Geralmente associamos a palmeira a ambientes secos como os dos desertos do sudoeste asiático ou à savana. Mas há uma que está perfeitamente adaptada aos mangais sendo ela própria considerada mangue. Palmeiras (família arecaceae) sem tronco e de caule horizontal subterrâneo, leve e esponjoso, originárias do sudeste asiático que habitam formações de mangal, um ecossistema próprio de zonas tropicais ou subtropicais pantanosas e estuários e margens de rios, onde formam moitas serradas. Apenas folhas e frutos sobressaem da superfície das águas podendo aquelas elevar-se aos nove metros.
Neste ambiente protegido das marés, há mistura de águas doce e salgada e as árvores adaptáveis tem naturalmente a capacidade de resistir à acção do sal. Raízes e tronco fixam-se no solo lodoso rico em nutrientes provenientes de troncos e raízes semi apodrecidos. É comum verem-se os frutos da palmeira flutuando nas águas da região até conseguirem um espaço onde a germinação seja viável. Uma eventual fase de seca, ainda que curto espaço de tempo, pode ser-lhe fatal.
As folhas ainda são usadas na cobertura das habitações. Mas é mais comum o seu emprego na cestaria.
Os mangues, embora limitados a poucas variedades de árvores, são muito ricos ao nível da microflora o que justifica a variedade enorme de vida animal, nomeadamente em aves, peixes, crustáceos e moluscos. Alguns dos crustáceos são arborícolas: sobem e descem as árvores consoante o movimento das marés. O mangal tem um papel relevante na contenção dos efeitos dos tsunamis. Se o nível das águas do mar vier a aumentar significativamente, o mangal estará em risco. A efectivar-se o avanço do mar, recuarão necessariamente as populações que dele fazem modo de vida. O sacrifício será incalculável.
Fotos-gentileza J.M. 2013, canais no delta do rio Mecong. Obrigado.
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