terça-feira, 31 de maio de 2011

TREMOCILHA ADUBO VERDE

Aproveitando a prata da casa, isto é as sementes de cada ano, tenho vindo a alargar a área da tremocilha no quintal. É reputada de óptima para melhorar os solos entre colheitas, pela capacidade de fabricar azoto assimilável pelas plantas. É adubo verde.
Para além disso as tremocilhas concorrem fortemente com as infestantes e na primavera dão uma mancha de forte cor amarela vivo, sob o fundo verde da folhagem.
Embora não ofereçam nectar, nem por isso deixam de atrair os insectos que nelas se deliciam com um líquido açucarado.
O trabalho de recolha das sementes requer muita paciência e tempo. No meu caso é puramente manual e só o faço por prazer. Economicamente não é justificável.
Mas a sementeira natural começa agora. As espigas que antes foram amarelas são agora castanhas e abrem espontâneamente ao calor do sol. As sementinhas caem no solo e ficam à espera das primeiras chuvas de outono.
Está provado que o solo arenoso do quintal é um bom meio para a tremocilha. No próximo ano vou experimentar também o tremoço.
Já me estou a ver a demolhar os tremoços em água e sal para perderem as toxinas e a cozê-los para finalmente os saborear. O tal alimento que nunca sacia a fome e que foi o "marisco" preferido de um distintíssimo atleta... 

segunda-feira, 30 de maio de 2011

FRAMBOESAS PLANTAÇÃO ANTIGA


Pela lei das cautelas, ao fazer este ano plantações de groselheiras em local novo, com mais sol, usei estacas das plantações antigas mas mantive esses cultivos. Mantive, mas redobrei os cuidados. Desbastei no todo os canteiros (são arbustos muito invasivos), limitei o número de pés em torno de uma haste principal, podei as varas que tinham dado fruto (pois não voltariam a dar fruto e dispersam a energia), cortei os lançamentos secos e finalmente atarraquei as hastes. No início da primavera à rebentação, lancei algum adubo. Fui controlando à mão as infestantes. Verifiquei o estado geral das plantas.
As plantas responderam com frutos saborosos e em quantidade recorde. Conclusão: enquanto as minhas forças o permitirem vou manter as plantações antigas de groselha.

ROSINHAS EM RAMO


Uma a uma, não darão nas vistas. Mas a natural composição assimétrica do conjunto é uma lição de beleza em simplicidade.

GROSELHEIRA


Depois das framboesas, das amoras silvestres e dos morangos, vistos os bons resultados, também as groselheiras irão mudar de sítio.   Actualmente vivem bastante afrontadas á sombra da tangerineira e indignamente rodeadas de uma selva inqualificável. O ambiente é ali muito húmido. Ainda assim, lá exibe os seus cachos de groselhas.
No próximo inverno plantarei novas estacas de groselheiras próximo das framboeseiras deste ano. Prometo dar-lhes uma nova atenção: vida desafogada, solo estrumado e adubado quando for caso disso, limpo de concorrentes, podas com critério...Terei de comprar algumas novas pois quero ter produção suficiente para confeccionarmos a boa geleia de groselha, já que os frutos produzidos não são suficientemente doces para comer em natureza, mas dão aquele bom travo que equilibra o gosto da doçaria. Veremos como se comportarão, mas há que dar aquela ajuda.  


domingo, 29 de maio de 2011

MEDRONHEIRO



De copa arredondada, folha persistente, flor entre o branco e o róseo é ainda mais bonito na época dos frutos que pontuam de vermelho o fundo verde escuro da folhagem. Plantei-o junto ao muro que dá para a rua. Limito-me a chegar-lhe alguma água quando o tempo vai demasiado seco. Na primavera também não o deixo sem alguns grânulos de adubo. No todo é nada exigente e é um belo arbusto decorativo.

FEIJOCA RECUPERADA



Boas notícias: as feijocas parecem finalmente recuperadas. Terão sido agredidas por jactos demasiado próximos do pulverizador mecânico?

