segunda-feira, 24 de setembro de 2012

ANNONA CHERIMOLA (ANONA, GRAVEOLA)

 
O meu primeiro contacto com as anonas foi já há dezenas de anos, nas ilhas do grupo central do arquipélago dos Açores. No botequim onde diariamente tomava o pequeno-almoço haviam sempre em alternativa ao copo de leite, sumos naturais de maracujá ou anona, entre outros, complementados com o inimitável queijo de São Jorge e o pão feito de farinha importada do Canadá. Mas lá a anona estava bem longe da produção comercial o que se percebe dada a necessidade da planta de longos dias de exposição ao sol. Já a Madeira produz a anona para o mercado local e nacional. Este ano, com surpresa, deparei-me com grandes plantações de anona entre Málaga e Motril, em Espanha e fui informado de que, no todo da produção da província de Granada, é já o primeiro produtor mundial deste fruto. Notável se tivermos em conta que (desde o séc. XVIII) até aos primeiros anos da década de 50 do século XX se tinha a árvore da anona apenas como mais uma a decorar o jardim ou quintal e que, para mais, ia dando alguns frutos para o consumo da casa.
 

Da família das Annonaceae, originária do Peru, é uma planta subtropical ou de clima temperado, não tolerante com geadas, nem com temperaturas muito além dos 25º. Apresenta tronco erecto, de ramificação baixa. As folhas caem apenas por algum tempo, justamente antes da floração, no início da primavera. As flores solitárias ou em grupos de duas ou três, são perfumadas. O fruto escamoso é longo, até uns dez centímetros, em forma cónica semelhante a um coração e pode pesar entre 150 a 500 gramas. Mas em algumas variedades poderá atingir os 2,50 quilos.  A pele apresenta--se mais ou menos revestida de protuberâncias redondas ou cónicas e abre-se sem esforço.
 
 
Os exemplares que em Portugal chegam aos super mercados são quase sempre colhidos em verde, com maturação retardada pela aplicação de químicos. Apenas os que são transportados por via aérea estarão aceitavelmente mais próximos da maturação. Pouco têm de comum com o magnífico sabor e textura dos frutos colhidos localmente para serem consumidos nos cinco dias seguintes. Uma incomparável delícia.

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