Continuo com o possível olhar atento, a percorrer esta mole imensa vegetal que cobre os campos abandonados da Ribeira, peneirando-a à espera de encontrar aquela pepita dourada que faça ganhar o dia. Nestes trabalhos - mas só para quem gosta - não se contabiliza o tempo. Ainda bem, porque os meus critérios de peregrinação (ou a ausência deles) assentam naquela base "técnica" que é a que ficou das aulas e das elementares Lições de Botânica e Zoologia do 2º ciclo do liceu. Mais decisivos os que provém da imersão persistente na cultura rural.
Tudo somado, recursos infinitamente escassos para objectivos tão ambiciosos como os de apreender algumas das subtis manifestações do mundo natural na perspectiva mais fina da ciência de hoje tal como é divulgada para pessoas comuns. Mas, ainda assim, feliz, pois em termos de pensamento rústico que é o meu, com capitais próprios tão fracos, para investimentos mínimos, a expectativa já é retribuição. E como até sucede que, não raro, persistência, acaso e intuição possibilitam verdadeiros achados, continuarei abrindo estes trilhos, mesmo sabendo-os efémeros, aleatórios e, na maior parte das vezes improdutivos.
Planta herbácea anual da Família das Gentianaceae, de caule erecto com cerca de 50 cm de altura. Folhas ovais-lanceoladas, em roseta na base, aos pares e quase triangulares mais acima, de cor verde-acinzentado, abraçando o caule que parece atravessá-las ao centro. O caule ramifica perto do topo em hastes que suportam as flores.
Cálice dividido em segmentos finos profundamente recortados. Sépalas lineares. Corola de tubo com 8 pétalas unidas na base em amarelo-brilhante. Destacam-se os 8 estames.
Fotos da manhã de 16 de Maio de 2014, na Ribeira, limite da aldeia.
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