FEIJOEIRO COMUM


Feijoeiro comum, vizinho das feijocas, de vento em popa.

sábado, 28 de maio de 2011

ROSAS


Haverá quem se canse de tantas rosas. Não eu.

SEMENTEIRAS EM MAIO UMA SEMANA DEPOIS


Semeadas em 21 deste mês, uma semana depois, o milagre... as "courgettes".


Os pepinos ...


As couves...

CRISÂNTEMOS


Crisântemos, sim, mas ao ar livre, a florir em Maio...!
Este ano deram-nos  novas estaquinhas de crisântemos que plantei no quintal num local abrigado que apenas recebe luz indirecta do sol, junto a um muro. Durante demasiado tempo estiveram entre cá e lá. Fui mantendo a frescura, regando. Pegaram. Adubei. Todos os pés estão agora viçosos e dois com flor. Em Maio, ao ar livre...!

COURGETTES PRIMEIRA COLHEITA DO ANO



Começamos  a colheita da primeira plantação. Usámo-las como salada, combinadas com alface também do quintal.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

CRAVOS TÚNICOS


Cravos túnicos dobrados. Como se vê fazem uma mancha muito bonita. São robustos e pouco exigentes.
Na altura própria a minha mulher há-de recolher as sementes competindo com bandos de pintassilgos. Para o ano volta a semeá-los em linha em canteiro próprio. Dá muitos raminhos de plantinhas para transplantar.
Têmo-los espalhados pela horta. Primeiro em torno de tomateiros. Agora também guardam várias outras culturas. 

BELEZA ESCONDIDA II



Dia-a-dia mais bela ...!

DENTE DE LEÃO



Teu pai é careca ... ou peludo? Soprávamos os frutos. A qualquer resultado, ríamos, ríamos, crianças que éramos.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

ROMANZEIRA A FLOR


Pormenor da flor já fecundada.

MACIEIRA BRAVA


Ás vezes também nascem espontaneamente. Nesta horta ao pé da porta também nasceu uma macieira cuja semente só pode ter sido trazida pelos pássaros. Está muito encostada a uma nogueira. Mas enquanto não a prejudicar notoriamente vou conservá-la. Está vigorosa. Faz uma mancha bonita. E também faz de sebe. Os frutos são necessariamente muito pequenos e não atingem aquele ponto de maturidade necessária para consumir.
Mas a minha mulher já os usou em compotas. Em Fevereiro próximo vamos enxertá-la.

PEPINOS EM FLOR



E alguns já com fruto. Está a resultar o empalhamento em torno do caule. Mais tempo de frescura, menos ervas daninhas.

ERVILHAS


Ervilhas de grão já colhidas e  em parte consumidas. As sobrantes foram congeladas. Estamos agora a colher as ervilhas de quebrar. Apesar de algumas regas ligeiras que apreciam, acusam os efeitos destes dias de sol muito intenso. Por isso vamos concluir a colheita e fechar a estação das ervilhas deste ano.
Para o ano vou espaçar ainda mais o intervalo entre linhas (para 0,70 m), tanto mais que disponho de espaço.  Espero fazer a primeira sementeira mais cedo, isto é, nos princípios de Outubro (o ano passado semeei a primeira nos últimos dias de Outubro - ervilha de grão associada com a sementeira da fava). Para isso, também conto preparar a terra mais cedo. Se houver um falhanço ainda poderei fazer nova sementeira. Mas não vou repetir as sementeiras associadas de fava e ervilha. Prefiro agora apoiar as ervilheiras em estacas em vez de usar as faveiras. Tentarei semear umas e outras no lugar mais abrigado dos ventos. O que não é assim tão fácil de encontrar.
Este ano também semeei ervilhas de quebrar em 9 de Março, com um resultado fraco e um mês depois semeei novas  ervilhas de quebrar com a boa colheita em curso.  A semente destas últimas vinha embalada em saquetas fechadas. As demais comprei a granel, embora me garantissem estarem tratadas. Pelo menos eram coloridas... Conclusão: as sementes das saquetas fechadas, mais caras, parecem-me também mais fiáveis. Será assim? 

quarta-feira, 25 de maio de 2011

HORTÊNSIAS AZUIS


Por mim, prefiro o azul escuro, muito vivo, dos Açores da minha juventude. 

