sábado, 31 de dezembro de 2011

ULEX (TOJO, TOJO ARNAL)

                  
Planta arbustiva, coberta de espinhos, muito rústica adaptável a terrenos degradados. É altamente competitiva com as demais espécies, ainda que nativas, pelo que é necessário o seu controle. Na nossa região abunda nas matas de pinheiro bravo.


Foi muito usada como "cama" do gado, dando magníficos estrumes. Também me recordo de ver enterrá-la nas vinhas e nas matas em natureza, verde e viva para melhorar os solos. Nesse tempo as matas eram periodicamente rapadas e não havia incêndios. As longas, profundas e fortes raízes do tojo permitiam o renovo das plantas que atingiam facilmente 2 e 3 metros de altura. A mata limpa de tojo também permitia recolher as agulhas dos pinheiros, imprescindível para atear o fogo das lareiras e dos fornos do pão mas também usada como estrume.


HÁ luz no tojo e no brejo
Luz no ar e no chão...
Há luz em tudo que vejo,
Não no meu coração...
 

                                                E quanto mais luz lá fora
                                                Quanto mais quente é o dia
                                                Mais por contrário chora
                                                Minha íntima noite fria.

Poesia de Fernando Pessoa, Há luz no tojo e no brejo.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

CAPRICHOS DA NATUREZA. MUTAÇÃO?


Parece-me estar perante uma variedade de margaridas, uma planta comum nos campos e nos jardins. A inflorescência da margarida tem a forma de capítulo em que as flores estão inseridas em receptáculo discóide ou arredondado, protegido por brácteas. As flores da periferia mostram-se diferentes das do centro, o que é perfeitamente normal nos capítulos.  Vejam-se as inflorescências das pontas, na foto acima.



Mas a inflorescência do centro da primeira foto, tal como a isolada que se mostra agora, divergem na forma do conjunto das flores ao centro. Repare-se, comparando, na forma do receptáculo destas flores e no número bem diferente de flores da periferia que apresentam. Na foto de cima as três flores, diferentes entre si, pertencem a uma mesma planta.


E que dizer desta inflorescência de margarida fotografada no mesmo local?

Sei que biólogos e botânicos de profissão não podem perder tempo com blogues de curiosos destes temas.
Mas lanço a minha garrafa ao mar, esperando maré de feição que a dirija para mãos certas. E que, por generosidade queira ter a gentileza de partilhar connosco o seu conhecimento sobre estas aparentes anomalias. Antecipadamente agradeço.
As fotos foram tiradas nos primeiros dias de setembro na Galiza à beira de um caminho rural.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

CRASSULA (CRÁSSULA)



A crássula é uma suculenta que temos envasada e por isso pode gozar da facilidade do transporte para local abrigado onde aliás se encontra quase todo o ano. O vaso é relativamente pequeno. De outro modo poderia crescer muito mais. O caule é forte e parece um tronco. As folhas verde-acinzentado, carnudas, arredondadas, apresentam margens avermelhadas.


Desde há poucos dias que está em floração. As flores são insignificantes. Talvez a floração da crássula não fosse notada, não fora a circunstância de estarmos no inverno!


Fotos ampliadas para vermos mais de perto os detalhes da flor em forma de estrela. Vale a pena olharmos estas flores bem de perto. Muito bela a combinação de cores das pétalas, toques de rosa sob fundo branco.


E ainda de mais perto! As crássulas apreciam a muita luz e mesmo o sol directo. Propagam-se facilmente a partir de estacas ou rebentos a colher na primavera.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

IRIS (LÍRIO AZUL)


Lírios a florirem em dezembro não é assim muito comum. Pois estes belíssimos lírios estão em flor no jardim desde há cerca de uma semana. As flores mais recentes são de há apenas quatro dias. Quem conhece esta variedade?


Confesso que durante o ano não lhes venho dando a atenção que merecem. Talvez por se mostrarem muito resistentes. No verão nas horas de maior canícula gozam da sombra da casa o que os habilita a suportar melhor os calores. 


No verão também estão resguardados do sol do meio da tarde com a concorrência próxima doutras plantas.

Desconheço a variedade deste lírio e agradeço aos leitores que queiram ajudar-me a identificá-la. Íris latifolia? Íris unguicularis?
Fotos de 27 de dezembro de 2011, no jardim.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CUPHEA HYSSOPIFOLIA (ÉRICA, CUFÉIA)


A Érica (ou Falsa Érica?) é uma resistente no jardim. Originária do Brasil tem suportado bem os invernos portugueses.


E não pára de florir!


À sombra das árvores, no meio doutras plantas de cobertura vai procurando a luz dirigindo para cima os seus finos caules.


Nesta foto, acusa os efeitos do calor excessivo.

Fotos de novembro no jardim, excepto a última que é de setembro.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

RAPHANUS RAPHANISTRUM (RÁBÃO-SILVESTRE, CABESTRO)


Herbácea espontânea com uma envergadura notável, habita o quintal com vários indivíduos dispersos. Ultimamente tem-se multiplicado de modo preocupante. Também se encontra em terrenos incultos ou abandonados e em montões de entulho. Na foto, roseta formada inicialmente pelas folhas.

Floresce entre abril e novembro, mas no quintal ainda estão em flor. As pétalas organizam-se em forma de cruz. As inflorescências formam cachos.


