Cápsula (fruto com sementes) e botão (a florir). Anualmente os campos ficam salpicados por alegres manchas vermelhas de papoilas. A flor bem destacada, ergue-se dos frágeis caules peludos de vinte a sessenta centímetros de altura. As folhas deixam-se ficar mais próximas da base da planta para que a flor sobressaia.
Nesta fase o caule dobrado parece uma bengala. Mas cedo se erguerá e apontará uma bela flor vermelho-vivo aos céus da primavera. Cortado com a unha largará uma substancia leitosa que é tóxica. Convém, pois, não lhe tocar.
A flor da papoila tem sido motivo de inspiração de pintores. Para os impressionistas em particular foi um tema recorrente, sendo Claude Monet, o genial pintor, que a ele mais recorreu. Mas o tema é sobretudo o da flor aberta em grandes manchas vermelhas que se avistam de longe. A papoila está associada à cultura dos cereais. No passado próximo era muito mais abundante nessas culturas. Hoje, os agricultores combatem-na com herbicidas para terem colheitas mais limpas.
O botão está protegido por duas pequenas folhas que o envolvem. Elas abrem, libertando a flor quando ela fica pronta para desabrochar. Então ela abre progressivamente descobrindo quatro largas pétalas. Na base estará uma mancha preta. A emissão de ultravioletas será captada por abelhas que ajudarão a fazer a polinização. A flor abre no início da primavera e podemos contar com papoilas até ao início do verão. Uma vez fecundada com o pólen de outra trazido pelas abelhas, a flor larga as pétalas e o pistilo alarga até se transformar em fruto. No cimo da cápsula surgirão pequenas aberturas por onde sairão as sementes quando maduras. O vento se encarregará de as espalhar.
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