A minha mulher adora estes frutos da aboboreira. Não, não é por "razões" de culinária que, aqui na aldeia, quando muito, interessariam sobremaneira a um palato porcino ainda não totalmente desnaturado pelo prato único das rações importadas. Nem por "razões" ciêntíficas pois nem por sombras ousaríamos pôr em cheque a segunda lei de Newton, demais a mais usando um objecto de formas tão toscas e inconstantes. Fiquemos pelas sugestões das imagem e pelo tacto: é que, cada um é por si só, aquela caixinha de surpresas que nunca se deixa esgotar num único toque, nem numa única mirada. Afinal, um verdadeiro caleidoscópio.
Se combinadas sem preocupações de número, deixam entrever aspectos ainda mais recônditos.
Por isso, tenho vindo a semear, ano a ano, as abóboras decorativas que acompanho assiduamente no processo de crescimento e sem esquecer as boas regas. A estrumação prévia do solo também é fundamental para se obterem os melhores resultados. Como se pode imaginar, colhemos muitas mais e de colorido o mais variado mas, claro, não cabem todas neste espaço. No fundo, é como cultivar flores. Estão lá, tão só, para alegar as nossas almas. E, valha a verdade, conseguem-no!
Do significado até ao significante ou o modo humano de criar. Uma recriação artística por Malema, também autora das composições mais acima.
Fotos de outubro de 2012.
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