quinta-feira, 19 de maio de 2011

CEREJAS E CAMBADA VIL


Ontem pela manhã aplicava-me a encaminhar os lançamentos do feijoeiro que o vento derrubou quando ouço o chilrear de estorninhos. Passavam em bandos.  Alarme!
Cerejas em perigo!
Larguei logo os feijoeiros e dirigi-me apressadamente até á cerejeira maior. Acorriam-me à memória as cenas do ano passado em que bandos de estorninhos me limparam a cerejeira em dois ou três dias. Chegavam ininterruptamente e logo partiam com um fruto no bico. Alguns não se perturbavam sequer com a minha presença debaixo da árvore.
Tal como no ano passado as cerejas ainda não estão suficientemente maduras. Pouco lhes importa!
Quando cheguei pude ver simultâneamente estorninhos q.b., duas rolas, uma poupa e dois melros. Não hesitei. Fui buscar um escadote. Mesmo com a árvore molhada da chuva lá colhi as poucas cerejas que pude. Muitas ficaram ainda.
Semeio e planto contando também com esta malta. Não imagino um cenário de campo sem aves. Mas quando penso em tudo quanto investi no ano em tempo e dinheiro e olho para a cestinha com o fundo mal coberto, apetece-me proclamar alto e bom som a toda essa cambada vil que não lhes tolero mais abusos e provocações nada gratuitas ...

1 comentário:

  1. Desatei a rir às gargalhadas imaginando novamente o agricultor, em vestes fisiocratas, num momento Jacques Tati, baloiçando no escadote, tentando com uma mão enxotar a passarada, e, com outra, arrebanhar as cerejas!
    A vida do campo dá luta! ;)
    JM

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