domingo, 29 de junho de 2014

CAMPANULA LUSITANICA (CAMPAINHAS)


De céu carregado, a manhã promete chuva. Caminhando na direcção do fundo do vale, sucedem-se os aguaceiros  intermitentes, felizmente sempre muito breves. Respira-se uma atmosfera deveras húmida mas morna. Aqui e ali aumenta a mancha dos fetos. Não estamos longe da cascata.


Um manto de herbáceas espreita as margens da estreita vereda em declive e protege os solos da erosão.  Apesar do avanço da manhã, a fraca luz natural não encoraja a abertura das flores azul-violeta  das campainhas. Nesta atitude de espera, realce para  a disposição em estrela das 5 sépalas livres patenteada na primeira foto.  A corola fechada em curto tubo cilíndrico articula-se harmoniosamente com o cálice estreito e o pedicelo longo e fino, levemente ondulado  que os suportam.


Subimos a encosta fronteira, já sem os chuviscos. Os fetos ficaram para trás. Agora a vegetação ancora mais profundamente no solo duro e resiste aos efeitos do vento e ao ambiente ainda húmido mas não tanto como em baixo. Diminuem as plantas de caules tenros. Predominam os arbustos de caules lenhosos ou semi-lenhosos. Inesperado é o encontro com azevinho em abundância.  


Por aqui outras campânulas já estão abrindo - 5 lóbulos - num pequeno sino.   Do interior espreitam estilete e estigma na cor branca (3ª foto).
A campainha é uma espécie anual, frequente na região mediterrânica, portanto não exclusiva de Portugal.  O fruto é uma cápsula.

Fotos de Junho de 2014, serra da Lousã, concelho de Miranda do Corvo.

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