Em Agosto a parte não cultivada do quintal está ainda revestida de herbáceas espontâneas. Dominam os tons de verde. Focado nas infindáveis tarefas hortícolas da época, atalho caminho e sigo por entre as ervas altas. Alguma coisa ameaça tombar do carro de mão. Ainda que desprevenido, acabo por me aperceber da presença de um pequeno insecto bem camuflado agarrado a um fino caule herbáceo. Parece-me pouco vulgar. Com cuidado, faço a recolha antes que desapareça para sempre. Volto para o fotografar.
Não disponho de tempo para muito mais. Irei colocá-lo sobre um saco e os meus joelhos servirão de mesa. Cabeça de forma cónica com o vértice voltado para a frente e na base a mancha em tom amarelo claro dos olhos. Tórax, abdómen e três pares de patas sendo as posteriores um tanto mais compridas que as demais e por certo adaptadas à deslocação por saltos. Dois pares de asas semelhantes, curtas e transparentes, ainda pouco funcionais. Um belo insecto em verde claro com traços curtos alinhados paralelamente ao longo do dorso. Um juvenil com cerca de 9 mm de comprimento.
Dou conta do aparelho bucal no vértice da cabeça afunilada adaptado à sucção. Presumo que se alimente da seiva das ervas.
Insecto, hemiptera, dictyopharidae, dictyophara, dictyophara europaeae?
Nada fácil a um leigo concluir com segurança pela identificação completa das muitas, variadas e estranhas bichezas do quintal, bem como da flora, esta, ainda assim, mais familiar. O atrevimento apenas será desculpável pela invencível curiosidade que me põe a caminho e estes apontamentos como os demais já surgidos valem apenas como memória dos passos na busca de resultados aceitáveis para um horizonte de compreensão próprio do 2ºciclo dos antigos liceus.
Fotos muito ampliadas, de Agosto de 2013, no quintal.
Nada fácil a um leigo concluir com segurança pela identificação completa das muitas, variadas e estranhas bichezas do quintal, bem como da flora, esta, ainda assim, mais familiar. O atrevimento apenas será desculpável pela invencível curiosidade que me põe a caminho e estes apontamentos como os demais já surgidos valem apenas como memória dos passos na busca de resultados aceitáveis para um horizonte de compreensão próprio do 2ºciclo dos antigos liceus.
Fotos muito ampliadas, de Agosto de 2013, no quintal.
Olá, Vitor
ResponderEliminarSe os especialistas têm dúvidas, eu tenho muitas mais. Mas também me parece a Larve of Dictyophara (Dictyophara) europaea, embora seja ainda muito “novinha” para se verificar a asa anterior coriácea que a distingue da Dictyophara multireticulata, não é?
jinho
Tresinha
Olá Teresa, bom dia! De facto de entre várias imagens de larvas que usei para comparação não encontrei nenhuma tão curta de asas nem tão magnífica de riscas no dorso. A metamorfose destes bichos é incompleta. Acabadinha de nascer?
EliminarTeresa: aprecio muito a sua amiga e preciosa ajuda. Sempre que sopro a corneta SOS lá está a Teresa a tentar ajudar o suplicante. Muito obrigado. Beijinhos.