Nesta zona do litoral centro, altitude relativa inferior aos 50 metros, solos frescos arenosos ou argilosos recortados por uma complexa rede de drenagem que conflui para o rio após percursos da mais variada angulação, domina o bosque caducifólio. Em pleno inverno, ainda antes da primeira das habituais cheias mas com as águas toldadas das valas próximas de transbordar as margens, esta é uma imagem típica do arvoredo próximo das linhas de água. Sobre o lado direito da foto tirada em Dezembro, são visíveis freixos e, mais ao centro, choupos, estes de tronco branco-acinzentado e aqueles bastante mais escuros.
Aqui, os freixos também podem ser encontrados em pleno coração da aldeia. Desde quase um século, no adro da igreja, à entrada, um magnífico exemplar oferece no verão a mais agradável sombra que se possa desejar. Outros ainda, decoram um arruamento recente que parte do mais vetusto dos cruzeiros de pedra.
Fins de Janeiro: que há de novo com os freixos, desde o outono despidos de folhagem?
Se olharmos com atenção podemos ver como, muito discretamente, estes últimos freixos se apressam a apresentar as suas minúsculas flores, dispostas em cacho, primeiramente as do género masculino em tons de púrpura-escuro ou em castanho-avermelhado e depois na polinização em amarelo-esverdeado. A determinação do género nestas plantas é matéria muito complexa não acessível a um simples curioso, como sou. No entanto, poderá dizer-se que árvores há que dão apenas flores masculinas ou flores masculinas a par com flores hermafroditas sendo aquelas dominantes ou flores femininas.
Sendo a polinização feita pelo vento, as suas flores não carecem da protecção habitualmente oferecida por sépalas e pétalas de que são desprovidas, nem de investir na atracção dos insectos. As flores masculinas compõem-se de apenas 2 estames. As femininas têm 1 ovário longo, 1 estilete e um estigma.
Prenúncios de primavera?
Fotos de 24 de Janeiro de 2015, na aldeia, excepto a 1ª que é de 30 de Dezembro de 2013, no Freixial, limite da aldeia.