As flores da violeta "odorata" são solitárias e aromáticas. O seu interesse vem daí e desde que os jardineiros se interessam por flores perfumadas pois do ponto de vista decorativo a flor é singularmente discreta e não muito abundante.
Compõem-se de cinco pétalas desiguais em violeta escuro, rosa-claro ou lilás e ocasionalmente em branco, duas superiores erectas, duas laterais e uma inferior. Por vezes diferentes cores coexistem na mesma mancha de violetas. A pétala inferior termina na base em espigão. As laterais são riscadas ao centro. Também apresenta sépalas e estames em número de cinco.
Parecendo sair directamente do pecíolo vêm-se o espigão na base da pétala inferior(medimos 2 cm desde a base do espigão até ao limite da pétala), as laterais, as superiores e duas das sépalas envolventes. Na foto mostra-se o verso da flor.
O pedúnculo que antecede a flor é mais escuro e de secção mais estreita do que a do pecíolo da folha. No jardim têm cerca de 11 cm de comprimento. Distinguem-se bem na foto seguinte.
As raízes formam um tufo, donde parte um caule quase sem folhas e a meio ou acima brácteas em escama.
Junto à bainha, as folhas apresentam uma estrutura com o aspecto de escamas e formam uma roseta na base. Com cerca de 6 cm de comprimento são em forma de coração, levemente onduladas.
O fruto é esférico, de cor púrpura e desenvolve-se numa cápsula com três valvas e cerca de 7 mm. À medida que amadurecem verifica-se uma curvatura da coluna em direcção ao solo.
As formigas encarregam-se de dispersar as sementes. Esta planta tem tendência a espalhar-se rapidamente pelo jardim em tufos cerrados. Todos os anos tenho de arrancar uma boa parte para não as ver ocupando mais do que lhes tenho destinado.
As nossas violetas encontram-se em lugares sombrios, geralmente debaixo das árvores em solo fresco ou na parte mais musgosa dos gramados.
Na primavera as flores são de perfume mais acentuado do que as do final de outono ou inverno. Aliás são flores diferentes: na primavera são integralmente formadas mas são por regra estéreis, não produzindo sementes; no outono são mais pequenas, mas produzem abundância de sementes e são auto-fecundáveis.
Fotos de janeiro de 2013, no jardim.
Sem comentários:
Enviar um comentário