Nas nossas deambulações pelas ásperas arribas da Costa Tropical da Andaluzia, entre o mar Mediterrâneo e as montanhas, deparámo-nos frequentemente com este florido arbusto ou árvore, em locais extremamente secos e pedregosos, ás vezes rente ao mar, outras nas encostas escarpadas dos montes. Também o vi posteriormente em jardins particulares como ornamental. Não o associei logo á família das solanáceas a que pertence e muito menos á planta do tabaco. A forma pronunciadamente tubular da flor conduziu-me sem dificuldade á identificação da planta. Afinal, originária da Bolívia e Argentina, esta espécie exótica com nome alusivo á planta do tabaco não contém nicotina mas sim outros compostos similares que até são usados no tratamento de viciados em tabaco.
Floração de maio a setembro. As flores são tubulares, amarelo-esverdeadas, hermafroditas e polinizáveis por moscas e borboletas.
As folhas, largas, tornam-se estreitas á medida que se aproximam do topo florido dos ramos, de forma ovalada tendendo para lanceolada, inteiras, alternadas, ligadas ao caule por pecíolo. O caule cresce cerca de dois metros. As cápsulas contêm inúmeras sementes castanhas. O forte potencial em biomassa do tabaco-bravo e a sua rusticidade extrema, aguentando-se bem em solos secos e a temperaturas elevadas, tem vindo a interessar investigadores que estudam a convertibilidade de certos vegetais ricos em carboidratos fermentáveis, em bio-combustível. Finalmente, deve-se ter presente que todas as partes da planta são tóxicas para as pessoas e animais nomeadamente os domésticos.
Fotos de setembro de 2012.
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