Tarde quente de setembro, as flores das portulacas pendendo da floreira na janela surpreendem-nos pela mistura de cores quentes e aveludadas. A flor apresenta-se em 5 delicadas pétalas, corola de cerca de 2,50 cm de diâmetro e 2 sépalas. Abrem apenas em dias de sol e ao fim da manhã (há quem lhes chame, por isso "onze horas") e fecham ao fim da tarde. Na mesma floreira as flores, muito abundantes, podem ser bicolores. Oferecem-se simultâneamente em variados matizes: rosa, laranja, pêssego, vermelho, lilás, amarelo, creme e branco.
A planta da família das portulacaceae, é de muito fácil cultivo. Prefere o sol pleno e dá-se em quase todas as modalidades de solo mas tem vantagem em solos bem drenados e enriquecidos com matéria orgânica. Os ramos posicionam-se entre o erecto e o prostrado, os caules levemente carnudos, por vezes levemente avermelhados e muito tenros quebram facilmente. Claro, quando no solo não podem ser pisados.
Suportam bem a secura mas agradecem a atenção de leves regas (o excesso leva ao apodrecimento das raízes) e um tudo-nada de adubação (mais adubo resultará em mais e maiores raminhos e menos flores).
Esta é uma planta anual que pode alcançar os 20 cm de altura. Prefiro as flores simples como as das fotos mas também as há dobradas (parecidas com rosas) ou semi-dobradas.
Não a tenho encontrado á venda aos molhos nos mercados e feiras como em seu tempo para zíneas e os cravos túnicos. No entanto é fácil encontrá-las em vaso nos retalhistas de plantas. Mas, á unidade, são demasiado caras.
Então, para começar, pode comprar um vaso de portulacas ou, melhor ainda, peça ao vizinho um pequeno ramo que também pode pegar por estacaria. A quem tiver o seu espaço livre de jardim sugiro que adquira um saquinho de sementes. Após as geadas da primavera passe o ancinho e lance-as à terra em canteiro ou apenas sobre o composto já curado, cobrindo as minúsculas sementes muito, muito levemente, pois precisam dos raios de sol para despontar mais rapidamente.
Aliás, no acto da sementeira poder-se-ão envolver as sementes com alguma areia tal como se faz com a semente das nabiças para assim se dispersarem melhor.
A partir daí, ver-se-ão nascer muitas plantinhas que, uma vez transplantadas, podem compor belos maciços de flores que atraem as borboletas. Nos anos seguintes multiplicar-se-ão naturalmente (ás vezes até em excesso!).
Que haja muitos "anos seguintes" para que a PORTULACA se possa multiplicar!
ResponderEliminarJinho
E, como se diz aqui na aldeia: "...e nós cá para as ver!". Para as ver e para nos deixarmos tocar pelo seu encanto.
EliminarSaúde! Beijinhos.