Pertence ás brassicaceae, a mesma família do rabanete. A raiz é bem mais forte pelo que para a arrancar á mão, ainda que com luvas, não vai assim à primeira tentativa. Acabo por vezes de ter de ir buscar a enxada.


Fruto: seco e alongado.

Fotos de dezembro, tiradas no quintal.

domingo, 25 de dezembro de 2011

ESTE MENINO DO PRESÉPIO


"Este menino do presépio, temos esperança de que não saiba teologia nem leis. Olhamos para Ele com enlevo, acreditamos que Ele nos olha sem medo nem zanga, nem teoria.


Contam os Evangelhos que, já crescido, nunca falou à maneira dos doutores. Andava no meio dos pobres e não rejeitou ninguém, nem sequer os criminosos. A todos disse que não há erro que Deus não compreenda, nem pecado que Deus não perdoe.


Mas tirou-nos do nosso descanso. Com a mesma força com que nos anunciou o perdão, disse que temos de nos pôr a caminho. Lembrou-nos que o mundo está cheio de dor: doenças, fome e miséria, egoísmos, injustiças, violências e guerras.


Aquele que acreditou na boa nova do Reino de Deus fica urgido a libertar-se do mal e a amar como Deus ama."

Texto de João Resina Rodrigues, extraído de A Palavra no Tempo, II, p. 25, Entrelinhas, Editora, Lisboa, Outubro de 2006.

sábado, 24 de dezembro de 2011

FLORES


Branca estais e colorada
Virgem sagrada


           Em Belém, vila de amor,
          Da rosa nasceu a flor
         Virgem sagrada!


                                                Em Belém, vila de amor,
                                                Nasceu a rosa do rosal,
                                                      Virgem sagrada!



                                                Da rosa nasceu a flor,
                                                Para nosso Salvador:
                                                    Virgem sagrada!



                                                Nasceu a rosa do rosal,
                                                Deus e homem natural:
                                                     Virgem sagrada!




 Poema de Gil Vicente.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

PHOTINIA FRASERI (FOTÍNIA)


Seja-me permitido voltar uma vez mais às sebes. Tudo porque ontem me deparei com uma primeira inflorescência da fotínia neste inverno.


Fui buscar um escadote para me abeirar dela (está a uns 2,50 m de altura). E voltei com a máquina fotográfica para tentar conseguir imagens das flores como aquelas que se seguem mais abaixo e que me parece serem de mostrar.


Não são uma beleza?


A imagem ampliada de uma flor.


E de novo a inflorescência inaugural deste inverno. Será que toda a sebe irá florir?

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

VIBURNUM TINUS (FOLHADO, LAUROTINO)


Também o folhado se adianta este ano na floração de inverno. Floração de inverno porque este folhado, tal como a escalónia de que ontem falei, têm ao longo do ano várias florações. Curioso é o florirem também na quadra mais fria e resistirem bem até a temperaturas negativas. Em singelo ou combinado com outras plantas do género, forma sebes muito decorativas.


Como é normal as florações não são simultâneas. Nem as flores dentro da mesma inflorescência abrem ao mesmo tempo. O que só lhes acrescenta beleza.


Aqui em ampliação não totalmente conseguida. Como se vê as flores do folhado são realmente muito pequenas.


Esta foto é de outra planta de folhado em sebe, com cerca de 2,30 metros de altura. A primeira, ainda em fase de formação foi plantada isoladamente. Nesta apenas são visíveis duas florações. Mais atrasada na floração e no entanto estão a escassos metros uma da outra.


A mesma noutra perspectiva.

Fotos do dia de ontem, no jardim.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

ESCALLONIA (ESCALÓNIA), FLOR BRANCA


Uma sebe que resiste bem ao vento e ao frio, perfumada (perfume mais acentuado a seguir à chuva) e que nesta variedade floresce magnificamente em pleno dezembro. Sem dúvida esta é uma excelente escolha.


Há muitas variedades de escalónia. É mais fácil encontrá-las florindo nos tons avermelhados. O comum das escalónias floresce no verão. Por mim prefiro a floração branca: a E. Iveyi é uma boa opção.


Parte desta sebe está coberta por uma tangerineira que lhe confere alguma sombra. Nas fotos, os tons verde e azul claros nas folhas e nas flores, são provenientes de salpicos da calda cúprica aplicada há um mês nos citrinos já esborratados pelas copiosas chuvas entretanto caídas.


Este arbusto prefere, no entanto, o sol pleno. Aqui dá-se bem no solo arenoso mas parece adaptar-se a qualquer outro tipo de solo se bem drenado e bem estrumado. Pode ser plantado entre junho e setembro. Convém ir regando até ter agarrado bem. Evitar água sobre água.


As flores da escalónia estão eleitas entre apicultores como uma das dez melhores para as abelhas.


Frutos.

Todas as fotos são da semana anterior, tiradas no jardim.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

LYTHRUM SALICARIA (SALICÁRIA, SALGUEIRINHA, ERVA CARAPAU)


As salicárias podem ser encontradas por todo o continente português, em terrenos incultos, matas ou na orla dos bosques. Estas foram fotografadas em setembro no noroeste de Portugal, à beira de um caminho rural na orla de uma mata, em solo húmido e fértil.


Da mesma raíz nascem vários caules erectos de cor violeta avermelhada (primeira das fotos).


As flores são também de cor púrpura-avermelhada.

Há três tipos diferentes de flores de salicária e cada uma apenas pode ser polinizada pelo polém de outro tipo de outra salicária (polinização cruzada).