Jarro em Portugal, copo-de-leite no Brasil, adveio à Europa a partir dos pântanos do sul da África onde cresce espontâneamente. Entre nós tornou-se uma planta comum, tão bem se adaptou a quaisquer climas temperados. Cedo a conheci. A imagem que guardo dela é a de uma planta algo desequilibrada pelo tamanho do copo branco e das folhas. Mas é muito mais sofisticada do que aparenta.
Trata-se de uma herbácea semiaquática, vivaz, de raiz rizomatosa. O rizoma, algo dilatado, é a garantia da perenidade do jarro. Dele partem directamente as grandes folhas espiraladas e lustrosas com os bordos levemente ondulados, de verde brilhante e os pedúnculos florais que podem atingir um metro de altura. Os tecidos são algo esponjosos o que os torna especialmente vulneráveis ás geadas.
O que parece ser uma pétala de grandes dimensões e de cor branca não é senão uma bráctea, folha modificada que na base se apresenta como um tubo fechado e, subindo, abre progressivamente em forma arredondada ou elíptica com o ápice curvado para trás - a espata.
Protegidas pela espata, as verdadeiras flores dispõem-se em espiga, formando o espádice de cor amarela. Ao longo desse veio as pequenas e finas flores dispõem-se, as masculinas (apenas estames) na parte superior ocupando cerca de 0,5 cm e as femininas (só gineceu) na inferior.
Na foto podem ver-se na parte superior do veio amarelo um pó branco que não é mais do que o pólen das flores masculinas ali imbricadas. Descendo, destacam-se tecidos também em branco como que pregados ao espádice e que são flores femininas.
Floresce no final do inverno e primavera. A multiplicação pode ser feita por divisão dos pés na primavera.
O fruto são bagas.
Toda a planta é venenosa.
A primeira foto reproduz um quadro a óleo pintado em 2010 por Malema, in malemapaintings.blogspot.pt
As demais foram obtidas no dia de ontem, no jardim.
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