HORTÊNSIAS COR DE ROSA



Mas há quem goste de cor de rosa! E tem bom gosto.

COBRAS NO QUINTAL


As redes de cobertura dos morangais já têm apanhado melros e passarinhos vários. Entram atraídos pelos frutos maduros e depois não conseguem sair. Sou eu que, de bom grado os safo daquela ingrata e perigosa situação. Apenas uma vez, após um fim de semana muito quente, encontrei um passarinho já morto, certamente de sede.
Ontem, dia de calor intenso, ao final da tarde fui colher morangos no limite sul do quintal. Ouvi soprar e logo vi, a cerca de um metro, uma cobra assustada enrolada na rede.  Quanto mais tentava desembaraçá-la mais ela se enrolava vigorosamente na rede. Conseguia erguer a cabeça voltando-a para mim e com a secção ainda livre lançava-a na minha direcção a ver se me assustava e a deixava em paz.
Finalmente, com a preciosa ajuda do meu filho e da tesoura de jardim (de cabo longo!) fui cortando a rede aqui e ali até libertar o bicho. Lá seguiu em alta velocidade á sua vida.
Consultei livros. Tenho pena mas não consegui identificar a espécie. É que, por razões óbvias não quis tirar fotografias de muito perto ... E assim em nenhuma das várias que tirei  consigo ler os detalhes que as distinguem. Sabia da existência no quintal destas bichezas não porque já antes as tivesse visto, mas porque várias vezes em verões anteriores me deparei com os respectivos "casacos" (todo o tubo de pele) abandonados ...
E pronto: uma rede que ficou reduzida a pouco. E a satisfação por ter conseguido safar de uma morte certa um bicho geralmente odiado que se limita a viver a sua vidinha sem prejudicar nada nem ninguém, além dos ratos. 

terça-feira, 24 de maio de 2011

LÍRIOS DO CAMPO


Olhai! Como são belos!
De todos, os mais belos são os que despontam á beira da vala do Freixal. Terreno argiloso, água ao pé, resguardados do sol directo. Hei-de fotografá-los. Duvidoso é  que suportem um transplante para o jardim.

JARROS



Jarros, uma presença constante no nosso jardim. Exigem quase nada:  um lugar húmido e pouco mais. A sebe mista guarda os jarros dos raios solares directos e mantêm-nos frescos por muito mais tempo. As suas folhas brilhantes são tão decorativas como as flores, também conhecidas por flores de leite.

FEIJOCAS


As feijocas dão muitíssimas e magníficas flores que permanecem abertas por muito tempo. Crescem, crescem e tanto, que há que contar com o reforço dos suportes. Contamos que no final possamos deliciar-nos com as gostosas e belíssimas feijocas, brancas ou azuladas não esquecendo de guardar algumas das melhores para semente.
Nos anos anteriores tive alguns problemas com a antracnose do feijoeiro. Por isso, este ano pulverisei preventivamente os feijoeiros contra a antracnose. E aproveitei a calda preparada para o míldio da batateira que é a mesma recomendada para aquele mal do feijoeiro, bem como a dose. Na foto acima vêem-se as folhas da feijoca pulverizadas recentemente apenas com o produto contra a antracnose.
Desta vez, os feijoeiros apresentavam-se atacados pelo piolho (afídeos). O insecticida recomendado para o combate do escaravelho da batateira é o mesmo para os afídeos do feijoeiro e a dose a mesma. Por isso, na passada sexta feira apliquei nos feijoeiros a mesma calda usada no batatal para o míldio e o escaravelho, verificando previamente que eram compatíveis e respeitando as proporções indicadas.
Porém, as feijocas ao contrário de todos os demais feijoeiros, reagiram mal. Algumas das folhas das feijocas mostram-se agora com menor vigor, tristes. Os demais feijoeiros quer os de trepar, quer os rasteiros continuam viçosos.
Que fazer? Fico apreensivo, pois resta-me aguardar a evolução do processo. Prevendo-se para hoje e amanhã um aumento da temperatura, procedi ontem à rega dos feijoeiros. Veremos se a feijoca reaje positivamente à rega.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

