sexta-feira, 2 de novembro de 2012

ALDEIA MEMÓRIA IDENTIDADE


Hoje, ás 7 horas, o povo juntou-se na igreja para orar a Deus por vivos e mortos e peregrinou pelo cemitério da aldeia. Meia hora antes o toque dos sinos a finados apressava os mais lentos. A Liga Portuguesa Contra o Cancro recolheu esmolas.
 
 
Nenhuma manifestação social convoca mais povo. Nenhuma é mais antiga   e mais autênticamente vivida. Memória social e identidade: entre nós, vida e morte têm um forte componente social (uma família de luto, toda a aldeia de luto), para além do óbvio e duro impacto em cada um dos mais chegados. 
 
 
Findos os rituais, passos apressados, regressou-se à luta, ao trabalho, os rostos manifestamente aliviados.
 
Dor e prazer, finito e infinito, quase, quase se tocaram. Com orações, flores e espinhos, cumprimos uma vez mais o que era imperativo á consciência.
 
Sim, à nossa medida, rezámos e demos. Toscamente (quem sabe?) levámos flores, levámos luz de velas. As nossas vidas voltam mais densas, mais esperançadas.

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