O vime é um produto natural muito abundante nesta região de baixa altitude relativa e quando aplicado em cestaria pode resultar em verdadeiras obras de arte. Na foto acima um arranjo floral discreto não apaga antes realça a beleza da base em que foi construído.
Já não há cesteiros na aldeia. No passado a cestaria da aldeia aplicava-se em poceiros e cestos de vindima, enormes, fortes e pesadões. O cesteiro deslocava-se a nossa casa com tesoura da poda, um pau pesado aí de uns 40 cm de comprimento e um banquinho. Os meus pais forneciam a matéria prima. No páteo, a coberto nos dias de chuva ou na rua á porta da adega o artista, com as mãos e também com a ajuda dos pés descalços para construir as bases, lançava base e estrutura arqueada e batia os vimes entrelaçados para os aconchegar para o fundo. No final limpava á tesoura como bom barbeiro que também era. E nisto passava alguns dias. As crianças aproveitavam para fazer as bilhardas, com que se jogava nessa altura do ano. À cabeça das mulheres, com rodilha ou ao ombro dos homens, foram transportadas décadas a fio, toneladas e toneladas de cachos de uvas.
Também houve cestaria leve encomendada pelas caves dos vinhos da região para apresentação das garrafas. Antigo é o empalhamento dos garrafões para água, vinhos ou azeite.
Não menos antiga é a feitura de cestinhos decorativos. Em cima, noutros materiais, adornos delicados para a felicidade das damas de agora e de sempre.
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