CACTO



Humilde, porém sem prescindir de beleza. Uma simetria organizada arquitectonicamente. Se fosse (apenas) perfeitamente geométrica, seria uma monotonia. Onde está o foco desta construção natural? Algures, na planta ou fora dela? Têm "a palavra" os insectos polinizadores ou o vento. 

AZEVINHO



Temos duas variedades de azevinho. Mas enquanto este, mais recente no jardim, está carregado de bagas que em Dezembro estarão vermelhas, o outro, com o triplo do porte e de folhas mais recortadas é mais vistoso na época da floração (flores brancas).  

ALHOS


Na passada semana, colhemos os alhos do talhão semeado nos princípios de Novembro passado. O resultado ultrapassou as nossas expectativas, que só podiam ser baixas ... Já este ano, vendo a evolução favorável destes, semeei mais alguns numa outra zona. Os procedimentos (pouco exigentes) foram os mesmos. E, no entanto, foi um fracasso total. Reconheço sem esforço que o meu ponto de partida foi o de uma enorme ignorância.
Voltarei, mas com "o trabalho de casa" feito. Até já iniciei as minhas fichas sobre o tema.  Um apontamento: distinguir o alho branco do roxo. Desde logo porque têm diferentes épocas de sementeira. Foi-me igualmente sugerido que as "cabeças" (bolbos) devem ficar á superfície. De facto as maiores são as que se encontravam nessa posição. E às mais fundas extraí parte da terra em volta do bolbo. Já era tarde.
Aprender, sempre! Improvisar doi.

sábado, 21 de maio de 2011

SEMENTEIRAS EM MAIO


Hoje semeei canteiros de pepinos, de "courgetes", de couve coração de boi e de couve tronchuda. Usei parcelas que tinham sido este ano preparadas a tractor e ainda não usadas. Ainda assim, houve que as limpar das ervas entretanto nascidas, picar e alisar.
No final passei água com o regador a crivo. Também plantei mais quatro alhos franceses, aproveitando as plantinhas que vinham juntas ao pé que ontem arranquei para uma sopa deliciosa.

GROSELHEIRA VERMELHA


Como se vê as groselheiras estão bem bonitas. Mas para o ano irão acompanhar as framboesas que mudei para uma zona mais soalheira. A mudança terá lugar no período de repouso vegetativo. Por cautela não as mudarei todas de uma vez.

ESCARAVELHO DA BATATEIRA


Já há mais de uma semana que o batatal da Bila a escassos metros do meu, foi fortemente atacado pelo escaravelho. O animal dito da batata é mais propriamente atreito à folha da batateira que come até aos 100%, se o deixarmos, afectando drasticamente o processo da fotossíntese.
Aplicou-lhe, então, um insecticida de contacto e ingestão conjuntamente com o fungicida anti-míldio. Mas  o ataque,  embora já não tão forte, persiste ainda.
Ao longo destes dias, com as orelhas a arder, venho observando ambos os batatais mas no meu nada. Estas dispensáveis bichezas desprezando olimpicamente os meus talhões: não gostam desta variedade? Que maravilha! 
Surpreendentemente ou talvez não, (a sorte não pode durar sempre) hoje já detectei alguns, muito entretidos roendo entusiasticamente as folhas das minhas estimadas plantas.
Dado o tempo húmido dos últimos dias, as temperaturas altas durante o dia, as noites frescas e a brisa da tarde e noite, estão reunidas todas as condições para o aparecimento do míldio. E não convindo dar vantagem ao bandido, voltei hoje a "sulfatar" incluindo também na calda o tal insecticida a ele dedicado. Amor com amor se paga.
É certo  que o batatal já não apresenta o esplendor de antes da ventania de há uma semana. Mesmo assim, continuo esperançado numa boa colheita. Oxalá!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

