Uma cascata florida ao alcance das mãos a partir da sacada. Mas o vermelho da buganvílea, reflectido pelos vidros da porta parece invadir suavemente como convém, o interior da casa. Contrastam as pinceladas exuberantes e soltas da trepadeira com a simplicidade e rigor formal do desenho e cor da grade, o perfil rectilíneo da pedra trabalhada e do branco de cal e amarelo das paredes.
O movimento ascendente ao longo da parede da fachada da casa é interrompido a altura conveniente para curvar suavemente para o espaço da estreita rua. A partir da calçada de pedra, o forte azul do céu assim filtrado pela alta ramagem colorida aparece suave, quase domesticado.
As buganvíleas são tidas por muito resistentes. Porém, com muita pena nossa, ainda não conseguimos que vingassem no jardim pois não conseguem passar no muito exigente teste das geadas do inverno e princípio da primavera.
Aquilo que parecem ser as enormes pétalas da flor são, na realidade, folhas modificadas, mais propriamente brácteas. As verdadeiras flores, alinham-se protegidas, ao centro das brácteas. Na imagem, flores ainda em botão: são cada um dos três pequenos tubos que, em abrindo, mostrarão as pétalas de cor creme.
Maio de 2014, na Vila Poema.
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