quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

BICICLETAS

 
ELOGIO BARROCO DA BICICLETA


Redescubro, contigo, o pedalar eufórico
pelo caminho que a seu tempo se desdobra,
reolhando os beirais - eu que era um teórico
do ar livre - e revendo o passarame à obra.

 

Avivento, contigo, o coração, já lânguido
das quatro soníferas redondas almofadas
sobre as quais me etangui e bocejei, num trânsito
de corpos em corrida, mas de almas paradas.




Ó ágil e frágil bicicleta andarilha,
ó tubular engonço, ó vaca e andorinha,
ó menina travessa da escola fugida,
ó possuída brincadeira, ó querida filha,
dá-me as asas - trrim! trrim! - pra que eu possa traçar no quotidiano asfalto um oito exemplar !


Poesia de Alexandre O,Neill
Fotos de J.M.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

OXALIS PES-CAPRAE (AZEDA), uma flor


Uma flor muito vistosa, em amarelo brilhante, típica dos solos cultiváveis ou á beira dos caminhos, surgindo no final do inverno e início da primavera em extensas colónias que florescem em sincronia. Dispõem-se em inflorescências caracterizadas pela posição das flores inseridas num único ponto do caule.
 
Vistosas e estando ao alcance fácil das crianças,  ousávamos chupar os seus caules de sabor acidulado. Uma brincadeira necessariamente breve, já se vê.
 
Planta de muito difícil ou impossível erradicação. Os bolbilhos asseguram-lhe a sobrevivência ás geadas que rapidamente queimam as partes aéreas da planta mas não alcançam as subterrâneas.
 
Aí estão de novo, em extensas manchas, anunciando a proximidade da primavera.

Foto de sábado passado no quintal.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

LACTUCA SATIVA (ALFACE)



As nossas alfaces cultivadas em túnel baixo já estão comestíveis. E se são saborosas!  Podemos comer sem risco pois de químicos têm zero.
 

A temperatura não deve ser superior a 18º C, nem inferior a 7º. Dias com temperaturas superiores aos 18º C aceleram a produção de flores com a consequência de as folhas se tornarem intragáveis porque duras e amargas.  
 
Esta é ainda uma boa altura para as plantar já que apreciam o fresco mas resguardando-as do frio e das geadas.
 
Quanto a resguardos e na falta de estufa, vinha usando cobri-las com garrafões de plástico. Não voltarei a fazê-lo porque não têm volume suficiente para estas plantas e também voam mais facilmente com o vento forte. Nesta altura em que os dias são frescos, os túneis baixos protegem satisfatoriamente as alfaces. Desta maneira, torna-se uma cultura fácil ao alcance de qualquer agricultor de trazer por casa.


Até agora, os únicos inimigos da alface têm sido lesmas e caracóis. Mas nada que assuste e, para mais, são controláveis á mão, sem necessidade de recurso a químicos.

Então, boas saladas com produção própria!
 
As fotos são de hoje, no quintal.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

BERGENIA CORDIFOLIA (BERGÉNIA), a flor

 
 
A bergénia é oriunda da Ásia (Mongólia e Sibéria). È uma herbácea vivaz, da família saxifragaceae, resistente, acomodável a variados tipos de solos se bem drenados e alcançando entre 20 a 40 cm de altura.
 

A planta é de  rizoma espesso e revestido de escamas. A bergénia cresce em altura entre 15 e 30 cm, oferece folhas enormes quando comparadas com as flores, em verde-escuro, simples, persistentes,espessas,lustrosas, de contorno aproximadamente circular  (orbicular).
 

As pequenas mas vistosas flores são pendentes, de cinco pétalas e corola em forma campanulada. Em tons rosa ou lilás, surgem no final do inverno, podendo aparecer intermitentemente todo o ano. Agrupam-se em inflorescências cimosas. Apresentam dez estames e 2 carpelos. Pecíolos longos de cor avermelhada (ver na primeira foto).


A bergénia é utilizada na cobertura de solos ou marcando as bordas. Prefere zonas bem protegidas não desdenhando sítios pedregosos e lugares parcialmente sombrios, bem drenados mas não secos. No foto acima, o caule carnudo e duro e neste a inserção basal dos pecíolos de todas as folhas.
 
Propaga-se por divisão e também por sementes.

É mais uma flor de inverno e uma planta resistente ao frio, pouco exigente e decorativa mesmo fora da floração. Recomendo.

Fotos de janeiro de 2013, no jardim, após a intempérie.


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

domingo, 3 de fevereiro de 2013

CAMELLIA (CAMÉLIAS), flores


Simples, semi-dobradas ou dobradas,  este ano talvez precoces, eis as camélias em esplendor!


Flor-emblema do romantismo, conheceu uma enorme popularidade durante o século XIX.


Tal associação não a prejudica. A camélia vale por si em qualquer das magníficas cores que oferece. A floração poderá ir até abril se as chuvas e o vento não precipitarem mais cedo a queda, atapetando o solo com as corolas desmaiadas. Sobrarão, apesar de tudo as folhas verde-escuras, persistentes, lustrosas, de textura coreácea, uma agradável presença de todo o ano.  Os ramos são consistentes e suportam bem grandes ramalhetes que servem a decoração de interiores.
 
 
Esta planta parece brincar com o frio quando em pleno inverno desdobra os belos botões. Os numerosos e longos estames nos tons de amarelo  e branco, sobressaem em praticamente todas as variedades. Aromas á parte, na falta de rosas agora recolhidas a penates dormitando o sono dos justos, as camélias trazem em pleno inverno um eco colorido dos dias abundantes do Estio.
 
Voltaremos, com diferentes variedades de flores de camélias.
 
Fotos de ontem.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

LAMBENDO AS FERIDAS


De janeiro  fica a memória do vendaval e dos seus resultados. Nas matas, dia e noite, ecoa o som das moto serras cortando as árvores abatidas. Trabalho para meses. Comerciantes de árvores e informadores não largam os pequenos proprietários de floresta. São recorrentes as notícias dos furtos descarados, em pleno dia.  É fartar vilanagem!


Outro resultado que poderá estar relacionado com o tempo chuvoso é a situação dos pomares de laranjeiras. Aqui não vai ficar um único fruto nas árvores. As laranjas apodrecem na árvore e todas as manhãs o chão aparece coalhado de frutos sem aproveitamento. Recolhemos os frutos que depositamos para destruir em local afastado. Fica limpo apenas por momentos.
 
A podridão ataca igualmente os legumes.
 
Não houve cheia digna de registo mas as terras estão saturadas de água e os poços cheios.
 
No entanto, os últimos dias foram de sol e viveu-se alguma agitação nos quintais com a sementeira de batata "do cedo".  Aqui não se desiste!
 
As fotos são de ontem. Plantas-promessa, a primeira do quintal e a última do jardim, que também suportaram o temporal e ... não desistem.