COROAS DE REI


Neste canto do jardim são verdadeiras rainhas. E felizmente não o são apenas por um dia! Um longo reinado!

AMEIXEIRAS


Nos tempos da infância e juventude, o jardim da casa situava-se na frente entre a fachada principal e a via pública. Tinha uma área muito superior à actual que foi sacrificada a favor do alargamento da estrada.  Três imponentes palmeiras lhe assentavam, duas muito altas e esguias, ladeando a porta da entrada e tão altas que em muito passavam o cume do telhado do primeiro andar. Finalmente havia uma terceira, baixa e larga sempre carregada de cachos de tâmaras que tal como as demais abrigavam um número sem conta de pássaros.  O tal alargamento da estrada e o restauro de há cinquenta anos, determinaram a eliminação daquelas árvores. Creio que também poderá ter pesado a circunstância de a sua natureza não oferecer frutos comestíveis na dieta humana porque lhes sobreviveram as contemporâneas romanzeira, dióspireiro e nespereira.
Mas no sítio da palmeira baixa foi plantada uma ameixeira (aqui tb dita ameixoeira). Nunca lhe conhecemos doenças ou pragas. Os frutos primeiro brancos depois amarelados carregavam os ramos dobrando-os sem partir até ao inimaginável. No quintal de outra casa onde nasci (de terra argilosa) abrigado em toda a volta por altos e fortes muros e paredes, ameixeiras e toda a espécie de outras fruteiras ofereciam ano após ano, sem quebra, exuberantes produções. A saúde destas fruteiras nem era de admirar tão normal e corrente que era.
Umas e outras não conheceram "sulfatos" ou adubos químicos. Eram variedades perfeitamente adaptadas a estes solos e clima, testadas e seleccionadas por gerações de proprietários que não brincavam em serviço!
Pois, tenho de confessar com mágoa que hoje em dia parece que se perderam essas variedades. Depois que "se passou a comer da loja" recorrendo-se a grandes superfícies  que oferecem para venda exemplares produzidos em série, às vezes até baratos, tudo devidamente certificado, higienizado, embalado e não raro importado, com fotografia colorida e instruções para a plantação, as árvores parecem atrair toda a sorte de pragas e doenças.
Tudo tenho tentado para salvar uma ameixeira, dessas post-modernas, que plantei há poucos anos e logo atingida sem remédio por várias doenças.
Claro que não é a que figura na imagem acima. Aqueles frutos agora em processo acelerado de maturação são de uma ameixeira nascida espontâneamente a uns escassos cinco metros  da tal enfermiça. Por isso os frutos não apresentam aquele calibre mínimo o que as impede de figurarem brilhantes em qualquer super-mercado. Que importa? Estes estão lá, abundantes e saudáveis!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

BELEZA ESCONDIDA


Peço desculpa mas não a conheço pelo nome. Não é espectacular. Mas na sua simplicidade mostra-se pouco comum. Aparentemente pouco chamativa, ainda assim um exemplar de exotismo. A quem se dirige a sua imagem? O que exprime? 

ORQUÍDEAS AO AR LIVRE


 
Magníficas, estão relativamente abrigadas à sombra de tangerineira. Suportam geadas e calores. Creio que é a mão da minha mulher que lhes transmite algo como vontade de persistir na vida e na beleza.
Tal como os estorninhos que passam pelos morangueiros carregados de frutos maduros mas lhes preferem as cerejas, há agora por aqui (aldeia e região) ladrões muito selectivos pois, imaginem, especializaram-se em roubo de orquídeas. É a divisão do trabalho...

