sábado, 4 de abril de 2015

José Blanc de Portugal: entre SÁBADO de ALELUIA e DOMINGO de PÁSCOA


Ó vós que em mim pensaste como guia,
Ó vós minha mãe tão esperançada
Tão cega ao tropeçar em que gemia
A juventude em que o meu nada
Jazia ardendo inda que sem raiva expressa,


Não me julgueis mestre final
Não me queirais talhando augural
Rumo mais claro do que estes versos


Apenas neles - 
Se neles qualquer coisa val´,
Se neles algo podeis ler - 
Uma simples linha ou dela um troço
Vos bastará como a Cuvier um osso
Para de novo verdes todo o animal.


José Blanc de Portugal,Lisboa 1914 - 2001.


in, Enéadas 9 Novelas, II.1 Anatomia Comparada. Imprensa Nacional-Casa da Moeda - Biblioteca de Autores Portugueses, Lisboa 1989, p. 19.

Sem comentários:

Enviar um comentário