quarta-feira, 28 de maio de 2014

LYTHRUM JUNCEUM (SALICÁRIA-dos-JUNCOS, FALSE GRASS-POLY, LYTHRUM de GRAEFFER, SALCERELLA MERIDIONALE, VARA FLORIDA ESPAÑOLA)


Imagem desfocada, sim. Mas não tão longe da que realmente conseguimos percepcionar numa primeira olhada quando caminhamos por um mar sem fim de herbáceas, à espera de um prémio...


E ainda que invistamos horas na peregrinação, vale bem a pena quando a inesperada recompensa é uma herbácea tão delicada na forma e nas cores como a das fotos: uma Lythrum junceum, da Família Lythraceae, aliás, protegida na Comunidade Europeia.


De volta ao Freixial e no sítio do Moinho, perto do Nascente, entre valas, regueiras, rio e a cerca de 30 metros de altitude relativa. Excepcionalmente nesta altura do ano, a terra mantém-se fresca. O Nascente alimenta a corrente da Vala. As regueiras mantêm-se húmidas, aqui e ali com algumas poças de água. 


Focamos a atenção numa mancha contrastante em tons de púrpura. Aproximamo-nos. De joelhos dobrados descobrimos os caules angulosos, duros, com cerca de 40 cm de altura, rosados na parte inferior. As folhas inteiras opostas, ovais-alongadas a lineares em verde intenso, nervura evidente, posicionam-se desde a base. Ramificações prostradas estreitando no ápice. Cálice em tubo com nervuras longitudinais e com pequenas manchas purpuradas na base, nota distintiva a ter em conta quando comparamos com outras Lythrum. Flores solitárias na axila das folhas superiores, de 4 a 6 pétalas violáceas tão longas como o tubo do cálice. 12 estames desiguais. O fruto é uma cápsula com numerosas sementes.

Reergo-me: que beleza! A tentação seria a de tentar transplantá-la para o jardim. Mas, um meio ambiente tão especial ainda que geograficamente próximo não é facilmente reproduzível. Esperamos reencontrá-las por ali no próximo ano. Boa sorte!

Fotos: manhã de meados de Maio de 2014, no limite sul da aldeia.

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