sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

DICTYOPHARA EUROPAEA (CIGARRINHA, FULGORE D, EUROPE) ?



Em Agosto a parte não cultivada do quintal está ainda revestida de herbáceas espontâneas. Dominam os tons de verde. Focado nas infindáveis tarefas hortícolas da época, atalho caminho e sigo por entre as ervas altas. Alguma coisa ameaça tombar do carro de mão. Ainda que desprevenido, acabo por me aperceber da presença de um pequeno insecto bem camuflado agarrado a um fino caule herbáceo. Parece-me pouco vulgar. Com cuidado, faço a recolha antes que desapareça para sempre. Volto para o fotografar.


Não disponho de tempo para muito mais. Irei colocá-lo sobre um saco e os meus joelhos servirão de mesa. Cabeça de forma cónica com o vértice voltado para a frente e na base a mancha em tom amarelo claro dos olhos. Tórax, abdómen e três pares de patas sendo as posteriores um tanto mais compridas que as demais e por certo adaptadas à deslocação por saltos. Dois pares de asas semelhantes, curtas e transparentes, ainda pouco funcionais. Um belo insecto em verde claro com traços curtos alinhados paralelamente ao longo do dorso. Um juvenil com cerca de 9 mm de comprimento


Dou conta do aparelho bucal no vértice da cabeça afunilada adaptado à sucção. Presumo que se alimente da seiva das ervas. 


Insecto, hemiptera, dictyopharidae, dictyophara, dictyophara europaeae?

Nada fácil a um leigo concluir com segurança pela identificação completa das muitas, variadas e estranhas bichezas do quintal, bem como da flora, esta, ainda assim, mais familiar. O atrevimento apenas será desculpável pela invencível curiosidade que me põe a caminho e estes apontamentos como os demais já surgidos valem  apenas como memória dos passos na busca de resultados aceitáveis para um horizonte de compreensão próprio do 2ºciclo dos antigos liceus.

Fotos muito ampliadas, de Agosto de 2013, no quintal.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

DA GATA



Curiosa, aplicando toda a capacidade sensitiva. Como os mamíferos em geral, os gatos estão equipados com audição, olfacto, visão, tacto e paladar. Se é legítima a comparação, são mais ou menos dotados sensorialmente do que o homem e com distintos limiares de percepção. 


Estímulos iguais são percepcionados diferentemente porque cérebro é o órgão processador dos dados da sensação, que os organiza e lhes dá sentido e não apenas os receptores enquanto captores de estímulos brutos e a rede de neurónios. Abstractamente falando ele há cérebros e redes de neurónios mais sofisticados uns do que outros. Tendo em conta, porem, os padrões de vida que lhes couberam em sorte, jogam partidas diferenciadas para as quais estão adequados. Nesse sentido, são todos mais que perfeitos e incomparáveis. 



A evolução dotou-os de recursos sensoriais extra combinados com os demais sentidos: pelos tácteis entre os abundantes pelos, bigodes, sobrancelhas, ponta do nariz, queixo e patas. Tornaram-se assim capazes de aperceber o mais ínfimo movimento ou a vibração mais remota. Possuem ainda um órgão sensorial no palato. Para encaminhar os compostos químicos na direcção certa, levantam a cabeça, recurvam os lábios para cima, enrugam o nariz, entreabrem ligeiramente a boca e inspiram repetidamente.  


Quando se torna necessário ministrar-lhe um medicamento por via oral é praticamente inútil misturá-lo ou disfarçá-lo na comida. Mesmo que tenha fome, distingue muito bem uma coisa da outra. Separa-as e se  preciso for, cospe a substância que não lhe agrada.  


Nas duas últimas fotos, quase em êxtase, com a cauda recurvada para a frente,  distendida, posição que esta gata adopta usualmente. 


Bom: falar, falar, é fácil. Certo é que todo o exercício exige esforço, queima energias. Para as restaurar a gata toma uma posição bem relaxada (não há crise nem impostos por pagar, a alimentação em dia e muita paz). Ferra o soninho dos justos, quem sabe recapitulando e integrando as boas experiências do dia. 

A gata Mimi, dormindo a sesta numa tarde quente de verão.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

CRASSULA OVATA (PLANTA-JADE, JADE PLANT)


A ramificação da suculenta das fotos parece a de uma mini-árvore com caules grossos na base estreitando no sentido ascendente, com um efeito de bonsai. Na realidade pode crescer como um arbusto e alcançar cerca de três metros de altura.


