sexta-feira, 26 de julho de 2013

GUARDAR O TEMPO GEOLÓGICO


A fossilização é processo raro (do latim "fossilis", tirado da terra). Corrente é a decomposição  num período de tempo breve após a morte. 

No limite da aldeia há uma zona sedimentar relativamente abundante em pequenos fósseis e que frequentei como tantos outros para aumentar a colecção da caixinha de sapatos. 

Tive a sorte de conviver durante os anos da juventude com um estudioso destes temas e tive acesso à notabilíssima colecção que lhe fora doada. Creio que não teve seguidores. 


Hoje sei que a curiosidade imediata não nos fez avançar grande coisa no conhecimento de objectos tão raros como carregados de significado. Sem uma perspectiva de cultura não passavam para nós de pedras em formas caprichosas, pretexto de brincadeira.

No final, certo é que demos a nossa pequena, ainda que inocente contribuição para a diminuição de valor do sítio. Muito pior viria a resultar das profundas alterações levadas a cabo em posteriores trabalhos de mobilização do solo para plantação de pequenas vinhas. 

A atitude correcta seria a de deixar intactos tais depósitos. Nesse sentido, procurar hoje interessar entidades públicas (nomeadamente as ligadas ao ensino e as autarquias) e divulgar o tema sublinhando o quanto são bens a preservar - é dever de redenção.   

Fotos de amonites tiradas junto à costa mediterrânica ocidental. Ao contrário destas, as da Cabreira cabiam na palma da mão.

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