CEREJAS E CAMBADA VIL


Ontem pela manhã aplicava-me a encaminhar os lançamentos do feijoeiro que o vento derrubou quando ouço o chilrear de estorninhos. Passavam em bandos.  Alarme!
Cerejas em perigo!
Larguei logo os feijoeiros e dirigi-me apressadamente até á cerejeira maior. Acorriam-me à memória as cenas do ano passado em que bandos de estorninhos me limparam a cerejeira em dois ou três dias. Chegavam ininterruptamente e logo partiam com um fruto no bico. Alguns não se perturbavam sequer com a minha presença debaixo da árvore.
Tal como no ano passado as cerejas ainda não estão suficientemente maduras. Pouco lhes importa!
Quando cheguei pude ver simultâneamente estorninhos q.b., duas rolas, uma poupa e dois melros. Não hesitei. Fui buscar um escadote. Mesmo com a árvore molhada da chuva lá colhi as poucas cerejas que pude. Muitas ficaram ainda.
Semeio e planto contando também com esta malta. Não imagino um cenário de campo sem aves. Mas quando penso em tudo quanto investi no ano em tempo e dinheiro e olho para a cestinha com o fundo mal coberto, apetece-me proclamar alto e bom som a toda essa cambada vil que não lhes tolero mais abusos e provocações nada gratuitas ...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

GAIVOTAS EM TERRA


Com este tempo fusco, chuva, trovoadas, que mais se pode fazer?

FRAMBOESAS AS PRIMEIRAS DO ANO


Estas framboesas são de primeiro ano de produção. Plantei-as já em 2011 num novo local abrigado por parede, meio sol meio sombra. De seis escaparam duas. As outras poderão ter morrido por intervenção dos ratos ao nível das raízes (proximidade da parede). Não há dúvida que são uma variedade excelente para preservar e multiplicar.
Quanto ás antigas framboesas (uma outra variedade) com anos no quintal, e demasiada sombra ao que parece, continuam atrasadas. Na época de dormência procedi às podas eliminando as hastes que deram fruto no ano, cortando as secas e atarracando as sobrantes. Controlei a expansão excessiva destas plantas que de outro modo se tornam invasivas. Mudei algumas para um terceiro local (mais sol que sombra e abrigadas por muro) poderão em breve dar fruto.

terça-feira, 17 de maio de 2011

AEROPORTOS MOVIMENTO


Em aumento significativo o movimento de aterragem e descolagem de aeronaves nos aeroportos do jardim e quintal por aqui ao pé da porta. As taxas de estacionamento são mínimas dada a concorrência. Os destinos de voo são decididos após as descolagens.
Não há controladores aéreos mas também não há notícias de desastres, salvo o encontro com o bico das superfortalezas voadoras em busca de alimento próprio ou das crias que o esperam nos ninhos.

TEORIAS E PRÁTICA


Para trás ficaram aquelas sábias palavras sobre as incontornáveis vantagens da rega de pé versus a rega por aspersão (a canhão ou de pistola) na perspectiva da sanidade das culturas.
Também para trás fica aquela esperança da recuperação total dos efeitos do vento forte.
Observando o processo de crescimento após aqueles sopros fora da pauta, verifico que de facto as plantas tentam retomar a vertical. Sempre que possível dou até uma ajuda. Mas, no geral as plantas tombadas equilibram-se agora em mais um ponto do solo, que é o ponto da dobra. E com uma primeira parte do caule aéreo tombado  na terra ficam também os lançamentos laterais até um pouco mais dessa dobra.
Então a rega de pé que tive de fazer no dia de ontem alcançou necessariamente essa
folhagem e parte de caule. Conclusão: tive de antecipar novo tratamento preventivo contra o míldio. Ironia do destino.
 Mas as boas intenções do teórico, embora inclinadas, semi-húmidas, continuam esperançosas a tentar endireitar-se em busca da luz, buscando adaptar-se ás novas circunstâncias.
 

segunda-feira, 16 de maio de 2011

NÊSPERAS AS PRIMEIRAS


As nossas primeiras nêsperas comestíveis, depois de anos de luta para salvar a nespereira dos ataques de pedrado. Estou convencido que este resultado é consequente com as aplicações que fiz á queda das folhas e durante a época de dormência,  de calda bordalesa e de pasta cúprica no tronco e ramos.

