Hoje o tema não é cultivo da ervilha mas a polinização da flor.
A flor da ervilheira é uma flor perfeita pois dentro de uma mesma flor se contêm ambos os sexos. A polinização é a transferência do pólen da antera para o estigma. As pétalas não são iguais. No topo há uma pétala de maior tamanho, pétala padrão e depois há duas asas. Na parte inferior há duas pétalas unidas em forma de barco. É aqui que se encontram os estames (androceu) formado por antera e filete e o pistilo (giniceu), este com estigma, estiletes e ovário. Nos filamentos das anteras (parte superior do androceu, o elemento masculino) encontra-se o pólen. Quando a abelha entra na parte inferior da flor, na tal forma de barco, o seu peso faz baixar as anteras e o estigma. Então o seu abdómen roça ambos, capta o pólen que também vai poder passar para outra flor, permitindo assim o cruzamento.
A polinização destas flores não é, pois, feita pelo vento mas por insectos. Estes são atraídos pela forma, cor e aromas e acabam a transferir o pólen do órgão masculino para o feminino fertilizando o ovo. Mas não é qualquer insecto que a fertiliza: a estrutura da flor da ervilheira parece estar conformada especificamente para a forma e envergadura das abelhas.
Isto, entenda-se, é apenas uma primeiríssima aproximação esquemática ao modo de reprodução da ervilheira. Parar, olhar demoradamente a flor e deixar-se seduzir pela sua beleza faz muito pelo contemplador. Claro que o hortelão espera ainda mais: espera pelo menos o prazer de vir a colher e saborear bons frutos. Para apenas sonhadores não esqueça que há muitas, variadas e igualmente belas ervilhas-de-jardim!
Fotos de 17 de Abril de 2012, no quintal.
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