terça-feira, 30 de setembro de 2014

DHALIA (DÁLIAS)


São tidas justamente por flores do sol. Nos tempos de menino, via-as magníficas em pleno verão, nas hortas, junto aos regos de água.   


No entanto, cada vez mais as vejo reservarem o auge da floração para a estação mais doce do outono ou, se forem visitadas pelas chuvas, a partir dos primeiros dias de Setembro. 


Uma solução que nunca tentei poderá ser a de empalhar o solo com uma boa camada a partir de Junho.  


Pois estão agora esplêndidas! As chuvas e as temperaturas amenas deste início de outono despertaram as dálias e, com elas, como se pode ver pela foto, a milhã (digitaria) que já as ultrapassa em altura mas ainda assim lhes acrescenta um toque de graciosidade.

Fotos de 28 de Setembro de 2014, no quintal.

domingo, 28 de setembro de 2014

PRELÚDIO (Cristovam Pavia)


                                                              Levanta-se da rocha a flor esmagada
                                                              Mais dura do que a rocha e cristalina
                                                              Raízes, caule, pétalas, angústia

                                                              Raízes para sempre ali cravadas,
                                                              Caule verticalmente inexorável,
                                                              Pétalas miraculosas: pura água.

                                                              Minhas mãos são chagas,
                                                              Para te colher ...
                                                              Minhas mãos são chamas,
                                                              Pedaços de gelo ...
                                                              Levanta-se da rocha a flor esmagada



Poesia de Cristovam Pavia (1933, Lisboa - 1968, Lisboa). 

A foto é do fim da tarde de ontem, no jardim.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

AQUARELA



                                                           ... Tristeza não tem fim
                                                           Felicidade sim  

                                                           A felicidade é como a gota
                                                           De orvalho numa pétala de flor
                                                           Brilha tranquila
                                                           Depois de leve oscila
                                                           E cai como uma lágrima de amor

                                    A poesia é de Vinicius de Morais, poeta brasileiro (1913-1980)


Foto de hoje, no jardim.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

AMARYLLIS BELLADONNA (BELADONA-FALSA, JERSEY LILY)


Ainda o mês de Agosto não chegara ao fim e, surpresa, eis a beladona-falsa em botão. Não tardaria a abrir em flor. Um estremecimento: o verão está a chegar ao fim ou será que a floração se antecipou?


Entrados em Setembro, as temperaturas do ar descem mas são ainda muito agradáveis, as chuvas dão um ar da sua graça.  A floração irá acompanhar o novo mês. Talvez por isso, ou porque continuaremos por mais algum tempo a vê-la despida de folhas, a associamos a Setembro e nos deixemos surpreender por ela em Agosto, um mês exuberante.  


A maneira simples de quebrar a imagem de solidão dada pelas silhuetas de hastes relativamente altas, sem folhas (elas virão a surgir mais tarde) e com uma bela inflorescência rosada no ápice, é plantar juntamente três ou quatro beladonas. Pela foto se fará ideia do possível efeito. 

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

CHLOROPHYTUM COMOSUM (CLORÓFITO, PLANTA-ARANHA, SPIDER PLANT, PLANTE-ARAIGNÉE, CINTA)


Já foi mais popular, que isto da jardinagem obedece também a modas sugeridas pelos grandes mercados internacionais de produção de plantas. Originária da África do Sul, teme os frios e em particular as geadas. 


Agradável surpresa foi poder admirá-la em Julho, num recanto de jardim de urbanização em Coimbra. Tufos de folhas verde-claras, simples, inteiras, arqueadas, lineares, com bandas longitudinais brancas ou verde ainda mais claro ao centro. De entre as folhas partem pedúnculos em amarelo-claro que podem alcançar cerca de um metro de comprimento. Entre Junho e Setembro e na parte terminal dos pedúnculos surgirão cachos de flores brancas de 6 pétalas. À medida da queda das pétalas, vai-se operando uma modificação das brácteas florais em vegetativas que, no final, poderão com o peso fazer pender a haste e vir a emitir raízes ou uma nova plântula. Naquele caso, em contacto com o solo, mergulham na terra e acabarão vivendo autonomamente como novas plantas. Também se pode facilmente obter a multiplicação por divisão dos tufos.


No entanto, este clorófito "comosum" pode ser mantido com vantagem em vaso como planta de interior, que pode ficar pendente. São-lhe atribuídas a capacidade de purificar o ar. Haverá que reservar-lhe um lugar muito bem iluminado tendo o cuidado de não a sujeitar ao sol quente do Verão. 


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

TRANSIÇÕES (TRANSITIONS)


Cinco veias principais partem da base e voltam a encontrar-se no ápice. Ainda há vestígios da cor verde. Os carotenos amarelos e alaranjados antes apenas ofuscados pelos verdes, destacam-se agora. 


Página inferior de folha simples, peciolada. O padrão de venação apresenta-se particularmente acentuado. Das nervuras principais parte uma fina rede de veias secundárias.  


Trata-se, no entanto, de uma folha isolada. Por ora, (fase adulta vegetativa) sadiamente o verde prevalece.  


Até que - mudando de fase - surjam os botões florais. Outras requintadas formas e combinações de cores em tons vivos,  instalam então o foco definitivo para onde se espera venham a convergir interessados que, uma vez retribuídos possibilitem por isso mesmo, a reprodução da planta. Neste caso de uma Dissotis Princeps (Dissótis).   

Fotos de Setembro de 2014, no jardim.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

BICHEZAS do MEU JARDIM: NAZARA VIRIDULA (PERCEVEJO-VERDE). Insects Living in my Garden: GREEN STINK BUG, PUNAISE VERTE, CHINCHE VERDE de las HORTALIZAS)


Quando se pretenda tirar a foto de muito perto, o uso de mola no nariz é recomendável. 


É mais um parasita social de tipo requintado pois prefere a papinha feita de tecidos tenros dos lançamentos novos e das sementes. Através do aparelho bucal, começa por injectar neles um suco digestivo com enzimas apropriadas. As enzimas dissolvem o tecido que depois é reingerido. 


Na escala ínfima em que trabalho, não dá para contabilizar os prejuízos que causam. E para mais, como não contestam a intromissão do fotógrafo nas suas vidas, nem contra ele fazem reserva de protecção da vida privada limitando-se soberanamente a ignorá-lo, então, por minha parte lhes digo: deixá-los andá-los que eles calar-se-ão.   E é bem feito!

Fotos de 13 de Setembro no jardim.