MADRESSILVA


Na orla das Cardosas há, desde tempos que excedem a memória dos vivos, uma sebe de plantas nativas que seguram as terras dos patamares superiores.  Um pinheiro manso pontuava um contínuo de vinhedos. Os nossos melhores vinhos saiam invariavelmente dessa encosta de barro cinzento. Das minhas mais antigas memórias estão imagens do brincar à sombra do pinheiro, recolhendo pinhões, coleccionando amonites, fósseis que ali se oferecem abundantes. 
Mas, tão exóticos quanto estes eram para mim, entre tantos arbustos fragrantes, as roseiras primárias e as madressilvas. De tal maneira estão adaptados ao solo, à altitude e ao clima que dificilmente trocam a austeridade deste meio natural por um qualquer outro local artificialmente criado, ainda que amparado pelo melhor jardineiro.   
Para nosso prazer, temos há largos anos no jardim e bem à porta de casa, uma madressilva. As suas flores não são, é certo, tão perfumadas quanto as da Cardosa. Não quereria tanto. Mas ainda assim os seus tubos cor-de-rosa abertos por pequenas pétalas brancas exalando um perfume forte mas não menos subtil, evocam-me sempre os dias felizes que passei naquele ambiente natural.

domingo, 15 de maio de 2011

VENTO E ÁRVORES DE FRUTO


Ontem a esta hora, apesar do peso de tantos frutos, os ramos estavam voltados para cima. Pela acção do vento estão agora dobrados e ameaçam partir.

VENTO EFEITOS NOS FEIJOAIS


Estes feijoeiros rasteiros também estão sofrendo com a acção do vento seco e dos raios solares que incidem directamente sobre os caules.

VENTO EFEITOS NOS BATATAIS


O vento desta madrugada e manhã provocou estragos nas culturas. Foi como se uma mão gigantesca vinda do quadrante leste tivesse pousado sobre as culturas. Ontem a esta hora mostravam-se tão bonitas e agora isto. O vento abrandou. Espero que o tropismo inscrito nas plantas tenha força para as repor na vertical. O sol velado por núvens altas continua forte. Os caules estão mais expostos aos raios solares e a este vento seco. Vamos continuar seguindo a evolução que se apresentar. Para já nada mais resta fazer.

