Viver na aldeia os anos da reforma. A horticultura e a jardinagem. Guardar a criação. Conhecer-se cuidando. Semear ainda. Partilhar os frutos.
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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
NAMORO
Um dia,
Em que tecia,
Com olhos contentes
E mãos diligentes,
Capelas de rosas,
Entre uma das rosas, achei um Amor.
Peguei-lhe nas asas com todo o geitinho,
Tirei-o da flor,
Deitei-o depois numa taça de vinho,
E ao beber sequioso
O vinho capitoso,
- Engoli também o pequenino Amor...
Quis que fosse a minha taça o seu esquife
E o meu peito a sua negra sepultura...
Porém o maroto, porém o patife,
Ainda vive! Ainda mexe! Ainda dura!
Furou-me o estômago, mudou de prisão
E faz-me cuidado,
Dá-me aflição,
Senti-lo cá dentro, raivoso e irado,
- A bater as asas no meu coração!...
O Mosquito Alcoviteiro (Paráfrase a um Epigrama de Meleagro), Rosas desta Manhã, Augusto Gil, Obras Completas de, 3ª Ed., Portugália Editora, Lisboa, 1968
Fotos de Junho de 2011, no jardim.
Já tinha saudades deste poema!
ResponderEliminarEm tempos soube-o de cor!
bjs