terça-feira, 25 de dezembro de 2012

PEQUENO POEMA, SEBASTIÃO DA GAMA




Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.

Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.



Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...

Pra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...


Sebastião da Gama, Serra Mãe, Pequeno Poema, 1945.

Fotos de 6 de junho de 2012, canteiro dos cactos, no jardim.

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