Venho teimando em não usar herbicidas. Sobram-me ervas de todos os tamanhos para arrancar e há que suar para manter limpos por algum tempo os canteiros. É uma variante do castigo imposto a Sísifo.
A chuva parou e retomei o castigo começando pelas caldeiras dos citrinos de larga copa. A floração continua mas já há muitos frutos formados. O solo está literalmente coberto pelas pétalas e folhas que apodrecem com a humidade das chuvas.
Em cima ouvem-se as revoadas de abelhas e abelhões pousando de flor em flor desde o meio da manhã e até acabar a luz do dia. O som que emitem é que se pode experimentar bem perto dos cortiços e colmeias. Nenhuma me ferrou. Venho usando a técnica dos gestos lentos (ou de nenhum gesto) para não as distrair da colheita do néctar.
O quintal está, porém, povoado por incontáveis variedades de outras bichezas aladas que não apenas abelhas e quase todas são predadoras de pulgões e outros que tais, além do magnífico trabalho da polinização. Sei que há leitores que detestam estes bichos. Mas sem eles não haveria frutos e sementes. A agricultura colapsaria. Prefiro então continuar o trabalho paciente de controlar o avanço das ervas sem recurso a químicos, estes sim, inimigos destas bichezas e, no fim, verdadeiramente inimigos do homem.
Fotos de maio de 2012, no quintal.
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