terça-feira, 1 de novembro de 2011

SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS


Este céu passará e então
teu riso descerá dos montes pelos rios
até desaguar no nosso coração


É triste ir pela vida como quem
regressa e entrar humildemente por engano pela morte dentro


Não era afinal isto que esperávamos
Não era este o dia
Que movimentos nos consente?
Ah, ninguém sabe
como ainda és possível poesia
neste país onde nunca ninguém viu
aquele grande dia diferente


Meu Deus, aqui me tens aflito e retirado
Como quem deixa à porta o saco para o pão
Enche-o do que quiseres. Estou firme e preparado.
O que for, assim seja, à tua mão
Tua vontade se faça, a minha não.

(Este último poema é de Vitorino Nemésio. Os demais são de Ruy Belo)

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