É um exemplar notável pela inesperada resistência ao frio. Como se vê cresceu ao ar livre sem qualquer especial protecção. Para não arriscar é mais certo criá-la em vaso dentro de casa.


As folhas são persistentes e de belo efeito. Floração branca ou rosada em inflorescências organizadas em cimeiras fechadas, surge de Dezembro a Março. 

Fotos de Maio de 2013, em Coimbra.

sábado, 25 de janeiro de 2014

BERGENIA (BERGÉNIA)



Não associamos espontâneamente estas cores e estes tons leves à costumada dureza da estação do frio e da chuva e dos dias carregados de nuvens.


E, no entanto, esta também é a quadra das bergénias em flor.


Muito fáceis de cultivar, podem ser plantadas em qualquer estação do ano. Mas para esse fim é preferível a primavera ou o outono. 


Se bem cuidadas estas robustas plantas de grandes folhas (há quem lhes chame orelhas de elefante) cobrem todo o ano de verde os recantos mais difíceis. E podem durar vários anos. As nossas estão situadas em local de meia-sombra, com assento garantido.

Fotos de Dezembro, no jardim.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

CYCLAMEN (CÍCLAME, CYCLAMEN, CICLAMINO)


O cíclame é uma das mais preferidas plantas decorativas de inverno, cultivável dentro de casa em vaso ou no exterior. Quando a maior parte das plantas está em repouso (parte final do outono, inverno e início da primavera), o cíclame está em fase de crescimento vegetativo e floração. Já durante os calores secos de verão aproveita para dormir uma longa sesta. Preferem o frio (até cinco graus negativos) ao calor, o ar húmido ao ar seco. Podem colapsar com  água em excesso no caule. Água nas folhas, flores ou botões, nem pensar! Dentro de casa convém que se mantenham afastados de radiadores pois dificilmente suportam temperaturas acima dos quinze graus, sobretudo na fase de desenvolvimento de folhas e flores.  Gostam de ambiente arejado e de boa luz mas não dos raios directos do sol. 


No verão as folhas estarão secas. A planta passará a viver das reservas acumuladas nos caules tuberosos e ficará melhor em local sombrio e fresco. Antes, ainda primavera, terá cessado a floração.  
Na foto que antecede uma flor em botão, tipicamente voltada para baixo. Assim permanecerá até que as pétalas abram e se soltem para trás, numa posição algo invulgar.


Os nossos cíclames permanecem todo o ano no exterior, só parcialmente cobertos, aproveitando do recuo das paredes face ao limite do telhado. Se bem cuidados, podem perdurar por quatro a cinco anos com capacidade para aumentar a floração de ano para ano.

Este ano começa mal para os nossos cíclames. As continuadas chuvas deste inverno não raro tocadas a vento de várias direcções, atingiram os vasos só aparentemente protegidos. Não nos apercebemos disso a tempo e agora damos conta de que a saúde dos cíclames da foto, únicos em floração, foi afectada. Vejam-se as pétalas salpicadas de pequenos pontos ou manchas escuras, provavelmente sintoma de um ataque de botrytis ou podridão cinzenta (um fungo). 


Por um vaso de flores, decidi não valer a pena pensar sequer em aplicar químicos ou mesmo mezinhas caseiras. Separámo-lo dos demais. Esperaremos para ver.  De momento e para nosso consolo, o fungo não parece ter afectado a beleza das flores e aparentemente a folhagem está passando incólume. Será assim? 

Fotos de Janeiro de 2014, no jardim.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

ALIANÇA UNDERGROUND MUSEUM, um pouco mais de azul...


Um pouco mais de sol - eu era brasa, 


Um pouco mais de azul - eu era além.


Para atingir, faltou-me um golpe de asa ...


Se ao menos eu permanecesse aquém ...

Mário de Sá Carneiro, início do poema Quasi. Dezembro de 2013, no Aliança Underground Museum, Sangalhos.

domingo, 19 de janeiro de 2014

ALIANÇA UNDERGROUND MUSEUM, agora que vai chovendo.


Luz ao fundo do túnel...


morno, morno...


quente, quente...


a escaldar: azulejos!

Caves Aliança, Sangalhos, Aliança Underground Museum.