A flor da passiflora abriu ontem iniciando o ciclo reprodutivo. Isso acontece porque os órgãos sexuais estão finalmente maduros. A flor posiciona-se voltada para cima - uma verdadeira plataforma de aterragem - e destaca-se das folhas para se tornar bem visível para os polinizadores.
Na foto vê-se uma peça floral em forma de ogiva apontando para fora que é o ovário e sobre ele, curvados em direcção ao centro da flor em tons púrpura, vêm-se os três estiletes que rematam numa porção mais larga que são os estigmas. Por baixo e salpicadas do amarelo do pólen vêem-se as anteras. Depois de aberta a flor, as anteras podem demorar até duas horas para abrir e o néctar poder ser recolhido. Á medida que estas peças vão abrindo vai-se intensificando o perfume da flor.
Para efectivar a polinização da passiflora é necessário que o insecto tenha um porte suficiente para poder colectar o néctar no dorso, roçando as anteras e os estigmas.
Comparando a posição dos estiletes das segunda e terceira das fotos pode comprovar-se o movimento destas estruturas. A flexão dos estiletes coloca os estigmas na posição ideal para a fecundação. E parece haver relação entre os movimentos destas peças florais com idênticos movimentos de sépalas e pétalas por um lado e (a mais lenta) das fímbrias (vejam-se aquelas peças em forma de agulha, irradiando do centro, em cor púrpura, branca e azul. Voltaremos à passiflora - uma trepadeira super-exótica das mais antigas do jardim - e, como se vê, uma planta verdadeiramente fascinante.
Fotos de ontem, no jardim.
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