terça-feira, 20 de maio de 2014

THALICTRUM SPECIOSISSIMUM (RUIBARBO-dos-POBRES, YELLOW MEADOW RUE, PIGAMON JAUNE, RUIBARBO-de-los-POBRES)


Do caminho do Freixial, na direcção do Nascente voltamos agora em direcção ao sítio do Raposo. Sucedem-se, abandonados, terrenos de magnífica aptidão agrícola, de resto bem testada ao longo de gerações e gerações. Reencontramos a Vala do Freixial. Como as suas denominações deixam adivinhar, são sítios frescos. Os solos, profundos. Aqui, nas margens da vala, as ervas são ainda mais abundantes, altas, viçosas. Voltados para leste, vemos sobressairem as altas e incontáveis flores brancas das apiáceas.  Atrás, ao abrigo da sombra de antigas fruteiras, iremos deparar com flores ainda mais sofisticadas.  


São ranunculáceas, plantas vivazes, altas de 1,50 a 1,80 m, de folhagem caduca verde-brilhante. Folhas compostas de 3 lóbulos. As venações são particularmente salientes.


Talvez devido ao rizoma subterrâneo, a planta é robusta suportando bem os Verões quentes e os frios do Inverno. Vejam-se os caules canelados e bem entrosados que garantem a estabilidade da planta e a mantêm erecta quando o vento sopra mais forte.


De longe, as flores parecem pom-pons!  Thalictrum, direi. Mas, T. speciosissimum ?


São pequenas flores brilhantes, sem pétalas, longos estames brancos e anteras em amarelo-limão, organizadas em inflorescências. A fragrância adocicada das flores desperta o interesse das abelhas que num vai-vem não param de as assediar. Ou, serão as flores que assediam as abelhas?
São estes os sítios...por onde, em idêntico frenesim, a ancestralidade nossa, bebendo a vida e nela se consumindo - tais são as irrecusáveis leis da gravidade -, pôde transmiti-la inteira, aberta para um universo de possibilidades com a marca duma promessa sagrada e da consequente esperança sem fim.

Fotos da manhã de 16 de Maio de 2014, no Freixial, limite da aldeia.

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