BRINCOS DE PRINCESA OU FUCSIAS


Este domingo amanheceu com uma ventania forte. A temperatura desceu. A luz é velada apesar de não se avistarem nuvens. Caem abundantemente as últimas laranjas do ano anterior quando as novas já enxameiam as árvores. Em rigor aquelas não favorecem o crescimento das novas. Vão secando, tornando-se mais leves. Mesmo assim têm vindo a proporcionar sumos deliciosos tomados diariamente a meio da manhã. Todos os frutos caídos (aparentemente sem doença) são recolhidos e transportados para uma zona do quintal a eles destinados onde também contribuem para o composto. No ano passado caiam por acção da mosca do mediterrâneo. Aí há que não as misturar com o composto mas antes enterrá-las separadamente. Praticamente toda a copa foi renovada. Muito houve que varrer para recolher tanta folha. Felizmente não há vestígios de lagarta mineira. Certamente porque o ano não lhe foi favorável e não em resultado de suposta aplicação de químicos. Observo o mesmo com as infestantes. As dominantes do ano passado, não são necessariamente as deste ano. É preciso observar sempre e guardar memória do que se vai vendo, tentando identificar o processo sem cair na tentação de procurar recurso imediato aos químicos. Este ano, por exemplo, acompanhando os pessegueiros vi surgir os sinais de lepra. Fui cortando as folhas afectadas, folhinha a folhinha, sempre na expectativa de que a coisa ficasse por ali. Ás tantas, muitíssimo antes que a árvore ficasse depenada (o que obviamente não estava na minha intenção), o processo cessou. E lá estão os pessegueiros na maior! Quando chegar a altura, ao cair da folha e depois em pleno repouso vegetativo, farei a aplicação preventiva de calda bordalesa e do óleo de inverno. Nessa altura retomo a limpeza das caldeiras, procurando que fiquem inclinadas para fora para evitar o encharcamento e  quando aplicar o tratamento da árvore também pulverizarei a área da caldeira. Também os troncos merecerão atenção e, se for caso disso, aplicarei neles á trincha um fungicida cúprico. Relativamente á lagarta mineira sinto-me impotente para a combater eficazmente. Já apliquei em tempos insecticidas sistémicos. São perigosos para a saúde humana e caros. Sem resultado. Então, agora deixo correr... Como disse, há anos (ás vezes seguidos) de presença constante da l.m. e outros como o presente em que não a tenho visto. Afinal de uma maneira ou doutra, temos tido sempre produções excessivas no todo de uma dúzia de citrinos.

sábado, 14 de maio de 2011

MORANGAL LIMPEZA



Limpar o morangal é para mim uma tarefa necessária e recorrente. Nestes dias quentes levo invariavelmente comigo um banquinho de madeira e um guarda sol, além do ferramental da ordem (sacho de arrancar ervas, escarificador de mão, ancinho, tesoura). Sem pressas! 
Então, além de arrancar as infestantes, corto as folhas secas do morangueiro (folhas acastanhadas da foto) e também as hastes que deram fruto e os frutos podres, liberto-o da acumulação de filhos e dos caracóis e lesmas que encontrar, corto-lhe os lançamentos novos (ainda é muito cedo para deles tirar partido). Arejo esta plantação que é de três anos, arrancando as plantas ainda que saudáveis mas que estejam demasiado próximas de outras. Desta vez estes canteiros ficaram reduzidos entre um terço e um quarto. E para o ano não cultivarei morango  nestes locais. Dois a três anos e mudam-se. Por isso já estão em curso novos canteiros noutra zona do quintal que plantei em novembro. Estes já estão bonitos mas no segundo ano hão-de produzir mais e melhor.

REGA


Esta semana retomei a rega do batatal. Vou vendo praticar aqui e ali a rega por aspersão até com recurso a canhões de rega ou a simples aspersores. Mas, por mim,  vou continuar a rega de pé. Mesmo assim, não posso de todo evitar que a água atinja aqueles lançamentos que alcançam a terra. O ideal seria que a água apenas chegasse ao sistema radicular sem atingir as folhas. De outro modo temos de estar mais atentos á eclosão do míldio. E daí inevitavelmente a mais químicos.
Durante a rega aproveito para arrancar uma ou outra erva. Nesse processo extraí sem querer duas belas batatas. Prometem.
Procuro efectuar sempre as regas de manhã. Desta vez eram 7 horas quando iniciei os trabalhos. Há assim todo o resto do dia para a secagem das folhas que saiam molhadas.
Também os feijoeiros gostaram da rega. Este ano estou a experimentar evitar os banhos de rega. Sobretudo nas árvores. O encharcamento dos talhões e caldeiras contribui para reduzir (ou mesmo eliminar) o oxigénio disponível para a planta. Favorece o aparecimento de doenças e pragas. Daí ter procedido (como antes referi) a empalhamentos  sob a copa das árvores. Só não o fiz nos citrinos porque são árvores antigas, já de porte considerável e tenho mantido as copas baixas (bem ao contrário das práticas aqui da região) por razões que poderei dar noutra ocasião.