Da família myrtaceae (a que também pertence o eucalipto), a murta é um arbusto espontâneo muito comum na região mediterrânica. Aqui abunda na orla das matas onde é procurado nesta altura do ano para curar as azeitonas e tanto que há aqui na aldeia um lugar denominado Murtal e em concelho confinante outro chamado Murta.
Entretanto já foi adoptado com sucesso por alguns jardineiros, quer pela beleza das flores, geralmente brancas em que sobressaem os numerosos e brilhantes estames (órgãos produtores do pólen), pelo perfume que exalam e pela perenidade da folhagem que contém óleo essencial muito apreciado. Nesta altura continuam em flor e simultâneamente exibem os frutos que são bagas.
As bagas contendo as sementes são procuradas pelas aves que assim fazem a multiplicação natural do arbusto. Em todo o caso é mais segura a multiplicação a partir de estacas.
A melhor altura para obter uma boa estaca semidura é entre o início e o fim do verão ou ainda num início de outono ameno como este. Há que as escolher de um arbusto vigoroso e saudável. Selecciona-se um rebento em crescimento, ainda fracamente lenhoso, flexível mas firme e dele corta-se a estaca com uns 10 a 15 cm, logo abaixo de um nó. Eliminam-se os gomos laterais e as folhas da parte inferior. Faz-se um corte superficial na base da haste e retira-se um bocado da casca com 1 a 2 cm de comprimento. O pó de enraizamento é sempre de aplicar pois favorece melhores resultados.
Enterra-se parcialmente num vaso com buraco de escoamento, aperta-se bem com a terra á volta. Regar e proteger a terra molhada com um plástico para a manter fresca. Guardar no interior abrigado da casa onde uma temperatura de cerca de 20º é, nesta altura, mais fácil de garantir. Vai-se observando a terra para verificar da necessidade de novas regas.
È natural que ao fim de um mês a estaca(s) já tenha adquirido as primeiras raízes. No entanto não se deve transplantar antes que as raízes tenham alcançado uns 5 cm de comprimento. Se não é ainda o caso, repõe-se cuidadosamente a estaca no vaso aconchegando a terra.
Fotos de 2 de novembro, do vizinho jardim A. Maia.
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