primeira vista, os cactos das fotos me pareceram estar em plena floração, carregados de pequenas flores brancas. Não! Não estão em floração.


O que se vê de branco são espinhos curtos e espessos, reunidos numa pequena área saliente que constitui a aréola dos caules. Ainda bem que não me ocorreu conhecê-los pelo tacto... Os espinhos são afinal folhas reduzidas e modificadas muito especiais e tanto, que nestas plantas a função clorofilina é uma das funções dos caules sempre verdes, como se pode notar. Grupos destas aréolas munidas de espinhos distribuem-se pelos lados e parte de cima da planta segundo uma forma globular. A denominação em inglês do cultivar Arizona Snowcap da espécie Mammillaria vetula sugere uma cobertura de neve. 


Os caules mal se vêem, envoltos como estão pela profusão de espinhos brancos. Têm a forma de cilindros curtos. As flores são branco-creme com pequenas riscas rosadas ou acastanhadas e surgem na primavera ou no verão. Deveras singular, este cacto!

Fotos de 13 de Março de 2014 no jardim de D. Lurdes. 

sexta-feira, 14 de março de 2014

KALANCHOE PUMILA (CALANCOIS, COERANA, SILVER GRAY, CALANCOLE)


Após alguns anos sem florir, surpreendeu este ano a cuidadora, a nossa amiga e vizinha D. Lurdes, que não tardou em dar-nos notícia com o convite, logo aceite, para o fotografarmos. O espaço que lhe reserva é o mesmo que com muito sucesso dedica em geral às suculentas e orquídeas. Voltado a nascente e abrigado de norte, sul e poente recebe luz e calor reflectidos pela parede a norte e está defendido a sul dos excessos de calor do verão. Um local óptimo e que, para mais, colado à habitação, está ao alcance fácil dos seus cuidados.


A Kalanchoe da família das crassuláceas, é originária de Madagáscar. Caules finos e frágeis. Flores de 4 pétalas em tons rosa-lilás, agrupadas em inflorescências (panículas). As pétalas têm a particularidade de se recurvarem apresentado 8 estames.


Para favorecer a floração poderá tentar-se o transplante anual no outono para um vaso um pouco maior. E não exigirá muito mais do que um toque de adubo fora da estação de repouso vegetativo e muita atenção com as regas antes que as folhas dêem sinal  de enfraquecimento mas sempre moderadas sob pena de provocar a morte da planta. 


Folhas ovais em cinzento prateado com leves toques em tom rosa. Margens dentadas. Antes da floração a cor e disposição da folhagem não é particularmente atractiva. As folhas se ingeridas, são tóxicas.

Multiplicação por reprodução vegetativa: plantação de estacas foliares de caules e folhas em vaso, em local protegido de luz directa; mantê-las levemente húmidas. Dentro de um mês terão nascido as raízes.

Tipicamente suculenta, tolera bem a seca e dá-se em locais de muita luz mas não directamente expostos ao sol. Também é planta de interior e é óptima para decorar um cestinho pendente. Escolher então um local bem iluminado à janela.

Fotos de ontem.

quarta-feira, 12 de março de 2014

BELLIS (MARGARIDA, LAWN DAISY, PÂQUERETTE, CHIRIBITA, PRATOLINE)


Simples, ainda que não tanto como as pequenas margaridas dos relvados,


de tons suaves, mas chamativos,


quem lhes fica indiferente?

Fins de Fevereiro de 2014, em estufa.

segunda-feira, 10 de março de 2014

CHEIRANTHUS CHEIRI ou ERYSIMUM CHEIRI (GOIVEIRO-AMARELO, WALLFLOWER, FIRE KING, GIROFLIER JAUNE, ALHELÍ AMARILLO, VIOLACCIOCCA GIALLA)


Segundo ano no jardim, primeiro a florir. Valeu a pena esperar, muito obrigado Aida e Edgar.


Planta espontânea originária da região mediterrânica oriental é capaz de habitar velhos muros e ambientes pedregosos em geral. Há muito foi naturalizada como ornamental de jardim. Pertence à família brassicaceae (cruciferae), a mesma das couves. Parentes próximos são igualmente os goivos (matthiola incana).


Quatro pétalas em forma de cruz unidas na base, 6 estames dos quais 4 altos e 2 curtos e ao centro o gineceu. Na segunda foto são evidentes as 4 sépalas em verde com tons violáceos.


Inflorescência em rácemos (ou cachos) de flores em amarelo vivo a castanho alaranjado, muito perfumadas e no início de Março são das primeiras a merecerem a visita das abelhas.


A planta desenvolve-se e multiplica-se muito rapidamente através das sementes. 

Fotos de ontem no jardim.

sábado, 8 de março de 2014

LAURUS NOBILIS, (LOUREIRO, BAY LAUREL, LAURIER NOBLE, ALLORO), em flor


Planta aromática muito usada na cozinha tradicional da região, tinha um lugar certo mas controlado, no quintal. Actualmente, o loureiro multiplica-se a olhos vistos pelos campos abandonados e torna-se indesejável.  


Imagem muito ampliada da pequena flor de loureiro em tons de amarelo claro. 



A maior parte das angiospérmicas é hermafrodita isto é, cada indivíduo apresenta órgãos sexuais dos dois sexos. Não é o caso do loureiro que segue a regra da maioria dos vertebrados em que os sexos se encontram separados em indivíduos diferentes. 
Na flor da foto, quatro tépalas fundidas na base, 8 a 12 estames amarelados e na base de cada um, dois nectários opostos, em amarelo mais carregado, onde se produz o pólen. 


Já as flores femininas apresentam ovário súpero, 1 estilete, 1 estigma e 2 a 3 estaminódios, parecidos com estames, que não se desenvolvem até à maturidade e não chegam a produzir pólen. Apenas as flores femininas produzem frutos que são bagas de uma só semente.


Flores pedunculadas, perfumadas, agrupadas em inflorescências de pequenas umbelas de 4 ou 5 flores a partir das axilas das folhas.


Flores da semana corrente, algumas desta manhã no limite da aldeia e no jardim.