terça-feira, 22 de maio de 2018

PONTES


 A partir  do problema empírico traduzido na necessidade de realizar de modo permanente e duradoiro a ligação entre as margens do rio, eram múltiplas as soluções possíveis. Em todas foi usado o cálculo matemático aplicado à natureza dos materiais escolhidos, à  paisagem, incluindo o homem, ao vão a preencher, a prazos, custos e a mil e um outros condicionalismos. É manifesta igualmente a aplicação de conceitos estéticos.  


 No mesmo rio, com idêntica envolvente, uma solução diferente para o mesmo problema  só aparentemente menos sofisticada que a da foto anterior: em madeira, a "Mathematical Bridge" sobre o rio Cam, em Cambridge, Reino Unido, sólida, útil e bela em estrutura tangencial e radial. 


E a Ponte dos Suspiros, à maneira veneziana, em perfeita harmonia com a estética dos edifícios que une pelo interior. Entre a dúzia de outras pontes vizinhas nenhuma realização se mostra duplicada. Muito legitimamente a engenharia reivindica para todas elas  a designação de "obra de arte". Apenas um  desígnio estético, suportado técnica e cientificamente ou a solução pragmática de um problema em equilíbrio harmónico com a envolvente natural e construída?

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