terça-feira, 11 de junho de 2013

VIENS, MON BEAU CHAT, ...

O Gato

Vem cá, meu gato, aqui no meu regaço;    Viens, mon beau chat, sur mon coeur amoureux;
Guarda essas garras devagar,                                    Retiens les griffes de ta patte,
E nos teus belos olhos de ágata e aço,         Et laisse-moi plonger dans tes beaux yeux
Deixa-me aos poucos mergulhar.                                Mêlés de métal et d,agate.


Quando meus dedos cobrem de carícias      Lorsque mes doigts caressent á loisir,
Tua cabeça e dócil torso,                                               Ta tête et ton dos élastique
E minha mão se embriaga nas delícias         Et que ma main s,enivre du plaisir   
De afagar-te o eléctrico dorso.                                      De palper ton corps électrique,


Em sonho a vejo. Seu olhar profundo,     Je vois ma femme en esprit; son regard
Como o teu, amável felino,                                         Comme le tien, aimable bête,
Qual dardo dilacera e fere fundo,             Profond et froid, coupe et fend comme un dard


E, dos pés á cabeça, um fino                                          Et des pieds jusques à la tête,
Ar subtil, um perfume que envenena                        Un air subtil, un dangereux parfum
Envolve-lhe a carne morena.                                         Nagent autour de son corps brun. 


Poesia de Charles Baudelaire, Les Fleurs du Mal, 1857; Não consegui identificar o tradutor para português. Fotos de maio de 2013.

2 comentários:

  1. Que lindo que lindo que lindo!!!!!!!!!!
    :)

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  2. Obrigado. Reconheces o sítio? A imagem de hoje com o papagaio fica na casa que antecede. Na mesma rua e do lado oposto, em plano superior, a seguir á antiga escadaria de pedra, há um espaço abandonado onde dominam agora os altos malmequeres amarelos que é o refúgio destes felinos. Sabias que em França por razões de higiene e saúde pública, para não favorecer a multiplicação descontrolada da espécie, é legalmente proibido alimentar gatos abandonados? A fundamentação da norma tem qualquer coisa de científico... como no caso daquele detergente que contém "enzolves". Felizmente que lá como cá, boas fadas há... para contento dos "xinhos".
    Beijinhos.

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