Pelo seu pendor invasivo esta pequena herbácea tombada, ramificada, anual, da família das Fabaceae tem-me dado água pela barba.
Há alguns anos, na tentativa de melhorar um espaço que resultou da demolição de uma edificação antiga, um jardineiro recém-diplomado em quem confiei, ali depositou umas carradas de terra dos pinhais, que paguei como de boa terra vegetal se tratasse, onde plantámos guias de grama por ser mais resistente à seca e ser em geral de conservação menos trabalhosa. Além da falta de qualidade da terra, mal sabia que estava a importar uma notável infestante que rapidamente se impôs até abafar qualquer espécie de concorrentes a começar pela própria grama.
Cansado de ingloriamente arrancar ervas, já usei uma vez um herbicida que só aparentemente as eliminou por duas épocas. Afinal reincidiu ainda com mais força. Como não sou favorável ao uso dos herbicidas e disponho de algum tempo, voltei à tarefa verdadeiramente ciclópica do arranque, uma a uma. Já experimentei a enxada mas como aqui e ali também há relva, prefiro o exercício para o que é necessária uma boa dose suplementar de paciência e persistência. Não lembraria a mais ninguém ...
As pequenas flores brancas e férteis são mais do que discretas e erguem-se em grupos de 3. Têm uma forma semelhante à das flores das ervilhas: 1 estandarte (pétala maior), 2 asas (pétalas laterais) menores que o estandarte e 2 carenas (pétalas ventrais, soldadas). Há depois inúmeras flores estéreis apenas com cálice. Na altura da frutificação o pedúnculo dobra e ancora no solo usando uma espécie de grampos para aí frutificar. O fruto é uma pequena vagem. Na foto são visíveis o cálice avermelhado e em verde os finos lóbulos do tubo da corola e as pétalas da corola que rodeiam os 10 estames, 1 estilete e 1 estigma no interior. Folhas compostas, trifoliadas, folíolos em forma de coração, alternas, longos pecíolos, com muitos pêlos tal como os caules.
Fotos de ontem, no jardim.
https://www.youtube.com/watch?v=J1oSm6h3D60
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