segunda-feira, 29 de abril de 2013

EQUISETUM ARVENSE (CAVALINHA, PINHEIRINHA)




Muito curiosas estas pinheirinhas da família das equisetáceas que passam por modificações invulgares.  São pteridófitas. Como tal, plantas primitivas vindas do fundo dos tempos (há 350 milhões de anos eram altas como árvores, atingindo os 10 m!), vivazes, vasculares (apresentam tecidos especializados na condução de água e nutrientes) sem flores, frutos ou sementes e com folhas em forma de escamas situadas ao nível dos nós.

Nascem e sustentam-se na várzea contígua á aldeia, á sombra de arbustos e altas árvores da beira do lago artificial e de charcos, valas e rigueiras. O corpo é diferenciado em raíz, caule e folhas.  Têm rizoma subterrâneo.

Encontram-se alternadamente em duas gerações adultas: a gametófita (protalo, de menor dimensão) e a esporófita sendo esta de maior dimensão e dominante. 

 
 
 
 

 
Geração esporófita, planta vegetativa, estéril: na primeira fotografia, os caules aéreos segmentados, erectos, com folhas verdes semelhantes ás agulhas dos pinheiros (também nas segunda e quarta das fotografias). Em cada nó, verticilos de folhas tubulares. A planta é verde da função clorofilina e de 40 a 50 cm de altura. Parte de um rizoma subterrâneo fino, castanho-escuro a negro que rapidamente se multiplica. Muita curiosa a disposição das folhas. 

 
Geração gametófita: O protalo é hermafrodita. Através de divisões celulares produz gâmetas  femininos e masculinos. Estes, são libertados quando maduros e com a presença de água fecundam os gâmetas femininos.  A fecundação dá origem a um zigoto que uma vez desenvolvido,  originará um novo esporófito que corresponde á planta adulta.
 
Caules não ramificados. Notem-se as folhas ainda mais reduzidas e sem clorofila. Na primeira foto, junto ao canto inferior direito, inclinado e apontando para a esquerda, vê-se  um exemplar de protalo.
 
Na última foto, parte de planta fértil com espiga terminal em forma de cone. Aparece primeiro do que as plantas vegetativas da geração dominante. Côres branca e castanho-amarelada. 
 
Fotos de fins de março, na várzea.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. A cavalinha pode reproduzir-se por esporos mas em solos cultivados a reprodução vegetativa é o principal meio de multiplicação destas plantas. Os maiores recursos de reprodutibilidade da planta residem no subsolo: rizomas (que podem alcançar mais de 1 m de profundidade!) e raízes que partem dos nós dos rizomas, mas também tubérculos. Uns e outros armazenam reservas que lhes permitem sobreviver. Daí não ser nada fácil a eliminação até porque pode reproduzir-se facilmente a partir de pequenos pedaços resultantes da lavra. Uma monda continuada da área e, sobretudo, o concurso de outras plantas contribuirá para enfraquecer progressivamente a cavalinha. Poderá ver com melhor proveito e em detalhe soluções bem fundamentadas em https://www.agrireseau.net/agriculturebiologique/documents/Moyens%20de%20lutte%20contre%20la%20pr%C3%AAle%20des%20champs.pdf
      Cumprimentos e bom êxito!

      Eliminar