sábado, 23 de agosto de 2014

ANTÓNIO NOBRE (1867-1900)


Ó grandes olhos outonais, cheios de Azul!
Como nascestes vós n´este país do Sul?
Quem vos pintou? Quem foi esse pintor estranho!
Que génio excepcional! Que talento tamanho!


Alguém me disse que viu todos os museus,
Mas o que, lá, não viu foi olhos como os teus...


Nunca vi nada, assim, em toda a Natureza.
O pincel que vos criou foi, com toda a certeza,
O mesmo que pintou os raros azulejos.


Vós sois um céu azul cheio de astros e beijos!

António Nobre, Olhar (Fragmento)
Amarilis, de Maio, no jardim.

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