Entre as duas aldeias estende-se a várzea inculta mas de rico potencial revestida todo o ano de ervas espontâneas. No limite norte, à nova estrada sucedem-se um declive e os charcos, alguns permanentes. Muda o revestimento. Agora uma cortina vegetal anárquica de árvores e arbustos sobrepõe-se à longa mancha das ervas rasteiras: salgueiros, canas, choupos, plátanos e rebentações bravas de árvores de fruto, entre outras.
Em minoria, mas também há arbustos e árvores de folha permanente: loureiro, folhado (viburnum tinus) e eucaliptos. Na foto um rebento bravo de pessegueiro em flor, vestígio dos tempos não muito recuados em que todo este solo era aproveitado ao milímetro com culturas.
A novidade está, porém, nos primeiros. Em fase de abrolhamento, a pouco e pouco estão a surgir os rebentos. Com mágica paleta, a natureza distribui cor a caules, ramos e folhas. De momento, em primeiro esboço. Definitivamente nos meses próximos (mas haverá alguma coisa de definitivo para a natureza?): aqui na aldeia quando os cachos de uvas iniciam a maturação dizemos "chegou o pintor!", mas a tela está em dinâmica permanente...
Houve árvores caídas com os temporais de inverno. Outras vidas novas não apenas vegetais, surgirão na primavera. Algumas à custa desses velhos troncos derrubados, sempre em transformação. Como diria alguém: é a vida!
Fotos de ontem e de fins de fevereiro de 2014, na aldeia.
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