Não, não está morto. Está empenhado em regressar á posição normal. No tempo em que os animais falavam - diz a fábula - a águia não se deixou comover pelas súplicas corteses do besouro que intercedia pela lebre, sua hóspede. Que deixasse em paz a inocente! Mas, sem contemplações, a águia derrubou o besouro que ficou largo tempo de patas para o ar e levou a lebre.
Por vingança o escaravelho foi ao ninho da águia e furou os ovos. A ave implorou a Júpiter que lhe acudisse. "Guarda os ovos no meu regaço", disse Júpiter. Assim fez. Porém, o escaravelho trepou até ao céu e sacudiu o manto do deus. Os ovos partiram-se, claro está. Que fazer? Então o deus decidiu que nos meses em que houvesse escaravelhos a águia não poria ovos. E pronto! O deus decidiu, está decidido. E a contento de todos. De todos? Esperem lá. Não havia uma terceira criatura na fábula?!!!
"... de tout temps
Les petits ont pâti des sottises des grands!"
sábia e original proposição de M. Jean de La Fontaine, o narrador da fábula, cuja moral foi motor da revolução francesa. Algumas Constituições depois, as águias, continuando surdas a apelos de insectos voadores de não importa que tamanho e já esquecidas do favor de Júpiter, procuram a todo o custo manter a tradição culinária. O besouro deixou-se daquela fraqueza compassiva e concentra-se na alimentação roendo desenfreadamente folhas, caules e raízes competindo com lebres e coelhos para desespero dos horticultores/jardineiros e contentamento de ambientalistas. De tão nobres alimárias, quem diria...
Fotos de 2 de Julho de 2012, no quintal.
Fotos de 2 de Julho de 2012, no quintal.
Parabéns pelo blogue... transmite a beleza quase escondida de uma aldeia. Uma verdadeira riqueza que muitas vezes passa despercebida ao olhar distraído de quem passa um busca de outro tipo de belezas. Na minha aldeia a estes besouros chamávamos Burrinhas de S. João pois durante a semana de S. João, em junho, apareciam na torre da nossa igreja e esvoaçavam frenéticas e aos montes junto do catavento, em forma de galo. Deixavam-se cair e era um momento de brincadeira para as crianças que com elas brincavam. Esta imagem trouxe-me esta imagem feliz. Parabéns Rosário Sousa
ResponderEliminarPesadões, têm dificuldade em levantar voo. Depois sustentam-se mal no ar: os voos são curtos, atabalhoados. O tempo seco e quente do Verão é-lhes favorável. Mas a mais ligeira brisa provoca quedas. Daí serem alvos fáceis das crianças. Burrinhas de S. João? Desconhecia. Então, umas "burrinhas" com asas... que nome mais sugestivo e ajustado. Agradeço ao senhor Rosário Sousa a evocação da meninice e os seus parabéns que são muito lisonjeiros. Cumprimentos, V Maia.
EliminarParabéns pelo blogue... transmite a beleza quase escondida de uma aldeia. Uma verdadeira riqueza que muitas vezes passa despercebida ao olhar distraído de quem passa um busca de outro tipo de belezas. Na minha aldeia a estes besouros chamávamos Burrinhas de S. João pois durante a semana de S. João, em junho, apareciam na torre da nossa igreja e esvoaçavam frenéticas e aos montes junto do catavento, em forma de galo. Deixavam-se cair e era um momento de brincadeira para as crianças que com elas brincavam. Esta imagem trouxe-me esta imagem feliz. Parabéns Rosário Sousa
ResponderEliminarComo eliminar o bichino
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