Tarde de domingo reservada para passeio ás matas em torno da aldeia de onde ainda esta semana trouxemos algumas árvores derrubadas pelo temporal de meados de janeiro. Caminhamos por entre pinhais e eucaliptais desertos de gente e quase integralmente limpos de árvores derrubadas. Sobram agora os cepos envoltos em enormes sapatas de terra grudada que só serão limpos e retirados após anos de chuvas.
Dentro da mata em que não raro as copas das árvores se tocam, o ambiente de sombra é favorável á vegetação rasteira de tojos, urzes e carquejas. Os fetos também surgem aqui e além em colónias ainda verdes, denunciando a surpreendente frescura destes outeiros. Mas toda essa vegetação aparece-nos algo repetitiva.
A novidade está na orla das matas, em solo menos arenoso e mais calcário, nos locais expostos ao sol directo embora por isso mais secos, por entre os silvados e ervas variadas.
Aí somos surpreendidos pelas diversas variedades de orquídeas selvagens. A anacamptis, herbácea perene de forma piramideal, será talvez a mais vistosa e surge nos declives voltados a nascente e a sul, em solos sujeitos a forte erosão que as herbáceas rasteiras apenas em parte contêm. Alcança em média os 30 cm de altura. Uma beleza bastante exótica, uma joia inesperada.
Fotos de ontem em Santa Maria, nos arredores da aldeia.
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