sábado, 9 de novembro de 2013

ANTIRRHINUM (BOCA-de-LOBO), plantas em velhos muros


Coimbra, freguesia de Santa Clara, já bem perto do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova. Largo da Esperança e, ao centro, a Igreja de Nossa Senhora da Esperança em estilo barroco do início de setecentos. Não, não é hoje possível visitá-la. Junto à cruz de pedra lançamos ainda um olhar sobre a  margem direita do rio Mondego. Partimos então, descendo por um dos dois lanços convergentes de escadaria de pedra na direcção da Calçada de Santa Isabel. Iremos seguir pelo passeio largo revestido de placas de pedra rija e esquadrada.


 Olhando do exterior os velhíssimos muros de resguardo da escadaria em pedra irregular, não nos espanta encontrar várias fendas. Surpreendente é a instalação de magníficas boca-de-lobo floridas. Como é que chegaram até aqui?


Entre o passeio e a base do muro descobrimos novas bocas floridas.  Possivelmente provenientes de sementes caídas daquelas.


Acodem-me reminiscências de infância de quando as bocas-de-lobo eram frequentes em jardins da aldeia. Afinal é uma planta de fácil cultivo, nas mais variadas cores, perfumada a antirrhinum majus, e é até engraçada para as crianças quando se manipulam as bocas aveludadas, forçando-as a abrir e a fechar....


A corola é de forma tubular. Nela se fundem as pétalas com a forma de "lábios" e que permanecem fechadas devido  a uma protuberância arredondada (palato) a meio do lábio inferior, em tonalidades amareladas. Dentro da flor há quatro estames e um carpelo. Considerando a flor em posição frontal da foto que antecede, podemos ver no plano superior os dois lobos dorsais e no inferior três pequenos lobos.


São abelhas, como as da foto, que estão munidas da "chave" especial capaz de abrir os "lábios" da boca-de-lobo, entrar, servir-se do néctar e, retribuir polinizando-a através de trocas de pólen que transporta de flor em flor. 


Fotos: as duas primeiras de outubro de 2013 (Santa Clara, Coimbra) e as restantes de junho de 2012 (Janeiro de Cima, Fundão).








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